sexta-feira, 29 de abril de 2011

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Jesus viria a este culto?






Em cada parte do mundo a igreja tem o seu estilo de culto




Viajar me dá a oportunidade de ver um pouco de vários tipos de igrejas. Lembro do primeiro culto ortodoxo russo de que participei. O objetivo era expressar o mistério e a majestade. Tem a duração de três a quatro horas e as pessoas possuem toda liberdade para entrar e sair na hora que quiserem. Ninguém convida os participantes a saudarem os que estão à sua volta com “a graça e a paz”, nem mesmo com um sorriso. Todos ficam em pé – não há bancos – observam os profissionais, que são mesmo, muito profissionais. Não entendi uma palavra sequer, mas depois fiquei sabendo que ninguém entendeu: os cultos russos são celebrados em eslavônico antigo, língua que apenas os sacerdotes conhecem. No Egito, participei de um culto dirigido em copta, língua que nenhum dos sacerdotes falava.



Enquanto que nos Estados Unidos os editores lançam uma nova versão da Bíblia, mais ou menos a cada seis meses, em grande parte do mundo os fiéis não entendem uma palavra sequer do que é lido no púlpito. As igrejas dos Estados Unidos, na tentativa de atingir a sensibilidade das pessoas, chegam a programar cultos destinados a faixas etárias específicas, como as “igrejas geração X”, que se reúnem em galpões ou shopping centers vazios. Dispensam as formalidades e reduzem o culto a músicas de louvor, anúncios, e a “palavra”. Algumas inovam com teatro ou “lições objetivas” que fazem a Bíblia ganhar vida. Já vi cerca de mil jovens presos às palavras do pastor que jogava sangue sobre um “sacerdote” a caráter, que segurou uma pilha de madeira durante todo sermão para demonstrar a tarefa dos levitas.



Sendo um dos países mais religiosos do mundo, os Estados Unidos oferecem opções para todos. Algumas igrejas armênias dirigem o culto na mesma língua e estilo que usavam há um milênio. Em uma igreja cristã reformada perto de Chicago, perguntei se poderia pregar na plataforma e não no púlpito elevado. A reação foi de choque, como se eu tivesse pedido para pregar só com as roupas de baixo. No Colorado, meu pastor caminha pela plataforma, vestindo jeans e uma camisa pólo.



Visitei, em uma pequena vila nas Filipinas, uma igreja ao ar livre, construída com varas e sapê. Porcos e galinhas tinham toda liberdade para passar. Um casal de missionários escoceses idosos havia estabelecido dezenas de igrejas semelhantes nas montanhas remotas. Fundadas segundo o modelo da Irmandade de Plymouth, não tinham pastores – na verdade, a maioria daqueles crentes não tinha a menor idéia de que em outros lugares do mundo os cristãos contratam profissionais para dirigir o culto.



Para mim, a Europa é o local onde o culto é mais deprimente. As catedrais magníficas atraem multidões de turistas e pouquíssimos crentes. Em Praga, cidade natal do grande reformador Jan Hus, fui a uma das poucas igrejas evangélicas, que se reúne no salão de conferências de um hotel. A igreja de Hus é atualmente um museu, raramente usado. A igreja de João Calvino ainda domina o cenário em Genebra, mas a maioria dos suíços a considera uma relíquia, não uma fonte de sustento e vida. Até em Roma os cafés atraem mais pessoas nas manhãs de domingo do que as igrejas.



No Japão, uma congregação de 200 membros já é uma megaigreja. Conheci adultos convertidos que iam à igreja, e depois a Cristo, porque queriam exercitar o inglês ou aprender a tocar piano. À medida que a cultura ocidental abandona sua herança cristã, a asiática a adota, acumulando orquestras sinfônicas, colecionando nossa arte e, em alguns casos, abraçando nossa fé.

Uma professora, minha amiga, dá aulas na região norte de Chicago. Ela me disse que os alunos judeus e protestantes não conhecem mais os nomes bíblicos, como Sansão e Daniel. Os coreanos conhecem.



Aprendi a ver força, e também confusão, nesses vários estilos de culto. Por exemplo, alguns missionários criticam o culto russo por ser distante e impessoal. Porém, durante o regime comunista, em que não havia lugar para Deus, a igreja ortodoxa continuou a colocar Deus no centro e sobreviveu ao ataque ateísta mais violento de toda a história.



De toda forma, como devemos parecer estranhos para quem tenta compreender nossa fé com base em traços diversos. Todas as igrejas – da sacramental a “ao gosto do freguês” – têm sua lógica interna, e de modo misterioso, todas estão ligadas a um rabino palestino que pregava em sinagogas ou em campos.



Minhas viagens levaram-me a algumas conclusões. Primeiro, pouca gente nas igrejas parece estar gostando do que faz ali. Segundo, o cristianismo costuma manifestar seu lado melhor quando é uma fé minoritária. Vejo mais unidade e criatividade em lugares como o Reino Unido e a Austrália, onde os cristãos têm pouca esperança de afetar a cultura e, por isso se concentram em amar uns aos outros e adorar da forma correta. Terceiro, Deus “se move” de formas misteriosas.



Para visitar as igrejas florescentes da época do apóstolo Paulo, é necessário contratar um guia muçulmano ou um arqueólogo. A Europa ocidental, onde ficava o Sacro Império Romano e onde aconteceu a Reforma, é hoje um dos lugares menos religiosos da terra. Na América Latina, enquanto os católicos pregavam a “opção preferencial de Deus pelos pobres”, os pobres adotaram o pentecostalismo. Enquanto isso, o maior reavivamento numérico já acontecido na história tem lugar na China, um dos últimos Estados ateus e um dos mais opressivos. Não dá para entender.




Philip Yancey




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Porque eu reprovo a religião





Por Samuel Torralbo






As três principais religiões monoteístas que dominaram a história da humanidade (judaísmo, cristianismo e islamismo) deixaram explicitados os estragos causados todas as vezes que a religião procurou institucionalizar o divino e o sagrado.



Por diversos momentos, na história da humanidade, a religião virou o próprio “diabo”, perseguindo, condenando, e matando homens e mulheres em nome de Deus.



O evangelho de Jesus Cristo é a própria contraversão da religião adoecida que deseja submeter, escravizar, e condicionar almas moribundas que necessitam de salvação.



É evidente que em meio a esse panteão religioso existem os discípulos do caminho, aqueles que Jesus chamou de “suas ovelhas”, mas é estarrecedor observar a sagacidade e a crueldade praticada pela religiosidade subversiva.



Dentro do nosso contexto religioso (brasileiro) é incomum observarmos os estragos causados pela religião no nível da agressão, perseguição ou morte física, mas é alarmante o acumulo de estragos no nível da subjetividade, aquela que acontece na dimensão da mente e das emoções.



Eu reprovo os modus operandis dessa religião porque ela propaga a repressão, enquanto o evangelho proclama a expressão. Quantas pessoas vivem reprimidas, imaginando estarem vivendo o real significado da santificação, enquanto na verdade estão vivendo as agruras da repressão, que culminará em algum momento em loucura e desequilíbrio. O evangelho nos convida para a moderação e o crescimento através de uma consciência livre e renovada em Deus.



Eu reprovo a religião, porque ela proclama o evangelho como um produto e não como um processo de Deus em nós. Infelizmente é crescente a ideia de que a salvação é adquirida por procedimentos ou méritos humanos e não através da graça e do agir de Deus no homem. A religião defende o engessamento do individuo, enquanto que, o evangelho promove a continuidade consciente da pacificação com Deus através de Cristo Jesus.



Eu reprovo a religião, porque ela promove a falsa sensação de bem estar para seus adeptos, enquanto que, o foco do evangelho é desnudar o homem através da verdade eterna de Deus. Uma vez que, o evangelho não é fruto da humanidade, mas é a manifestação do favor de Deus em Cristo Jesus, sua mensagem na maioria das vezes choca-se com as atitudes humanas, marcadas pelo pecado e rebeldia contra o criador. A religião de contrapartida é o esconderijo perfeito em nome de “Deus” para o pecador, que procura se esquivar do confronto com a verdade do verdadeiro Deus.



Eu reprovo a religião porque ela manifesta-se de acordo com a vontade humana, enquanto que, o evangelho ecoa e manifesta-se de acordo com a vontade divina. É incrível notar a facilidade com que a religião se adapta no tempo e no espaço. Basta olhar para a história e veremos atrocidades religiosas que autenticam a sua eliminação imediata do contexto humano, porém, observe que a religião continua presente adaptada ao novo conceito de mundo.



Eu reprovo a religião porque ela formata os homens, enquanto que, o evangelho regenera o homem. Uma característica de todo religioso é a estagnação em todos os níveis. A sensação é que a religião condiciona o homem dentro dos seus muros, impossibilitando-o de ser livre através de uma consciência amadurecida pela palavra de Deus. A regeneração por sua vez, é a própria influencia de Deus em nós, transformando nosso estado pecaminoso em uma nova realidade de vida e percepção de mundo.



Eu reprovo a religião porque ela aliena as pessoas, enquanto que o evangelho inclui o homem na vida. É comum encontrar religiosos sincronizados com as programações, campanhas, rituais, ilusões e sacrifícios de suas congregações, enquanto que o crack, desigualdade, pedofilia, desastres naturais, e todo tipo de violência e morte aumentam do lado de fora dos muros da igreja. Uma das máximas do evangelho é a inclusão dos filhos de Deus como sal , luz, e testemunhas, em um mundo de trevas e pecado.



Eu reprovo a religião porque ela fragmenta os homens, enquanto que o evangelho unifica as pessoas. A religião sempre foi um dos maiores fenômenos que fragmentou ou dividiu pessoas na história humana. O evangelho por sua vez, sempre visou a unidade mesmo em meio as diversidades (diferenças humanas) através do espírito de amor e serviço manifestados em Cristo Jesus.



Eu reprovo a religião... enquanto amo cada dia mais o evangelho de Cristo Jesus.



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O porquê do fundamentalismo





Ao terminar o culto, notei um rapaz, aparentando não mais que 25 anos, entre os que desejavam conversar comigo. Trajava um terno escuro, gravata sóbria e camisa bem engomada. Era meio-dia. O calor insuportável dava uma sensação de desconforto só em vê-lo apertado sob tantas camadas. Ele queria conversar sobre teologia. A hora era imprópria e havia mais algumas pessoas pedindo atenção. Sugeri que me procurasse durante a semana para um bate-papo mais calmo. Dito e feito. Na quarta-feira à tarde, José Antônio (nome fictício) estava em minha sala, novamente trajado com seu paletó grafite.




Logo nas primeiras frases, ficou claro que ele não fazia perguntas. Pela entonação dos questionamentos, bastava trocar os pontos de interrogação por exclamação e eu era severamente exortado. Vez por outra colocava o dedo em riste e pontificava como se acabasse de levantar da cadeira de Moisés. Tive pena daquele rapaz, tão jovem e tão caduco. Não julgo suas verdades, apenas me inquieto com sua postura rancorosa, anacrônica e trancada ao diálogo.



Os estudiosos deste tempo são unânimes em afirmar que experimentamos o recrudescimento do fundamentalismo. Não trato o fundamentalismo como uma categoria teológica, mas como uma atitude comportamental. O mundo experimenta uma crescente animosidade nas discordâncias.



