quinta-feira, 17 de setembro de 2009

1 comentários

Estou metamorfoseando

Nardier

É maravilhoso quando nos sentimos em paz com nossa consciência. Vez por outra vem a nossa mente certas inquietudes que nos deixam a ver navios por não sabermos como resolvê-los. Acredito que tudo isso tem que acontecer porque mais do que nunca somos gente e como gente estamos passíveis a quaisquer vicissitudes que venham a ocorrer.

Chegamos a pensar que por sermos um povo separado precisamos nos separar dos demais para não contaminar nossos corações “santificados”. Chega a ser bestial pensar dessa forma. Mas infelizmente, isso tem sido o comportamento do povo “evangélico”. Precisamos mudar essa forma de pensamento urgentemente. Precisamos nos livrar dessas prepotências ufanistas, porque não dizer messiânicas.

Tenho consciência que a mudança deve começar por mim. Preciso ver essa mudança pela ótica do individual para expandir pro coletivo. Sei que isso é possível porque acredito que existem pessoas que comungam do mesmo ideal. Sei que essas tais pessoas almejam fazer mais pelo próximo. É com essa gente que conto pra caminhar comigo nessa jornada.

Não acredito no evangelho que está sendo pregado no púlpito. Um evangelho diferente do que Cristo pregou. O evangelho que vemos hoje é carregado de culpa, punição, constrangimento. É muito diferente do verdadeiro evangelho. Não é a toa ver tantas pessoas decepcionadas com a igreja. Muitas delas nem pensam mais colocar seus pés dentro de um templo. Não posso culpá-las por tal decisão. Não mesmo.

Muitos pastores já não têm mais o prazer de sentar com suas ovelhas e conversar sobre temas tão importantes porque lhes falta tempo. Não sei se chamo mais de pastores ou executivos. Esse tem sido o meu olhar para os chamados “vocacionados”. Sei sim e tenho consciência de que o pastor tem que ter também seu momento de solicitude. Entendo que o pastorado não é pra ser formado por titãs sempre dispostos a intervir em qualquer situação.

Cansei de ouvir pessoas com suas teologias certinhas. É difícil conviver com pessoas assim porque não abrem espaço para outras teologias. Já fundamentalizaram em seus corações e o transformaram em “reta doutrina”. Quem pensar em questioná-la estará condenado à fogueira. Isso faz com que nossa mente se feche para outras perspectivas. Se ousarmos falar a favor de certos pensamentos seremos logo taxados de liberais. Não duvido se ouvirmos que somos hereges.

Por outro lado, estou feliz com pessoas como o psicólogo João Marcos Cardoso de Sousa que disse: “Cristo nunca nos propôs a tarefa de formarmos uma igreja isenta de nossas fraquezas e demandas. Ele nos propôs a sua graça para compreendermos e fazermos escolhas para além das medidas de nossas fraquezas”. É com esse pensamento que seguiremos adiante mesmo sabendo que muitas vezes erraremos na caminhada mas que nunca desistiremos de caminhar.


Acredito que o papel da graça seja nos isentar de culpa. Tenho acreditado nisso com todas as minhas forças e tenho encontrado refrigério quando constato que estou pisando em solo firme. Estou em processo. Estou sendo transformado a todo instante. Espero que essa metamorfose arrebate também quem está ao meu lado. Que o alvo possa ser alcançado por pessoas simples porque o evangelho é simples.