terça-feira, 31 de março de 2009

Os Cinco Pontos do Calvinismo

Laurence M. Vance - O Outro Lado do Calvinismo
Os Cinco Pontos do Calvinismo
Os Cinco Pontos do Calvinismo geralmente são apresentados sob o acrônimo TULIP. Àqueles na profissão médica, TULIP é uma referência a uma forma de cirurgia a laser para problemas da próstata (Transurethral Ultrasound-guided Laser-Induced Prostatectomy).[1] Ao homem comum, entretanto, TULIP (N.T.: tulipa) é apenas uma flor. Mas a menção da palavra em círculos teológicos não traz nenhuma destas coisas à mente, pois qualquer referência a TULIP imediatamente significa os Cinco Pontos do Calvinismo. O calvinista Coppes combina tanto o conceito floral quanto o teológico: “A TULIP é apenas uma das flores no belo jardim da verdade.”[2] Resta ser vista a verdade do sistema TULIP. Por agora, entretanto, é necessário avaliar os ensinos por trás das letras que compõem este bem-conhecido acrônimo.

O acrônimo TULIP representa o seguinte:

Depravação Total (Total Depravity)
Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Expiação Limitada (Limited Atonement)
Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)

A Depravação Total é o ensino que o homem não-regenerado está totalmente morto no pecado até ao ponto de ter a incapacidade para livremente aceitar Jesus Cristo. A Eleição Incondicional é o ensino que Deus, por um decreto soberano e eterno, escolheu um certo número de homens para salvação. A Expiação Limitada é o ensino que Jesus Cristo, por sua morte na cruz, somente fez expiação pelo grupo de homens previamente eleitos para salvação. A Graça Irresistível é o ensino que Deus irresistivelmente conquista a vontade do pecador eleito com sua graça e o regenera, concedendo-lhe fé e arrependimento para crer em Jesus Cristo. A Perseverança dos Santos é o ensino que todos os eleitos que foram regenerados por Deus irão perseverar na fé e eventualmente morrerão em estado de graça. A importância destes cinco pontos ao Calvinismo pode ser vista pela equiparação que os calvinistas fazem.

Os calvinistas são inflexíveis na defesa de que os Cinco Pontos do Calvinismo, a TULIP, são o Evangelho:

Estas cinco doutrinas formam a estrutura básica do plano de Deus para salvar pecadores.[3]

O plano de salvação de Deus revelado nas Escrituras consiste do que é popularmente conhecido como os Cinco Pontos do Calvinismo.[4]

O batista da Graça Soberana Fred Phelps alega que “a palavra da cruz” (1Co 1.18) é “uma elipse, e significa os Cinco Pontos do Calvinismo.”[5] Ele então não apenas implacavelmente insiste que “se você não conhece os Cinco Pontos do Calvinismo, você não conhece o evangelho, mas alguma perversão dele,”[6] mas: “Se você não tem um entendimento e uma compreensão completa dos Cinco Pontos do Calvinismo você está verdadeiramente nas trevas e na ignorância de toda a verdade divina. E, se você não tem uma crença inteligente nos Cinco Pontos do Calvinismo e amor por eles, você não tem nenhuma religião racional, mas está preso na superstição e nas mentiras religiosas.”[7] Assim como o pregador comum tenta mencionar o Evangelho em toda mensagem, da mesma forma o calvinista faz o mesmo – mas seu Evangelho é os Cinco Pontos do Calvinismo. Spurgeon, mesmo sendo calvinista, reconheceu isto mesmo em seu dia: “Temos alguns ministros, excelentes irmãos, que nunca pregam qualquer outra coisa. Eles têm uma espécie de realejo que toca somente cinco melodias, e eles estão sempre repetindo-as. Ou é a Eleição, a Predestinação, a Redenção Particular, a Chamada Eficaz, a Perseverança Final, ou algo deste tipo; é sempre a mesma nota.”[8] Se os Cinco Pontos do Calvinismo é o Evangelho, alguém pode ser calvinista e ao mesmo tempo rejeitar um dos pontos? Alguns calvinistas pensam que sim.

[1] Steve Lally, “Overcoming the #1 Prostate Problem,” Prevention, janeiro de 1992, p. 126.
[2] Coppes, p. xi.
[3] Steele e Thomas, p. 9.
[4] Coppes, p. 55.
[5] Phelps, p. 26.
[6] Ibid., p. 21.
[7] Ibid., p. 26.
[8] Charles H. Spurgeon, “The Sum and Substance of All Theology,” em Charles H. Spurgeon, Election (Pasadena: Pilgrim Publications, 1978), p. 579

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