As pessoas se entrincheiram com seus argumentos, não ouvem o arrazoamento dos outros e, ao se sentirem ameaçadas, partem para algum tipo de violência. O fundamentalismo tem se mostrado exuberante na radicalização ideológica dos Estados Unidos, tanto da esquerda como da direita, no isolamento de facções islâmicas e nos preconceitos entre movimentos cristãos, no xenofobismo europeu e nos nacionalismos africanos.



O fundamentalismo não respeita fronteiras de qualquer espécie -- geográficas, cronológicas ou culturais. Um jovem, que ainda não amadureceu sua reflexão, pode ser mais intolerante que um idoso, já bem enraizado em suas convicções. Eu ouvia o José Antônio e pensava: “Este rapaz lê pouco e, quando o faz, nunca terá coragem de aprender com quem não tem a chancela de sua igreja”.



Os fundamentalismos não aceitam contribuição de quem não comunga com os mesmos signos, com os mesmos cacoetes de seu grupo. Os diferentes podem até tentar comunicar alguma verdade, mas serão rechaçados por não serem identificados como “um dos nossos”. Romancistas, músicos, poetas e místicos de outros arraiais estão impedidos de ajudar um fundamentalista a arejar sua mente.





Fundamentalistas desprezam conteúdos e se espantam com rótulos. Aliás, lideranças fundamentalistas adoram xingar com estereótipos. Etiquetam uma pessoa como herege para que seus argumentos fiquem sob judice antes de serem articulados. O pavor de deixar-se contaminar por um apóstata encerra qualquer diálogo.



José Antônio tentava me persuadir de que o futuro da fé cristã jaz no passado. “Temos que voltar”, repetiu várias vezes. Como eu sabia que qualquer iniciativa de estabelecer uma conversa seria frustrada, apenas pensei: “Mas, voltar ao quê?”. A idealização do passado é arma bastante usada por aqueles que enxergam a coragem de pensar fora da caixa como pecado mortal. Veneram teólogos do século 17 como autênticos instrumentos de Deus e consideram os atuais pretensiosos por desejarem articular teologia para sua geração. Mal sabem que muito do que se considera ortodoxo hoje, soou esquisito para alguém do passado.



Depois de quase cinquenta minutos de monólogo, antes que José Antônio tomasse fôlego, consegui dizer que Jesus Cristo foi relativista. Ele relativizou a lei em nome da misericórdia ao perdoar uma mulher apanhada em adultério; relativizou a tradição ao curar no sábado; relativizou sua própria proibição de alcançar os gentios ao atender ao pedido de uma mulher aflita devido à doença da filha. José Antônio arregalou os olhos quando eu disse que Jesus foi um vanguardista. Ele estava à frente do seu tempo quanto à valorização da mulher e o trato com a riqueza.



Minha cartada final, que escandalizou até os fios de cabelo de José Antônio, foi quando eu disse que nem ele nem eu podemos nos arvorar de ter toda a verdade. Jesus afirmou: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Porém, há pelo menos três verdades para conhecermos, todas inexauríveis: a pessoal, subjetiva, a externa, do mundo, e a de Deus, transcendente. Quem se aventurar a conhecer a si, o mundo que o rodeia e a Deus, deve saber que nunca chegará à sua meta.





Abracei afetuosamente José Antônio quando nos despedimos, mas temi por sua alma. Vi que ele corria o sério risco de perpetuar uma fé amarga, obtusa e, crescentemente, isolada. No escanteio e sem credibilidade, seu cristianismo parecerá com o sal que perdeu seu sabor. Torço para que a geração que me sucederá seja tão assustadoramente revolucionária como foi Jesus de Nazaré.



Soli Deo Gloria

 
 
Vi no http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=61&sg=0&id=2402
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O Arminianismo é mais consistente com a Palavra de Deus

Graça e paz a todos!




Amados irmãos eu gostaria muito que os irmãos reformados, calvinistas, presbiterianos ou que se enquadrem em quaisquer outros grupos que discordam do semipelagianismo e do arminiansmo expusessem suas idéias a respeito do que discorro a seguir.



O meu intuito é aprender sempre e, em muitos blogs e foruns calvinistas os comentários para os arminianos posuem classificação zoológica e não Teológica.



Sei que aqui pela democracia do espaço, (forma) que nos é permitida pelo Semeadores e pelo alto nível dos participantes (conteúdo) poderemos expandir nossos conhecimentos (conceitos) para podernos ser edificados e melhor glorificar o nosso Senhor Jesus Cristo (Aplicação)

Eu só peço a quem me replicar que por farvor, não coloque textos de terceiros, ou grandes partes de escritores reformados e calvinistas, pois enfadaria os que lêem e desfocaria do objetivo prinicipal do debate, pois para mim as opiniões dos irmãos registradas pelos próprios irmãos com suas palavras me faria crer que o calvinisnmo não é apenas um grande numero de servos mudos que obedecem um sistema totalitário de segregação cristã



Ficarei muito honrado pela participação dos irmãos expondo suas convicções e não espelhando as convicções de ilustres pensadores do passado, os quais respeito muito, mas, não me convenceram, (por isso seus textos aqui são desnecessários), entre eles cito John L.Dag pelo qual nutro uma admiração profunda e também Louis Berkhof e John D.Davis, entre outros. Basta citá-los, por favor.



Pois a maior caracteristica de um rio é a contínua fluência de suas águas e não os limites de seu leito. (By my self) Muitos calvinistas somente ecoam e reverberam o que escritores do passado afirmaram, pouco ou quase nada explicam moldando seus sistemas em 1Pe.3:15 de forma convincente e cristã, pois em determinado momento da discussão abandonam os elementos do Fruto do Espírito e revelam o que de fato está em seus corações. Não estou aqui por outro motivo qualquer que não seja o de aprender, pois confesso, sei que o calvinismo é uma visão aprimorada do agostinianismo. Agostinho de Hipona (Santo Agostinho 354-430 dC) falava sobre eleição e predestinação. João Calvino duzentos anos depois incorporou a ideia a uma teologia determinista exacerbadamente dogmatica.



Sinceramente não creio que muitos irmãos me replicarão, porém espero estar enganado:



AD MAJORIAN DEI GLORIAN



SUCINTAMENTE REGISTRO AQUI PORQUE O CALVINISMO ME CONFUNDE



1) Permeia a teologia bíblica as três obras de Deus. A Criação, a Redenção e a Provisão. Nelas não há o menor vestigio de que Deus destrua nada do que foi criado e definido como "seres morais" (anjos e humanos) Deus é sempterno, não tem começo nem fim, os seres morais tem começo, mas não tem fim, são eternos ou num estado de gloria ou num etado de castigo eterno.



2) A execução das três obras é temporal e cronológica. A revelação diz antropomorfica e ontologicamente que a Criação vem em primeiro lugar, depois a redenção e por ultimo a provisão. Mas na ECONOMIA DA TRINDADE não é assim. A primeira obra planejada E EXECUTADA foi a Redenção. Jo.17:5; Ef.1:4;1Pe.1:20; Ap.13:8. A segunda foi a da criação e a terceira a da Provisão.



3) Além do que está revelado na PPD (Poderosa Palavra de Deus) o que de Deus podemos saber. E a revelação nos informa que o Ser de Deus possui em sua essência e pleroma vários atributos, que alguns dogmaticos definem como absolutos por pertecerem ao Ser de Deus e outros definem como relativos por serem também encontrados em suas criaturas morais. O que nos importa aqui é que esses atributos são: Amor, Justiça e Santidade. Para não me alongar muito nesse ponto, para mim e para os arminianos o calvinismo limita não somente as obras de Deus como tambem seus atributos. Eu sequenciei as expressões: "para mim" e "para os arminianos" justamente porque não me considero arminiano na acepção da palavra, mas aceito que o termo implicite as ideias com as quais eu compartilho e me fortaleço na fé.



4) Somente essa preciosa informação corrobora com 1Pe.1:2 que diz:

"...eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas". Esse versículo é apenas um dos muitos que são refutados pelos calvinistas por definirem eles que o substantivo presciência aqui signifique preordenação.



5) Para mim a Eleição e a Predestinação de fato existem como a Biblia as revela e o seu entendimento transcende a limitação humana que crê que Jesus Cristo morreu apenas para os que ouviram falar dele e o aceitaram. Para mim a morte de Jesus não cobre somente o período eclesiastico. Para mim o MINISTÉRIO do nosso senhor e salvador JESUS CRISTO cobre os tres estágios da morte, retrospectiva, perspectiva e hodiernamente. De forma bem sucinta e fazendo uso do primeiro ponto do calvinismo para com ele refutar o sistema todo, particularmente creio que quanto a cobertura (expiação) da morte de cristo retrospectivamente cito o exemplo de Enoque que foi trasladado para as regiões celestiais somente porque Cristo ja havia sido morto antes mesmo da fundação do mundo. Hodiernamente vivemos no tempo da graça ou como alguns chamam e por não afetar a revelação creio que o termo seja aplicavel, dispensação da graça. E perspectivamente a cobertura (expiação) de Cristo salvará tambem os do milênio que não precisarão nem de fé e nem de Biblia para serem salvos.



6) Pouquissimas pessoas abordam os três aspectos (estágios) da morte e se limitam ao período da Igreja. Gravissimo erro. Haverá salvação no milênio, isso é fato. Haverá tambem pecado e condenação, Is.65:20. Mas a fé é somente para a Igreja justamente pelo que define seu conceito. ....Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas QUE NÃO SE VÊEM. Hb.11:1.



7) Que fascinante! No milênio NÃO haverá fé, pois todos verão Jesus reinando. (VEJAM O GRIFO ACIMA) E, por conseguinte não haverá mais a biblia nem a pregação da PPD. E os que serão salvos no milênio já estão eleitos segundo o calvinismo? E os que pecarem? Registro aqui que jamais encontrei literatura calvinista que extrapola os limites eclesiasticos quanto ao seu tempo e seu espaço.



Elaborando....



1) Tanto o Calvinismo como o Arminianismo são o que eu defino como PERIFERIA DA REVELAÇÃO. Não são o CERNE DA REVELAÇÃO BÍBLICA.



2) O CERNE é o que alisto abaixo e que no primórdio da história da Igreja era conhecido como KERIGMA



2a) Ouvir a Palavra de Deus

2b) Reconhecer o estado de miséria sem a graça de Deus (fé e regeneração)

2c) Aceitar a salvação pela graça de Deus (confissão pública)

2d) Confessar os pecados e abandona-los (arrependimento)

2e) Batizar-se quando possível e se possível. (nascer da água)

2f) Viver uma vida santa, piedosa e obediente a Palavra de Deus (santificação)

2g) Amar o próximo e exercer a comunhão entre os irmãos (exercio do amor)

2h) Evangelizar os que estiverem ao alcance (serviço cristão)

2i) Perseverar até o fim esperarando a vinda de Cristo (perseverança)



3) Apresento aqui duas situações que corroboram a idéia de que o calvisnismo como sistema teológico é um dogma incompleto em comparação com o arminianismo e me confunde muito.



1º caso - Primeira situação



3a) Pessoas extremamente humildes, pobres e analfabetas vivem o evangelho pleno (o autêntico comportamento kerigmatico) sem quaisquer conhecimentos acerca da teologia dogmatica e doutrinária. Elas ouvem, acreditam, se convertem e simplesmente vivem, perseveram e morrem na fé. Seriam elas atraidas pela graça irresistivel? Não creio, pois se assim fosse elas o saberiam e não enfrentariam tantas dificuldades no curso de suas vidas que as impelissem ao contrário. A vitória delas e de todos os que agem assim foi e é possível mediante o uso da fé como faculdade espiritual e superior (mente de Cristo) as demais meramente humanas (intelecto, sentimento e volição). O homem não é simplesmente atraído por uma força poderosa que os calvinistas definem como graça irresistivel. O homem é transformado de fé em fé até atigir a estatura de varão perfeito, fazendo uso da mente de cristo, ou seja caminha deliberadamente para o encontro do seu senhor e salvador cônscio de seus atos. A fé deve ser obedecida deliberadamente e não peremptoriamente como que por imposição divina. Rm.1:17; Rm.5:1; Rm.12:1-3; Ef.4.10-15; Tg.2:26, podendo a qualquer momento deliberadamente disistir. Lc.14:33-35; Hb.6:4-6; Hb.12:1, Ap.2:10,3:11



3b) Ao meu ver a graça irresístivel suprime a revelação Bíiblica dos galardões. Se o eleito é atraido irresistivelmente para Deus de forma compulsória, por que heveriamos de exercer o altruismo por deliberação pessoal com motivos sinceros de louvor a Deus, ação de graças e envolvimento com o reino dos céus? Mt.6:33. A deliberação pessoal em seguir a Cristo é fundamental. Mt.13:45-46.



3c) Quanto aos kerigmaticos analfabetos, não estou aqui fazendo apologia a nenhuma alienação. Mas, não é segredo para ninguem que as igrejas reformadas, as chamadas TRADICIONAIS como a Batista, a Presbiteriana, e outras episcopais reformadas seguem os ensinos calvinistas. As Pentecostais e neopentecostais seguem o arminianismo. O interessante é que nem nas reformadas nem nas pentecostais se dá enfase a isso, ou seja, nas reformadas até se encontra alguem que associe o calvinsmo as suas igrejas e nas pentecostais aproximadamente 95% desconhecem ambos os termos. Por isso que tais dogmas são secundarios, sequer necessitam de aprovação dos que eventualmente o seguem.



3d) Tenho perfeita ciência que o calvinismo como sistema teológico o é, independentemente do conhecimento dos que nele se enquadram, assim, tanto faz se as pessoas são graduadas ou analfabetas, ele o sistema sempre será o que se propõe a ser. O problema do calvinismo é a segregação dos que o seguem intelectual e deliberadamente com os que não o seguem. Somente esse fato o caracteriza como dogma em sentido contrário a Podrosa Palavra de Deus.



3e) Os maiores inimigos da Igreja primitiva eram o estoicismo, o epicurismo e o gnosticismo. O calvinismo exacerbado pode ser comparado em essencia ao ultimo, pois exige o conhecimento do que a propria bilbia designa como secundário.



2º caso - Segunda situação



3d) A melhor maneira de se entender qual dos dois sistemas é o mais próximo da revelação biblica é contextualizar ambos com as vidas de Jesus e dos apóstolos.



É simples. ISSO É MUITO SÉRIO, PELO MENOS PARA MIM....LEIA COM ATENÇÃO, POR FAVOR



Imaginemos Jesus Cristo CALVINISTA no jardim das oliveiras.



...Pai, eu desejo que afaste de mim esse cálice....Mas eu não posso ter vontades. Tu determinaste que eu morresse pela humanidade e eu não tenho escolha e assim eu farei.



Imaginemos Jesus Cristo ARMINIANO na mesma situação.



....."E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres." Mt.26:39

Ou seja, sem nenhuma mudança.

Imaginem o Senhor Jesus CALVINISTA no monte das oliveiras na seguinte ocasião:

....Infelizmente eu gostaria de rogar a meu Pai, para que Ele me mandasse agora mesmo mais de doze legiões de anjos, mas não posso faze-lo porque tudo está determinado"

Imaginemos Jesus Cristo ARMINIANO na mesma situação.

"...Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos? Mt.26:53".

Ou seja, mais uma vez, sem nenhuma mudança, sem quaisquer alterações no texto revelado.

Pode-se inferir a mesma coisa se confrontarmos o calvinismo com situações vividas pelos Apóstolos.

O ARMINIANISMO é o que mais se aproxima da DOUTRINA BÍBLICA REVELADA, a despeito de ser dogmático como o calvinismo.



1) Alguem até pode me indagar. "Mas o que tem a ver o calvinismo ou o Arminianismo com nosso Senhor Jesus Cristo ou com seus Apóstolos?" A resposta é simples e sucinta. Jesus Cristo é o autor e consumador da fé. Hb.12:2a. Como Deus Ele a criou, a elaborou e como homem Ele a experimentou, a sancionou, a homologou e definitivamente a aprovou. Jesus disse que beberíamos do cálice que ele bebeu e se os calvinistas pensam o contrário do que exponho aqui de que os sistemas “calvinismo” ou “arminianismo” ou outrois “ismos biblicos quaisquer” so se aplicam aos salvos e não ao salvador ta sistemas são NULOS PER SI segundo Mt.26:39 e Mat.26:53



2) Se a salvação é pela fé no periodo eclesiastico, é mais do que obvio que as ideias tanto de Calvino como as de Jacó Arminio devem estar implicitas em todas as atitudes de Jesus Cristo em seu ministério terreno.



3) Seria intolerável acreditar que um SISTEMA TEOLÓGICO COMO O CALVINISMO relacionado a CRISTOLOGIA, SOTERIOLOGIA E A HAMARTIOLOGIA nada tivesse a ver com Cristo ou não fosse experimentado e sancionado por Ele, isso seria o maior absurdo entre as afirmações calvinistas.



4) É POR ISSO QUE REITERO. O ARMINIANISMO, NÃO COMO DOGMA, MAS COMO ELEMENTO CONSTITUTIVO, É O QUE MAIS SE APROXIMA DA DOUTRINA CRISTÃ REVELADA. Não descarto dois pontos dos cinco pontos calvinistas. Creio que a depravação total e a perseverança dos santos são de fato reveladas na PPD. Reiterando o que afirmei acima, a perseverança dos santos não em molde totalmente monergista e sim sinergista na maioria dos casos.

Alem do que no mundo em todas as eras existem os autênticos filhos do diabo. Não estou aqui aplicando o silogismo biblico aos que não aceitam o evangelho. Estou falando de filhos mesmo, na acepção da palavra. O diabo tem filhos no mundo e ninguem sabe, provavelmente nem ele, pois segundo Jesus o diabo só sabe das coisas do homem e desconhece as coisas de Deus.

Encerrando deixo algumas questões deveras simplices para os irmãos:



1) - Quando uma pessoa confessa (popularmente aceita Jesus), ou seja, se decide publicamente num culto em lugar fechado ou aberto ou simplesmente sozinha em sua casa ela tem de imediato seu nome escrito no Livro da vida ou o seu nome já estava lá escrito pela eleição e predestinação?



2- Se o monergismo é a plena atuação de Deus Pelo Senhor Espírito Santo na vida dos eleitos, sem que o salvo tenha sequer a minima possibilidade de decidir alguma coisa, como explicar a declaração de Jesus a Nicodemos de que o novo nascimento (regeneração) se dá pela Agua e pelo Espirito, sabendo que água aqui se refere ao batismo e muitos se batizam quando bem entendem?



3) Se há uma eleição baseada em decretos divinos e por conseguinte uma expiação limitada, por que o Senhor Espírito Santo precisa convencer o mundo do pecado da justiça e do juizo e se o Todo Poderoso Senhor espírito Santo opera por grça irresistível, por que o Apóstolo Paulo pede pra que não extingais o Espírito em 1Ts.5.19?



4) Agora deixo a questão mais complicada e em nenhum lugar encontrei argumentos calvinistas que a desacreditem. Se o calvinismo afirma categoricamente que no homem não há nada que mereça a salvação de Deus, por que o próprio Deus ao amaldiçoar a familia de Jeroboão afirmou que Abias seu filho seria o único a ser poupado da maldição porque nele havia coisa boa aos olhos do Senhor? 1Reis 14.1:13



Toda Glória a Deus


Gilberto de Andrade Monteiro


São José dos Campos - SP
 
 
Vi no http://www.arminianismo.com/forum/viewtopic.php?f=16&t=725#p10682

quinta-feira, 28 de abril de 2011

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Ganhei nova fé





Recebo muitos pedidos para que volte e ser o "Ricardo de antigamente". Impossível voltar ao passado e mais impossível ainda, vestir os andrajos que o tempo corroeu. Muitas coisas perderam ímpeto dentro de mim. Hoje, algumas afirmações se esvaziam antes mesmo de alcançarem meu coração. Certas concepções já não fazem sentido quando organizo a minha existência.




Ganhei nova fé. Não acredito mais na fé como força dirigida a Deus que o induz a agir. Entendo a verdadeira fé como coragem para enfrentar a existência com os valores de Jesus de Nazaré. Fé significa que a verdade vivida e revelada por Cristo basta para que eu encare as contingências do mundo sem desumanizar-me. Minha fé não pretende movimentar o Divino, mas ser pedra de arranque onde impulsiono a caminhada na deslumbrante (e perigosa) aventura de viver.



Já não espero que uma relação com Deus me blinde de percalços. Não acredito, e nem quero, Deus me revestindo com uma armadura impenetrável. Considero um despautério prometer, em meio a tanto sofrimento, que os obedientes e puros passarão pela existência incólumes, sem sofrerem doenças, acidentes, violência.



Ganhei nova fé e considero leviano afirmar que ao orar, mulheres pouparão os filhos de se envolverem com drogas, promiscuidade e outros males. Por que Deus ficaria de mãos atadas ou indiferente diante das opções, muitas vezes atrapalhadas, de rapazes e moças? Seria justo afirmar que se os pais não vigiarem, Deus permitirá a perdição eterna dos filhos? Como Deus induz alguém a se arrepender? Ele força e arrasta, em resposta ao pedido dos pais? Não seria mais responsável ensinar que a "salvação" dos filhos não depende tanto de uma intervenção divina, mas do exemplo dos pais?



Tanto na Bíblia hebraica, o Antigo Testamento, como no ministério terreno de Jesus, há relatos de que Deus se recusa a manipular e coagir para trazer qualquer pessoa para si. Deus é amor. Quem ama se faz vulnerável ao abandono. Um exemplo clássico vem do profeta Oséias que encarnou repudio semelhante ao de Iahvé.



Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava mais eles se afastavam de mim (11.1).



No Evangelho de Lucas, Jesus lamentou sobre a cidade de Jerusalém que, além de repetir o antigo hábito de perseguir os profetas, agora o rejeitava:



Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! (13.34).



Ganhei nova fé e deixei de acreditar que os que cumprem ritos religiosos vivem um céu de brigadeiro. Não imagino que, ao obedecer corretamente os mandamentos, o mar da vida pare de ser arriscado.



Ganhei uma fé que não precisa orar de olhos fechados, debulhar terços em rezas, pedir ajoelhado, fazer campanhas, interceder ferozmente em vigílias e clamar aos gritos. Sei que o paganismo rodopia nessa lógica, mas agora entendo que Cristo a negou. As vãs repetições acabam expressando a voracidade de uma espiritualidade que contempla ganhar o que outros mortais não conseguiram. Considero esse tipo de devoção puro clientelismo. Murros em ponta de faca, que misturam ilusão com uma esperança bem parecida com os anseios da tartaruga que sonha com as alturas, mas é obrigada a respirar o pó da estrada.



Ganhei uma fé com demandas éticas. Não seria indigno um cristão pedir que Deus lhe ajude a passar em concurso público? Sim, esse tipo de oportunismo em nome de Deus é aberração ética. Em uma enconomia como a latino americana que gera excluídos, não cabe rogar que “o Senhor abra uma porta de emprego”. Não faz sentido conceber que o Todo Poderoso esteja, não se sabe por quais critérios, a recolocar seus eleitos no mercado de trabalho. Ganhei uma fé que luta por mais justiça nos chamados países emergentes, com bolsões miseráveis, onde bilhões sobrevivem com menos de 1 dólar por dia.



Já me indispus com grandes segmentos religiosos. Noto, sim, as idealizações de um movimento que deseja ser tratado como o próprio reino de Deus. Inundado de insinuações de que estou em crise, crisolo, mudo de pele, revisto-me de maturidade. Repito o padrão paulino: "deixo as coisas de menino". Sei que muitos jargões piedosos cumprem o papel ideológico de afastar as pessoas da realidade empurrando-as para o delírio religioso. Mas nesse caso religião e ópio são iguais.



Soli Deo Gloria

 
 
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Pós-Calvinismo: 3. Consequências


Scot Mcknight



Estou expressando em uma série de mensagens como “eu mudei de opinião” sobre o Calvinismo e adotei uma visão mais arminiana de se ou não o cristão pode lançar fora a redenção.




Esta jornada passou pelo livro de Hebreus, onde eu sugeri que podemos encontrar quatro elementos para cada Passagem de Advertência. Hoje eu quero analisar brevemente o quarto elemento, as consequências. Bem poucos discordarão disto, espero.



O primeiro comentário está em Hb 2.3: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” A resposta subentendida é “Não escaparemos”.



Aqui estão outras para considerarmos:



3.11: Não entrarão no meu descanso.

6.4-6: É impossível outra vez renová-los para arrependimento (cf. 12.16-17).

10.26: Já não resta sacrifício pelos pecados.

10.27: Pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.

10.28: Sem misericórdia morre.

10.30-31: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

10.39: Perdição.



Se aceitarmos a proposta que as Passagens de Advertências estão lidando com os mesmos sujeitos, etc., então podemos sintetizar esta evidência nesta conclusão: o autor de Hebreus alerta um grupo específico de pessoas sobre algum pecado e dizem a elas que se cometerem esse pecado, elas se encontrarão fora da companhia de Deus. Eles serão despojados.



Não vamos dizer o que o texto diz: aqui está uma advertência extrema sobre as terríveis consequências na eternidade.



Há bastante espaço aqui para debate teológico: o que Hebreus diz é consistente tanto com a visão tradicional/ortodoxa da eterna separação de Deus assim como com as mais recentes visões de alguns evangélicos britânicos sobre o Aniquilacionismo. Quanto a isso, estou certo que meus amigos teológicos católicos romanos me dirão que é também consistente com o purgatório. Vamos deixar isso para lá por agora (algum dia, no entanto). A advertência de Hebreus é extrema. Não se trata de uma ruptura de comunhão, mas do “grande abismo”.



Amanhã, escreverei sobre a exortação dada pelo autor à sua audiência.



Tradução: Paulo Cesar Antunes



Vi no http://www.arminianismo.com/
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Pós-Calvinismo: 2. Palestras em Trinity


Scot Mcknight



Um dos cursos que lecionei em Trinity, NT 612, incluía uma análise do livro de Hebreus. E uma ou duas vezes lecionei Exegese Avançada e seguíamos pela totalidade do texto grego de Hebreus. Os cursos me estimulavam profundamente, e devo dizer que de um modo geral os estudantes ficavam atentos à significação dos tópicos que estávamos discutindo. (Não que eles ficavam atentos quando falávamos sobre Melquisedeque.)




Um dos pontos centrais de minhas palestras foram as Passagens de Advertências. Há cinco delas. Gostaria de copiá-las todas nesta mensagem, mas ocupariam espaço demais. Aqui estão elas:



1. Hb 2.1-4

2. Hb 3.7-4.13

3. Hb 5.11-6.12

4. Hb 10.19-39

5. Hb 12.1-29



Destas, a número 3 atrai toda a atenção, e especialmente 6.4-6, que é como segue:



É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.



Estes versículos merecem toda a atenção que têm, mas os outros merecem mais do que estão tendo. É comum a muitos leitores da Bíblia encontrar em Hb 6.6 (“e caíram”) um sentido desconcertante que este texto parece sugerir que eles podem perder sua fé, apostatarem-se, e nunca serem restaurados ao arrependimento, e isto significa uma má notícia. Muitos respondem fazendo uma análise minuciosa do texto, isolando cada expressão, perguntando se talvez ele não seja tão desagradável como realmente parece, e acabam (em muitos casos) desistindo convencidos de que este texto na verdade não ensina que um crente pode “perder sua salvação.”



Elaborei duas propostas em um artigo de jornal que escrevi em 1992, e quero desenvolvê-las com vocês para ver o que pensam de minhas sugestões.



Mas voltemos para a minha classe: o que eu pensei que faria era apresentar tão claramente quanto possível um entendimento alternativo das Passagens de Advertências em Hebreus. Para fazer isto, passei horas e horas trabalhando nestas passagens em seus contextos e então chegando a uma conclusão sobre elas.



Então, sugeri nessa classe que examinássemos conjuntamente duas propostas: a primeira, que considerássemos analisar as Passagens de Advertências como um todo. Isto é, ler cada uma em seu contexto, mas também compará-las em conjunto enquanto fazendo basicamente as mesmas coisas. Isto nos permitiria sintetizar estas passagens em um todo significativo. A segunda, eu descobri que quando fazemos isto, encontramos quatro características em cada Passagem de Advertência.



Aqui está o que descobri e o que disse àquela classe (e cada uma depois dessa). Cada passagem tem:



1. A audiência ou as pessoas: trata-se de quem? Do que o autor as chama?

2. O pecado sobre o qual o autor alerta esta audiência: o que pensa que elas podem estar fazendo?

3. A exortação que o autor dá cada vez: o que eles devem fazer ao invés do pecado?

4. As consequências que o autor explica se eles não responderem à sua exortação: o que acontecerá se eles não responderem corretamente?



Eis o que aconteceu nessas classes: geralmente os estudantes concordavam com as conclusões que tirávamos de cada parte das Passagens de Advertência. Agora, como sabemos, minhas conclusões eram que o autor alertava a audiência da apostasia e os alertava para que eles não se privassem de sua salvação. O que me surpreendeu foi o número de estudantes que concordou comigo. Afinal de contas, eles eram daqueles evangélicos conservadores leais que em geral acreditavam na segurança eterna, certeza de salvação e ideias afins.



Me esforçarei ao máximo para ser específico amanhã, mas faremos um bom progresso. Começarei com a número 4 e percorrerei toda a lista.



Por agora, gostaria de desafiar vocês a lerem esses textos e pensarem sobre essas quatro categorias para cada Passagem de Advertência.



Fonte: http://www.patheos.com/community/jesuscreed/2005/07/29/post-calvinism-trinity-lectures/



Tradução: Paulo Cesar Antunes



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Pós-Calvinismo: 1. Dias de Estudante em Trinity


Scot Mcknight



Quando fui para Trinity no outono de 1976, a primeira coisa que notei foi quão intrincadas eram as discussões teológicas. Aquelas pessoas sabiam do que estavam falando e conheciam textos bíblicos, discussões teológicas e a história da Igreja. Tive um certo trabalho para estar apto a participar dos debates. Foi um desafio pelo qual sou grato até hoje.



O Calvinismo não era uma questão prioritária, mas poderia surgir a qualquer momento, bastando que alguém desse alguma informação desencontrada. Tive alguns palestrantes maravilhosos: H. Dermott McDonald era um ecêntrico teólogo de Londres que nos dizia que nosso plano de estudo era a biblioteca e que devíamos ir para lá estudar sobre “Deus, o Homem e Cristo”, e então voltar para fazer seu exame no final. David Wells ensinava Pecado e Salvação, e começou nos contando que sua mulher dizia que ele poderia ensinar a primeira metade da classe dando uma autobiografia. McDonald não era calvinista; Wells era. Meus professores de Novo Testamento não levantavam tais assuntos: Norm Ericsen e Murray Harris. Mas então Grant Osborne veio para TEDS (Trinity Evangelical Divinity School). (Assim, eu posso culpar Grant por esta jornada, o que ele ficaria feliz por obter os créditos).


Vou passar um relato do que aconteceu. Grant é famoso por seus panfletos, e ele tinha um sobre a Segurança Eterna. Era um folheto extenso e ele me pediu para trabalhar nele, adicionar alguma bibliografia e em geral reescrevê-lo. Foi uma grande tarefa para mim, mas era a primeira chance real que eu tive de fazer algo desse nível. Para me preparar, Grant sugeriu que eu lesse Kept by the Power of God, de I. Howard Marshall. O que eu fiz. De capa a capa; sublinhei algumas partes; tomei notas; consultei comentários. Levou um bom tempo. Quando fiz uma pausa em Hebreus, eu estava persuadido de que estava equivocado sobre o Calvinismo. Como C. S. Lewis subindo em um ônibus e então descendo convertido, mas não sabendo quando ou como, da mesma forma aconteceu comigo: do começo de meu trabalho com as notas de Grant até a leitura de Marshall e discutindo com ele até que ele me jogou ao chão e me imobilizou, eu me convenci de que não era mais calvinista. Isso não significa que eu abandonei a arquitetura do Calvinismo, mas apenas sua teologia.


Era e ainda é minha convicção de que os cinco pontos são interdependentes. Você pode abandonar o 5º de alguma forma (eu não acho que pode, mas alguns pensam que sim) e você precisaria adicionar um 6º (Responsabilidade), mas se o entendimento arminiano de “perder a salvação” está correto, então o Calvinismo não está correto. (Eventualmente irei mostrar por que eu não gosto da expressão “perder a salvação”.) Deixa eu ser mais claro: se a graça de Deus pode ser resistida de alguma maneira, se os crentes podem de alguma forma escolher privar-se de sua salvação, então a eleição incondicional e a graça irresistível (e provavelmente a expiação limitada) e certamente a perseverança/preservação dos santos não estão corretas.


Encontrei duas grandes fraquezas na teologia do Calvinismo (e também uma desorientação em sua arquitetura): em primeiro lugar, a ênfase de sua arquitetura não é a ênfase da Bíblia. Seu foco na Soberania de Deus, o que muito rapidamente se torna muito menos uma doutrina de graça do que uma doutrina de controle e teodicéia, etc., e sua ênfase exagerada na depravação humana não são a ênfase que encontrei na Bíblia. Não estou contestando a presença destes temas; estou contestando que neles se encontram a gravidade da ênfase na Bíblia. Sim, eu sei que todos nós temos metanarrativas que reúnem todas as coisas, e o Calvinismo é uma dessas metanarrativas. Funciona para alguns; ele simplesmente não funciona para mim.


Em segundo lugar, considero deficiente, e algumas vezes completamente equivocada, a exegese do Calvinismo de passagens cruciais. Eu estava uma vez parado, anos após ter começado a lecionar em Trinity, em frente à porta de casa conversando com dois professores sobre minha visão de Hebreus, quando eu simplesmente fiz uma pergunta a um deles, “Quem você acha que melhor responde à interpretação arminiana de Hebreus?” Esse professor disse, “Philip Hughes.” Eu tinha acabado de ler Hughes e o considerei fraco. De fato, o que eu pensei foi o seguinte: “Se esse é o melhor, então não há debate.” O outro professor disse, “Concordo, Scot. Hughes não responde as questões.” Então ele disse, “Não tenho certeza se algum comentário realmente tenha uma resposta satisfatória.” (Esses dois professores eram calvinistas, e ainda são. Deus os abençoe.) O que estou dizendo é que conclusões exegéticas que eu estava tirando (em todos os tipos de passagens) não eram adequadamente respondidas pelos calvinistas que eu estava lendo. Eu acredito que dei a eles uma bela oportunidade.


Então, é aqui onde me encontrava quando parti para Nottingham fazer meu doutorado em Novo Testamento. Fui educado entre os batistas defensores da segurança eterna que pegavam o que gostavam do Calvinismo e desprezavam a maioria dos cinco pontos. Então eu me tornei mais consistentemente calvinista lendo os puritanos e Calvino.


Então eu li a Bíblia de um ponto de vista diferente e tudo veio abaixo. Se a Bíblia, assim concluí, ensina que alguém pode ser crente e de alguma forma privar-se desse estado, então a teologia do Calvinismo não pode estar correta.


Isto me deixou com uma mistura estranha de teologia: fui educado batista; tinha lido mais do que o necessário dos anabatistas da Igreja Baixa e me considerava um desses no que se refere a onde a teologização deve começar: com Jesus. E eu estava agora estudando a Bíblia com algumas conclusões arminianas sobre a soteriologia.


Após dois anos na TEDS inglesa, me ofereceram um emprego temporário para lecionar Novo Testamento que durou dois anos, e então (pela graça de Deus) foi elevado para cargo integral quando Wayne Grudem, na providência de Deus, mudou para Teologia Sistemática.


Dentro de dois anos, fui requisitado a lecionar Hebreus em um curso acadêmico, e decidi passar meu verão inteiro realizando a exegese de Hebreus e estava determinado a me concentrar naquelas perturbadoras passagens de advertências para ver se eu poderia estabelecer as questões de uma vez por todas.


Se estou certo sobre Hebreus, o Calvinismo está errado. O número de estudantes que escreveu ensaios de meio de semestre concordando comigo me deixou nervoso. Não foi nenhuma coincidência que um bem conhecido professor calvinista, a quem eu frequentemente chamava “D. A. qual é o nome dele?” na classe, começou a lecionar Hebreus logo depois.


Amanhã eu começarei sobre as passagens de advertências em Hebreus, sendo a mais famosa Hb 6.4-6. Eu acredito que posso provar que o autor acreditava que os “crentes” podiam privar-se de sua salvação.


Fonte: http://www.patheos.com/community/jesuscreed/2005/07/29/post-calvinism-trinity-student-days/


Tradução: Paulo Cesar Antunes


Vi no http://www.arminianismo.com/
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Como é difícil pensar fora da caixa




Os mais idosos ganham certos direitos com a idade. Não precisam esperar em filas, têm desconto nas bilheterias dos teatros e, no Brasil, não pagam passagem de ônibus. Envelhecer tem outras vantagens menos óbvias. Os mais experientes ganham o privilégio, por exemplo, de se zangarem. Permitimos que reclamem dos barulhos inconvenientes, de casa mal arrumada e de outros detalhes que chateiam.


Estou longe de tornar-me um velho, mas já reivindico pelo menos um privilégio: quero o direito de me aborrecer com pessoas preguiçosas para pensar. Descobri também um horror: o universo dos indolentes mentais é muito maior do que jamais imaginei. Dou exemplo. Um aluno de teologia visitou meu site e mandou a seguinte mensagem:


“Ricardo, meu professor advertiu-me que você vem escrevendo muitas heresias e que eu devo fugir de sua influência perniciosa. O que você tem a me dizer? É verdade”?


Confesso que meu sangue cearense, “cabra da peste”, ferveu. Tive vontade de jogar qualquer escrúpulo às favas, vestir o uniforme de idoso, e responder ao noviço: “Senhor bobão, você acabou de acessar um site com centenas de textos que escrevi nos últimos quatro ou cinco anos. Por que não se dar ao trabalho de ler e tirar, por você mesmo, algumas conclusões?”.


Imaginei que feriria a sensível piedade do jovem. Apaguei a mensagem, contei até dez e não respondi nada. Mas fiquei remoendo, com vontade de escrever uma única frase: “Realmente, não parece justo que haja tanto empecilho para a liberdade e que seja tão fácil aceitar cabrestos”.


Pensar não é difícil. Pode ser perigoso, mas não é complicado; pode ser trabalhoso, mas não é proibido.


Prefiro correr o risco de me expor às ameaças de um grupo que me rotula como herege peçonhento a ser encabrestado por um mestre obtuso e preconceituoso. É muito mais digno ter opinião própria do que regurgitar preconceitos mal digeridos por alguém.


A religião tenta preservar-se. Para isso, cria “guantánamos”. Os “Galileus”, que ousam afirmar suas constatações, são odiados por sacerdotes até que se retratem.


Quando alguém se arrisca e pisa fora do quadrado, é caçado, como João Huss que não se conformou com as viseiras farisaicas que lhe foram dadas. Alguns, como Martin Luther King, que não se curvou ao status quo, precisam sumir.


A religião de certezas não tolera uma espiritualidade que aceite quaisquer incertezas. O fariseu precisa de sistemas herméticos para que sua opinião permaneça. Na base da certeza religiosa está a escassez de diálogo. Merecem castigo os que se abrirem à verdade que não consta nos autos de fé. Diante do dogmatismo, quem se atreve a pedir explicações ganha o exílio.


A elite eclesiástica rotula de apóstata quem tenta olhar por cima das cercas dadas. Ela acha danoso ver se há vida fora do seu pequeno catecismo. Ao religioso não interessa defender o livre pensar. Melhor criar um ambiente de ojeriza aos “rebeldes” para que se duvide o que eles afirmam antes de mesmo de ser dito.


Lamentavalmente, o problema não vem só do censor. Nem todos gostam da liberdade, alguns preferem a canga, o jugo do espírito de manada; cabisbaixos, obedecem, odeiam, rejeitam, sem questionar.


Há momentos em que as prerrogativas do velho me dão vontade de gritar: “Pense, amigo. Por favor, pense!". Outras vezes fico piedoso e quero, de joelhos, implorar: “Meu irmão, leia; busque adquirir a maior riqueza que alguém pode possuir: o bom senso”.


Acho que já tenho idade de confessar nervosismo com gente que se deixou massificar pelo ambiente religioso. Aprendi na internet o hashtag #faleiepronto; então, vai lá o meu: "Não suporto mais conversar com pessoas que se contentam em repetir jargões e não têm coragem de assumir todas as consequências do que acabaram de dizer".


Mesmo que fique cada dia mais complicado ler mensagens iguais às que recebi do jovem seminarista, estou decidido: vou continuar. Repartirei ideias, percepções e sentimentos que me são caros. Meu único desejo é contribuir com nossa humanização.


E que Deus me ajude!



Soli Deo Gloria


Vi no http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=61&sg=0&id=2401
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O pastor herege

“Deus nos livre de um Brasil evangélico”, diz o religioso Ricardo Gondim, crítico dos movimentos neopentecostais. Por Gerson Freitas Jr. Foto: Olga Vlahou



“Deus nos livre de um Brasil evangélico.” Quem afirma é um pastor, o cearense Ricardo Gondim. Segundo ele, o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência. Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais. Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo. “Sou o herege da vez”, diz na entrevista a seguir.

CartaCapital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento?

Ricardo Gondim: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento do número de evangélicos. Mas é importante fazer uma ponderação qualitativa. Quanto mais cresce, mais o movimento evangélico também se deixa influenciar. O rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos se dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro.

CC: Como o senhor define esse perfil?

RG: Extremamente eclético e ecumênico. Pela primeira vez, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos moldes do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade. Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.

CC: O senhor escreveu um artigo intitulado “Deus nos Livre de um Brasil Evangélico”. Por que um pastor evangélico afirma isso?

RG: Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a talebanização do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa. O movimento evangélico se expande com a proposta de ser a maioria, para poder cada vez mais definir o rumo das eleições e, quem sabe, escolher o presidente da República. Isso fica muito claro no projeto da Igreja Universal. O objetivo de ter o pastor no Congresso, nas instâncias de poder, é o de facilitar a expansão da igreja. E, nesse sentido, o movimento é maquiavélico. Se é para salvar o Brasil da perdição, os fins justificam os meios.

CC: O movimento americano é a grande inspiração para os evangélicos no Brasil?

RG: O movimento brasileiro é filho direto do fundamentalismo norte-americano. Os Estados Unidos exportam seu american way oflife de várias maneiras, e a igreja evangélica é uma das principais. As lideranças daqui leem basicamente os autores norte-americanos e neles buscam toda a sua espiritualidade, teologia e normatização comportamental. A igreja americana é pragmática, gerencial, o que é muito próprio daquela cultura. Funciona como uma agência prestadora de serviços religiosos, de cura, libertação, prosperidade financeira. Em um país como o Brasil, onde quase todos nascem católicos, a igreja evangélica precisa ser extremamente ágil, pragmática e oferecer resultados para se impor. É uma lógica individualista e antiética. Um ensino muito comum nas igrejas é a de que Deus abre portas de emprego para os fiéis. Eu ensino minha comunidade a se desvincular dessa linguagem. Nós nos revoltamos quando ouvimos que algum político abriu uma porta para o apadrinhado. Por que seria diferente com Deus?

CC: O senhor afirma que a igreja evangélica brasileira está em decadência, mas o movimento continua a crescer.

RG: Uma igreja que, para se sustentar, precisa de campanhas cada vez mais mirabolantes, um discurso cada vez mais histriônico e promessas cada vez mais absurdas está em decadência. Se para ter a sua adesão eu preciso apelar a valores cada vez mais primitivos e sensoriais e produzir o medo do mundo mágico, transcendental, então a minha mensagem está fragilizada.

CC: Pode-se dizer o mesmo do movimento norte-americano?

RG: Muitos dizem que sim, apesar dos números. Há um entusiasmo crescente dos mesmos, mas uma rejeição cada vez maior dos que estão de fora. Hoje, nos Estados Unidos, uma pessoa que não tenha sido criada no meio e que tenha um mínimo de senso crítico nunca vai se aproximar dessa igreja, associada ao Bush, à intolerância em todos os sentidos, ao Tea Party, à guerra.

CC: O senhor é a favor da união civil entre homossexuais?

RG: Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossensuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.

CC: O senhor enfrenta muita oposição de seus pares?

RG: Muita! Fui eleito o herege da vez. Entre outras coisas, porque advogo a tese de que a teologia de um Deus títere, controlador da história, não cabe mais. Pode ter cabido na era medieval, mas não hoje. O Deus em que creio não controla, mas ama. É incompatível a existência de um Deus controlador com a liberdade humana. Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem, então há algo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus  não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um pai todo-poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida.

CC: Mas os movimentos cristãos foram sempre na direção oposta.

RG: Não necessariamente. Para alguns autores, a decadência do protestantismo na Europa não é, verdadeiramente, uma decadência, mas o cumprimento de seus objetivos: igrejas vazias e cidadãos cada vez mais cidadãos, mais preocupados com a questão dos direitos humanos, do bom trato da vida e do meio ambiente.



Gerson Freitas Jr.



Vi no http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-pastor-herege

quinta-feira, 21 de abril de 2011

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Os inimigos da Cruz desmascarados!



Hermes C. Fernandes





“Pois muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora novamente digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp.3:18).





Quem seriam os tais “inimigos da cruz”? Estaria Paulo falando dos romanos, com seu estilo de vida hedonista, idólatra? Ou estaria se referindo aos gregos, amantes do saber? E se tivéssemos que aplicar esta palavra aos nossos dias, a quem caberia a alcunha? Quem são os atuais “inimigos da cruz”? Seriam os muçulmanos? Os homossexuais? Os socialistas? Para sabermos que são eles em nossos dias, temos que descobrir quem eram nos dias de Paulo.



Alguns versos antes, o apóstolo adverte a seus leitores sobre os que ele chama de “cães”, “maus obreiros”, “falsa circuncisão”. Ele não está apontando inimigos externos, mas internos. Os mesmos que em outra epístola ele chama de “falsos irmãos, que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para reduzir-nos à escravidão” (Gl.2:4). É acerca dos tais que devemos redobrar o cuidado, para que não nos tornemos presas suas, “por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens” (Cl.2:8).



Os inimigos da cruz não estão lá fora. Eles estão entre nós! Fazem-se de cristãos, fiéis seguidores de Cristo, expoentes da sã doutrina, conservadores das tradições, porém, sua intenção é outra.



Não é a Cristo que servem, mas ao seu próprio ventre (Fp.3:19).



Pregam uma santidade de fachada, ostentando uma “aparência de sabedoria”, “humildade fingida”, “severidade para com o corpo”, coisas completamente desprovidas de valor real.



Por que Paulo os chama de inimigos da cruz?



Por se insurgirem contra os efeitos da cruz. Estes intentam reconstruir os muros separatistas derrubados na cruz (Ef.2:14-17). Em vez de promover harmonia entre os diferentes grupos humanos, preferem ver o circo pegar fogo. Insistem com uma mensagem discriminatória, onde as pessoas são julgadas por critérios étnicos, culturais, sexistas ou religiosos. A mensagem do amor, marca registrada do ministério de Jesus, é substituída pela mensagem do ódio, da vingança. Em vez de boas novas, preferem espalhar calúnias, difamação, mentiras contra quem ouse pensar defirente deles.



Qualquer ideologia ou doutrina que não seja capaz de fazer de nós pessoas melhores, mais compassivas e generosas, deveria ser totalmente rechaçada, pois certamente não procede do Crucificado.



O mundo já está saturado de tanto ódio e preconceito.



Os inimigos da cruz são retrógados, querem reverter o processo deflagrado com o advento da mensagem cristã. Preferem voltar à idade das trevas. Acham que as mulheres são seres inferiores, que não podem exercer qualquer função que não seja subalterna. Alguns chegam a defender a instituição da escravidão, como sendo justa e necessária. Tudo isso travestido de linguagem bíblica e teológica. Dizem-se favoráveis à vida, mas defendem a pena de morte com unhas e dentes, bem como a utilização de tortura por parte do Estado, e a proliferação de armas entre os cidadãos comuns.



Se Paulo os chama de “cães”, vou um pouco adiante.. São cães raivosos. Cães de guarda! Defendem seu perímetro com ferocidade, não se dispondo a ceder um centímetro sequer. Para eles, o importante não é a defesa da verdade (aquele que é seguida em amor, de acordo com Ef.4:15), mas a defesa de seu ponto de vista ou de seus interesses.



Eles bem que poderiam ser identificados facilmente, não fosse sua habilidade em camuflar-se. Paulo diz que os tais “obreiros fraudulentos” se transformam em ministros da justiça, tal como Satanás que se transfigura em anjo de luz (2 Co.11:14).



Além de reconstruirem “as paredes de separação” entre os homens, seu maior atrevimento é tentar recosturar o véu do templo. Pra eles, ninguém pode chegar-se a Deus a não ser rezem em sua cartilha ideológica/doutrinária. Os que ousam discordar, logo são tachados de hereges, anticristos, falsos profetas, etc. São os herdeiros diretos do legado deixado pelos fariseus contemporâneos de Jesus, que não entravam e ainda impediam que outros entrassem (Mt.23:13).



Se estivessem na cena em que Jesus impediu o apedrejamento de uma mulher adúltera, certamente seriam os primeiros a apedrejá-la. Se testemunhassem o diálogo de Jesus com o ladrão da cruz, achariam que Ele estava delirando ao franquear a entrada do reino àquele meliante.



Com o mesmo rigor com que julgam, serão julgados. Sua hipocrisia será exposta. “Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia” (Tg.2:13).



Que em lágrimas como o apóstolo, exortemos a estes a não pisarem o Filho de Deus, não profanarem o sangue da aliança, nem ultrajarem o Espírito da graça (Hb.10:29).



Vi no http://www.hermesfernandes.com/
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LIÇÃO 2 - NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos


MOVIMENTO PENTECOSTAL - As doutrinas de nossa fé

Comentários da revista da CPAD: Pr. Elienai Cabral

Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva




TEXTO ÁUREO


"E, sendo JESUS batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o ESPÍRITO de DEUS descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16).



VERDADE PRÁTICA


A pluralidade dos nomes e símbolos do ESPÍRITO SANTO revela sua divindade, obra e ministério na vida da Igreja de CRISTO.



Jo 16.13 - O ESPÍRITO SANTO guia-nos em toda a verdade


Jo 16.8 - O ESPÍRITO SANTO convence do pecado

Jo 14.26 - O ESPÍRITO SANTO nos ensina todas as coisas I

Rm 8.26 - O ESPÍRITO SANTO intercede por nós

At 1.8 - O ESPÍRITO SANTO confere poder para testemunhar

Rm 8.14 - O ESPÍRITO SANTO guia os filhos de DEUS



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 1.29-33; Romanos 8.9-11,14,15

João 1

29 - No dia seguinte, João viu a JESUS, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo. 30 - Este é aquele do qual eu disse: após mim vem um homem que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu. 31 - E eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. 32 -E João testificou, dizendo: Eu vi o ESPÍRITO descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele.

33 - E eu não o conhecia, mas o que me mandou batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o ESPÍRITO e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o ESPÍRITO SANTO.

1.29 O CORDEIRO DE DEUS. JESUS é o Cordeiro provido por DEUS para ser sacrificado em lugar dos pecadores (cf. Êx 12.3-17; Is 53.7). Pela sua morte, JESUS fez plena provisão para a remoção da culpa e do poder do pecado e abriu o caminho para DEUS a todos neste mundo.

1.33 BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO. A palavra "com" é uma tradução da preposição grega en e pode ser traduzida "por", "com" ou "em". Por isso, uma tradução alternativa seria "o que batiza no ESPÍRITO SANTO", assim como "batizar com água" pode ser melhor traduzido "batizar em água". Todos os evangelhos enfatizam que JESUS é "o que batiza com [em] o ESPÍRITO SANTO" (1.33; Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16). Este batismo seria o sinal e a marca dinâmica dos seguidores de JESUS. O ESPÍRITO SANTO seria derramado sobre eles a fim de poderem levar a efeito sua obra salvífica em todo o mundo (cf. At 1.8). O propósito de JESUS nesta dispensação é continuar batizando no ESPÍRITO (ver Mt 3.11; At 2.39).



Romanos 8

9 - Vós, porém, não estais na carne, mas no ESPÍRITO, se é que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós. Mas, se alguém não tem o ESPÍRITO de CRISTO, esse tal não é dele. 10 - E, se CRISTO está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. 11 - E, se o ESPÍRITO daquele que dos mortos ressuscitou a JESUS habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a CRISTO também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu ESPÍRITO que em vós habita. 14 - Porque todos os que são guiados pelo ESPÍRITO de DEUS, esses são filhos de DEUS. 15 - Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.

8.5-14 SEGUNDO A CARNE... SEGUNDO O ESPÍRITO. Paulo descreve duas classes de pessoas: as que vivem segundo a carne e as que vivem segundo o ESPÍRITO.

(1) Viver "segundo a carne" ("carne", aqui, é o elemento pecaminoso da natureza humana) é desejar e satisfazer os desejos corrompidos da natureza humana pecaminosa; ter prazer e ocupar-se com eles. Trata-se não somente da fornicação, do adultério, do ódio, da ambição egoísta, de crises de raiva, etc. (ver Gl 5.19-21), mas também da obscenidade, de ser viciado em pornografia e em drogas, do prazer mental e emocional em cenas de sexo, em peças teatrais, livros, vídeo, cinema e assim por diante.

(2) Viver "segundo o ESPÍRITO" é buscar a orientação e a capacitação do ESPÍRITO SANTO e submeter-nos a elas e concentrar nossa atenção nas coisas de DEUS. É estar sempre consciente de que estamos na presença de DEUS, e nEle confiarmos para que nos assista e nos conceda a graça de que carecemos para que a sua vontade se realize em nós e através de nós.

(3) É impossível obedecer à carne e ao ESPÍRITO ao mesmo tempo (vv. 7,8; Gl 5.17,18). Se alguém deixa de resistir, pelo poder do ESPÍRITO SANTO, a seus desejos pecaminosos e, pelo contrário, passa a viver segundo a carne (v.13), torna-se inimigo de DEUS (8.7; Tg 4.4), e a morte espiritual e eterna o aguarda (v.13). Aqueles cujo amor e solicitude estão prioritariamente fixados nas coisas de DEUS, podem esperar a vida eterna e a comunhão com Ele (vv. 10,11,15,16)

8.9 SE... O ESPÍRITO DE DEUS HABITA EM VÓS. Todo crente, desde o momento em que aceita JESUS CRISTO como Senhor e Salvador, tem o ESPÍRITO SANTO habitando nele (v. 9; cf. 1 Co 3.16; 6.19,20; Ef 1.13,14)

8.10 O CORPO... ESTÁ MORTO POR CAUSA DO PECADO. O pecado invadiu o elemento físico do nosso ser; daí o nosso corpo ter que morrer, ou ser transformado (cf. 1 Co 15.50-54; 1 Ts 4.13-17). Mas, porque CRISTO está em nós, experimentamos agora a vida do ESPÍRITO.



8.14 ESSES SÃO FILHOS DE DEUS. Aqui, Paulo mostra a base da certeza da salvação. Se estamos fielmente mortificando as ações pecaminosas do corpo (v. 13), estamos sendo guiados pelo ESPÍRITO. Todos os que são guiados pelo ESPÍRITO são filhos de DEUS.

8.14 GUIADOS PELO ESPÍRITO DE DEUS. O ESPÍRITO SANTO habita no crente como filho de DEUS, a fim de levá-lo a pensar, falar e agir de conformidade com a Palavra de DEUS.

(1) Ele orienta o crente, principalmente, por impulsos que:

(a) são exortações interiores para o crente cumprir a vontade de DEUS e mortificar as obras pecaminosas do corpo (v. 13; Fp 2.13; Tt 2.11,12);

(b) estão sempre em harmonia com as Escrituras (1 Co 2.12,13; cf. 2 Pe 1.20,21);

(c) visam a dar orientação na vida (Lc 4.1; At 10.19,20; 16.6,7);

(d) opõem-se aos desejos pecaminosos oriundos das tendências naturais do crente (Gl 5.17,18; 1 Pe 2.11);

(e) têm a ver com a culpa do pecado, o padrão da justiça de CRISTO e o juízo divino contra o mal (Jo 16.8-11);

(f) exortam o crente a perseverar na fé e o advertem contra a apostasia da sua fé em CRISTO (v.13; Hb 3.7-14);

(g) enfraquecem à medida que o crente deixa de obedecer aos apelos do ESPÍRITO (1.28; Ef 4.17-19,30,31; 1 Ts 5.19);

(h) resultam em morte espiritual quando rejeitados (vv. 6,13); e

(i) resultam em vida espiritual e em paz quando obedecidos (vv. 6,10,11,13; Gl 5.22,23).

(2) Os avisos ou a voz interior do ESPÍRITO vêm através de:

(a) ler a Palavra de DEUS (Jo 14.26; 15.7,26; 16.13; 2 Tm 3.16,17);

(b) orar fervorosamente, principalmente em línguas (8.26; At 13.2,3; 1 Co 14);

(c) ouvir a pregação e ensino sadios e santos (2 Tm 4.1,2; Hb 13.7,17);

(d) exercitar as manifestações do ESPÍRITO (ver 1 Co 12.7-10; 14.6); e

(e) acatar os conselhos de pais cristãos e de líderes espirituais fidedignos (Ef 6.1; Cl 3.20).

8.15 ABA, PAI. Ver Gl 4.6 - O ESPÍRITO... QUE CLAMA: ABA, PAI. Uma das tarefas do ESPÍRITO SANTO é criar no filho de DEUS a convicção da filiação e de amor filial que o leva a conhecer a DEUS como Pai.

(1) O termo "Aba" é aramaico e significa "Pai". Era a palavra que JESUS empregava quando se referia ao Pai celestial. A combinação da palavra aramaica Abba com a palavra grega que significa "Pai" (gr. pater), expressa a grande intimidade, a profunda emoção, o anelo, o afeto e a confiança mediante os quais o ESPÍRITO SANTO nos leva a clamar a DEUS (cf. Mc 14.36; Rm 8.15,26,27). Dois sinais determinantes da obra do ESPÍRITO dentro de nós são o nosso apelo espontâneo a DEUS como "Pai" e a nossa obediência espontânea a JESUS como "Senhor" (ver 1 Co 12.3).

(2) Nesta passagem, Paulo teria em mente, sobretudo, o batismo no ESPÍRITO SANTO e sua plenitude contínua (cf. At 1.5; 2.4; Ef 5.18), pois define nossa filiação com DEUS como a causa do envio do ESPÍRITO a nós por já sermos "filhos" pela fé em CRISTO. E DEUS derrama o ESPÍRITO em nossos corações! A "adoção de filhos" (v. 5) precede o envio do ESPÍRITO do Filho de DEUS (ver 3.5).



SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO (CPAD)

Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas, tais como a terceira Pessoa da Trindade. Os símbolos do ESPÍRITO SANTO também são arquétipos. Em literatura, arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias culturas e épocas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e refrigério sustentador da vida a todos os que têm sede, física ou espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como na purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo). Tais símbolos representam realidades intangíveis, porém genuínas.



Vento. A palavra hebraica ruach tem amplo alcance semântico. Pode significar "sopro", "espírito" ou "vento", É empregada em paralelo com nephesh. O significado básico de nephesh é "ser vivente", ou seja, tudo que tem fôlego. A partir daí, seu alcance semântico desenvolve-se ao ponto de referir-se a quase todos os aspectos emocionais e espirituais do ser humano vivente. Ruach adota parte do alcance semântico de nephesh. Por isso, em Ezequiel 37.5-10, achamos ruach traduzido como "espírito", ao passo que, em 37.14, Yahweh explica que porá em Israel o seu ESPÍRITO.

A palavra grega pneuma tem um alcance semântico quase idêntico ao de ruach. O vento, como símbolo, fala da natureza invisível do ESPÍRITO SANTO, conforme revela João 3.8. Podemos ver e sentir os efeitos do vento, mas ele próprio não é visto. Atos 2.2 emprega poderosamente o vento como figura de linguagem, para descrever a vinda do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (Podemos ver a ação do ESPÍRITO SANTO, mas não podemos vê-lo).

Água. A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. JESUS prometeu rios de água viva, "e isso disse ele do ESPÍRITO" (Jo 7.39). O fôlego e a água, tão vitais na hierarquia das necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do ESPÍRITO. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do ESPÍRITO SANTO, nossa vida espiritual não demoraria a murchar e a ficar sufocada. A pessoa que se deleita na Lei (heb. torah - "instrução") de Yahweh e nela medita de dia e de noite é "como a árvore plantada junta a ribeiros de águas... cujas folhas não caem" (SI 1.3). O ESPÍRITO da Verdade flui da Palavra como águas vivas, que sustentam e refrigeram o crente e o revestem de poder (Uma cachoeira - água em movimento - produz energia elétrica que ilumina toda uma cidade).

Fogo. O aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. Ao passo que uma brasa tirada do altar purifica os lábios de Isaías (6.6,7), no dia de Pentecoste são "línguas de fogo" que marcam a vinda do ESPÍRITO (At 2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no ESPÍRITO SANTO. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no pronunciamento - ou profecia - de João Batista: "Ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará" (Mt 3. 11, 12; ver também Lc 3.16,17).

As palavras de João Batista aplicam-se mais diretamente à separação entre o povo de DEUS e os que têm rejeitado a Ele e ao Messias. Os que o rejeitaram serão condenados ao fogo do juízo.15 Por outro lado, o fogo ardente e purificador do ESPÍRITO da Santidade também opera no crente (1 T s 5.19). (O fogo aqui pode significar o dom do ESPÍRITO que muitas vezes vem junto com o batismo em si)

Óleo. Pedro, em seu sermão diante de Cornélio, declara: "DEUS ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e com virtude" (At 10.38). Citando Isaías 61.1,2, JESUS proclama: "O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres" (Lc 4.18). Desde os primórdios, o azeite é usado primeiramente para ungir os sacerdotes de Yahweh, e depois, os reis e os profetas. O azeite é o símbolo da consagração divina do crente para o serviço no reino de DEUS. Em 1 João, os crentes são advertidos a respeito dos anticristos:

E vós tendes a unção do SANTO e sabeis tudo... E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis (1 Jo 2.20,27).

(A unção com óleo sobre os enfermos traz uma ação curadora do ESPÍRITO SANTO).

Receber a unção do ESPÍRITO da Verdade, que faz brotar rios de águas vivas no mais íntimo do nosso ser, reveste-nos de poder para servir a DEUS. Na simbologia do ESPÍRITO SANTO, a água e o óleo (azeite da unção) realmente se misturam!

Pomba. O ESPÍRITO SANTO desceu sobre JESUS na forma de uma pomba, segundo o relato dos quatro evangelhos.16 A pomba é arquétipo da mansidão e da paz. O ESPÍRITO SANTO habita em nós. Ele não toma posse de nós, mas nos liga a si mesmo com amor, em contraste às correntes dos hábitos pecaminosos. Ele é manso e, nas tempestades da vida, produz paz. Mesmo ao lidar com os pecadores, Ele é suave, conforme se vê quando conclama a humanidade à vida, no belo, porém tristonho, apelo que se encontra em Ezequiel 18.30-32: "Vinde e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e um espírito novo, pois por que razão morreríeis...? Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová convertei-vos, pois, e vivei".



Os títulos e símbolos do ESPÍRITO SANTO são chaves para o entendimento de sua obra em nosso favor. Vamos usá-Ias como palavras chaves no estudo da obra do ESPÍRITO SANTO.


Nomes e Títulos do ESPÍRITO SANTO (SILVA, S. P. da. A Existência e a Pessoa do ESPÍRITO SANTO. Rio de Janeiro, CPAD)




I - Seus Nomes e Títulos

Vários nomes e títulos são dados ao ESPÍRITO SANTO nas Escrituras, que descrevem a natureza profunda do seu Ser. O nome traduz a natureza do ser que o carrega. O título expressa sua fama e reputação.

Além dos nomes e títulos conferidos ao ESPÍRITO SANTO são também usados pronomes pessoais, para que a imaginação humana possa concebê-lo como realmente é.

Os escritores do Antigo e do Novo Testamento e milhões de outras testemunhas afirmam a existência real do ESPÍRITO SANTO, como sendo de fato uma Pessoa.

É impossível que milhões de pessoas tenham combinado mentir por uma extensão de séculos. Todas elas, desde os mais remotos tempos, têm afirmado a mesma coisa: o ESPÍRITO SANTO existe, e é uma Pessoa real. Com efeito, fosse Ele uma simples influência, sopro ou vento, os milhões de depoimentos se teriam desfeito em contradições.

Ele é, como já vimos, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em toda a extensão do Novo Testamento, que marca exatamente a era do ESPÍRITO em sua plenitude, faz-se alusão a Ele em termos coloquiais, como "esse" (e não isso) e "aquele" (e não aquilo).

Os pronomes e apelativos são largamente usados para descrever sua existência e personalidade:

EU - "E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o ESPÍRITO SANTO: Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com ele, não duvidando; porque eu os enviei" (At 10.19,20).

ELE - "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo" (Jo 16.8).

AQUELE - "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26).

OUTRO - "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16).

ESSE - "O ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas" (Jo 14.26).



Cada nome ou título do ESPÍRITO SANTO descreve a natureza de sua existência e caráter.

Alguns destes nomes e títulos descrevem a sua natureza propriamente dita; outros, a sua obra; outros ainda, sua manifestação.

O ESPÍRITO (simplesmente) - "Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS" (1 Co 2.10).

O ESPÍRITO DE DEUS - "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2).

O ESPÍRITO DO DEUS VIVO - "Porque já é manifestado que vós sois a carta de CRISTO, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o ESPÍRITO do DEUS Vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração" (2 Co 3.3).

O ESPÍRITO DO SENHOR DEUS - "O ESPÍRITO do Senhor DEUS está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos" (Is 61.1).



O ESPÍRITO DO SENHOR - "E, quando saíram da água, o ESPÍRITO do Senhor arrebatou a Filipe, e não viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho" (At 8.39).

O ESPÍRITO DE VOSSO PAI - "Porque não sois vós quem falará, mas o ESPÍRITO de vosso Pai é quem fala em vós" (Mt 10.20).



O ESPÍRITO DE CRISTO - "Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o ESPÍRITO de CRISTO, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a CRISTO haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir" (1 Pe 1.11).



O ESPÍRITO DE JESUS CRISTO - "Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do ESPÍRITO de JESUS CRISTO, segundo a minha intensa expectação e esperança..." (Fl 1.19,20).



O ESPÍRITO DE JESUS - "E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o ESPÍRITO de JESUS não lho permitiu" (At 16.7).



O ESPÍRITO DE SEU FILHO - "E, porque sois filhos, DEUS enviou aos nossos corações o ESPÍRITO de seu Filho, que clama: Aba, Pai" (Gl 4.6).



O ESPÍRITO DE ARDOR - "Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião, e limpar o sangue de Jerusalém do meio dela, com... o ESPÍRITO de ardor... e haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia" (Is 4.4,5).



O ESPÍRITO DE SÚPLICAS - "E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o ESPÍRITO... de súplicas..." (Zc 12.10).



O ESPÍRITO DE ADOÇÃO - "Porque não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o ESPÍRITO de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15).



O ESPÍRITO DA PROMESSA - "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, foste selado com o ESPÍRITO da promessa; o qual é o penhor da vossa herança..." (Ef 1.13,14).



O ESPÍRITO DE VIDA - "Porque a lei do ESPÍRITO de vida, em CRISTO JESUS, me livrou da lei do pecado e da morte" (Rm 8.2).



O ESPÍRITO DE VERDADE - "Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele ESPÍRITO de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim" (Jo 15.26).



O ESPÍRITO DA GRAÇA - "De quanto maior castigo cuidais vos será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de DEUS, e tiver por profano o sangue do testamento, como foi santificado, e fizer agravo ao ESPÍRITO da graça?" (Hb 10.29).



O ESPÍRITO DA GLÓRIA - "Se pelo nome de CRISTO sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o ESPÍRITO da glória de DEUS" (1 Pe 4.14).



O ESPÍRITO DE REVELAÇÃO - "Para que o DEUS de nosso Senhor JESUS CRISTO, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o ESPÍRITO... de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento..." (Ef 1.17,18).



O ESPÍRITO ETERNO - "Quanto mais o sangue de CRISTO, que pelo ESPÍRITO eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo" (Hb 9.14).



O ESPÍRITO DE SANTIFICAÇÃO - "Declarado Filho de DEUS em poder, segundo o ESPÍRITO de santificação, pela ressurreição dos mortos, JESUS CRISTO Nosso Senhor" (Rm 1.4).



O ESPÍRITO SANTO - "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26).


Em Lucas 11.20, o ESPÍRITO SANTO é chamado de O DEDO DE DEUS; em Atos 5.4, de DEUS; em Apocalipse 19.10, de ESPÍRITO DE PROFECIA. Em Isaías 11.2, Ele é apresentado em sua plenitude, septiforme:




1- O ESPÍRITO DO SENHOR

2- O ESPÍRITO DE SABEDORIA

3- O ESPÍRITO DE INTELIGÊNCIA

4- O ESPÍRITO DE CONSELHO

5- O ESPÍRITO DE FORTALEZA

6- O ESPÍRITO DE CONHECIMENTO

7- O ESPÍRITO DE TEMOR DO SENHOR



Se o ESPÍRITO SANTO não fosse de fato uma pessoa, como se dariam tantos nomes a Ele? A razão natural e as luzes da fé afirmam que Ele existe!



II - Nomes que o Identificam com a Trindade

Já observamos que o nome é dado para denotar a natureza profunda do ser que o carrega. Assim, a criatura somente era conhecida depois que se lhe dava o nome (Gn 2.19). No caso do ESPÍRITO SANTO, encontramos vários nomes, como acabamos de expor. Entretanto, há três nomes principais que o identificam diretamente com a Santíssima Trindade e as dimensões universais da existência:



ESPÍRITO DE DEUS

ESPÍRITO DE CRISTO

ESPÍRITO SANTO



1. O ESPÍRITO de DEUS

Encontramos este nome divino no início da Bíblia, associado diretamente à obra da criação, onde nos é dito que "o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2). Ele aparece como co-participante, a "pairar" sobre o caos das águas do oceano primitivo, quando tudo ainda estava mergulhado em escuridão e total desordem.

Em outras passagens das Escrituras, aparece também este nome, ligado diretamente à criação, à renovação da terra e à regeneração da pessoa humana (Gn 6.3; 41.38; Jo 33.4; Ez 11.24; Rm 8.9; 1 Co 3.16 etc...). Em Jó 33.4, Eliú, um sábio oriental, associa-o à criação do homem: "O ESPÍRITO de DEUS me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida". Em Salmos 104.30, liga-se à criação inteira: "Envias o teu ESPÍRITO, e são criados, e assim renovas a face da terra". No tocante à regeneração da pessoa humana, Ele é citado em vários elementos doutrinários das Escrituras, sempre produzindo uma "nova criatura" para CRISTO e seu Reino (Rm 8.2). A vida do próprio JESUS, no ventre da virgem, foi um ato miraculoso de seu poder (Mt 1.20; Lc 1.35).



2. O ESPÍRITO de CRISTO

Este nome está relacionado à obra da redenção, que CRISTO realizou por amor de nós. Desde os tempos mais remotos, o ESPÍRITO SANTO vinha "testificando os sofrimentos que a CRISTO haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir" (1 Pe 1.11). Esta é uma das razões por que Ele é chamado O ESPÍRITO DE CRISTO. Ele acompanhou todos os passos, atos e palavras de CRISTO em sua missão divina a favor dos homens.



3. O ESPÍRITO SANTO

Este nome está diretamente relacionado à santificação das coisas e dos seres. Tudo se santifica ou é santificado pela atuação gloriosa do ESPÍRITO SANTO. Até a evidência central da ressurreição de CRISTO aconteceu "segundo o ESPÍRITO de santificação" (Rm 1.4). Esta é, portanto, a natureza do seu Ser e a extensão de sua obra santificadora.

Ao abrirmos o Novo Testamento, encontramos o ESPÍRITO SANTO imediatamente com este nome, e daí por diante em cada seção tópica ou celestial.



a. Como ESPÍRITO DE DEUS. Representando a onipotência de DEUS, que tudo criou e tudo pode fazer.



b. Como ESPÍRITO DE CRISTO. Representando a onisciência de DEUS que, com antecedência de séculos, planejou toda a obra da redenção.



c. Como ESPÍRITO SANTO. Representando a onipresença do DEUS SANTO, que faz da santidade a condição moral necessária presente em todo o Universo.





III - Títulos do ESPÍRITO SANTO

Já falamos sobre os nomes do ESPÍRITO SANTO; agora, veremos alguns de seus títulos associados, evidentemente, à sua fama e reputação.

1. O Consolador

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador..." (Jo 14.16). Há um testemunho gramatical que deve ser mencionado aqui: o uso do substantivo masculino "paracleto", empregado por CRISTO ao referir-se ao ESPÍRITO SANTO.

O próprio JESUS, durante sua vida terrena, era o Consolador dos seus discípulos, e os consolou quando estaca prestes a deixá-los, prometendo-lhes "outro Consolador" (paracleto). Tudo o que JESUS fora para os discípulos, o outro Consolador haveria de ser. Portanto, o ESPÍRITO SANTO seria uma Pessoa substituindo outra.

A palavra parakletos é antiga, usada no grego clássico, como nos escritos de Demóstenes, onde aparece com o sentido de "advogado" - alguém que pleiteia a causa de outrem -, sentido este que passou para o grego helenista, nos escritos de Josefo, historiador judaico do primeiro século de nossa era, e de Filo e igualmente aos papiros dos tempos dos apóstolos.

O termo deriva dos vocábulos gregos para ("para o lado de") e kaleo ("chamar", "convocar"), dando o sentido geral de "alguém chamado para ajudar ao lado de outrem".

Afirma-se que, nos tribunais romanos e gregos, os advogados que assistiam os amigos o faziam não pela recompensa ou remuneração, mas por amor e consideração, ajudando com sábios conselhos.

A palavra traduzida por "ajuda" é extremamente significativa. É formada por três palavras gregas - duas preposições e uma raiz verbal. Uma das preposições significa "com"; a outra, "do outro lado"; e a raiz verbal quer dizer "segurar". Assim, temos: "segurar do outro lado com".

"Em alguns momentos de provações, podemos ver alguém ao 'nosso lado' e até pensamos, mesmo por uma questão de temor e respeito, que este 'alguém' seja o Pai ou o Filho, ou até mesmo um anjo da corte celestial, sem lembrarmos que é o ESPÍRITO SANTO, ajudando-nos em nossas fraquezas".



2. O Guia espiritual

Este título é também conferido a nosso Senhor JESUS CRISTO (Mq 5.2; Mt 2.6). Aplicado ao ESPÍRITO SANTO, porém, está relacionado diretamente com sua missão orientadora em todos os sentidos da vida, especialmente quanto as verdades espirituais, nas quais a alma humana está fundamentada.

As pessoas, precisam de pontos de referência para sua orientação. Numa cidade, por exemplo, são pontos de referência praças, igrejas, edifícios, torres de comunicações etc. Também são pontos de referência paradas de ônibus, nomes das estações de trem e metrô e de lugares.

Todos esses meios indicam direções seguras e exatas, em qualquer lugar da Terra ou mesmo do Universo, especialmente naquelas dimensões que o homem pode atingir. Para isso foram criados os pontos universais de referência - os pontos cardeais, determinados com base no movimento do Sol (Igor).

Para DEUS, entretanto, o conceito de orientação é bem mais amplo e valioso. E Ele, em sua infinita sabedoria, entregou esta grande missão a seu Filho, JESUS CRISTO. Porém, com seu regresso ao Pai, confiou-se a tarefa ao ESPÍRITO SANTO. Este título, mesmo sendo uma derivação de "Consolador", possui algumas significações especiais. Está ligado diretamente a uma promessa de JESUS a seus discípulos: "Ele [o ESPÍRITO] vos guiará em toda a verdade..."

A promessa foi confirmada logo após a ressurreição de nosso Senhor. O ESPÍRITOacompanhava a Igreja passo a passo. Paulo diz que os cristãos são guiados pelo ESPÍRITO: "Porque todos os que são guiados pelo ESPÍRITO DE DEUS, esses são filhos de DEUS" (Rm 8.14); em Gaiatas 5.18, o apóstolo acrescenta: "Se sois guiados pelo ESPÍRITO, não estais debaixo da lei". Ora, sem dúvida isto significa que quem é "guiado pelo espírito de DEUS" sabe de onde veio, onde se encontra e para onde está caminhando. Porque o ESPÍRITO SANTO o "guiará em toda a verdade".



3. O dedo de DEUS

Este título surgiu como uma expressão idiomática dos magos egípcios, talvez Janes e Jambres (2 Tm 3.8). Eles disseram a Faraó, quando fracassaram na reprodução da praga dos piolhos: "Isto é o dedo de DEUS..." (Êx 8.19). No entanto, a expressão alcançou significado especial quando o Senhor argumentava com os escribas e fariseus sobre a atuação poderosa do ESPÍRITO DE DEUS em sua vida. JESUS demonstrou claramente a fonte do seu poder: "Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO DE DEUS, é conseguintemente chegado a vós o reino de DEUS". Na passagem paralela de Lucas 11.20, JESUS diz literalmente: "Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de DEUS, certamente a vós é chegado o reino de DEUS".

JESUS utiliza-se nesta última passagem de uma expressão lucana, usada no Antigo Testamento para demonstrar uma intervenção direta e poderosa do ESPÍRITO DE DEUS (cf. Êx 8.19; Dt9.10).



4. Outro

Este título, mencionado em João 14.16, significa "outro da mesma espécie". Segundo Dods, o termo grego aqui traduzido por "outro" é allon, e não heteron, e significa que o ESPÍRITO SANTO é outro ajudador, separado e distinto de CRISTO, embora da mesma "espécie", e não distinta ou separada de "ajudador". Ele é a continuidade do Senhor JESUS em nós, igual em poder e glória, embora sob manifestação diferente.

JESUS procura consolar os discípulos, mostrando-lhes que, apesar da separação que ocorreria em breve, Ele haveria de permanecer com eles para todo o sempre, porque o seu Representante legal desceria do Céu para estar no meio deles e com eles.

A palavra "paracleto" indica muito mais do que uma pessoa compassiva. Um verdadeiro paracleto acompanha intimamente em todos os momentos o que consola. Na qualidade de Paracleto, o ESPÍRITO SANTO está sempre disposto infundir poder, coragem, sabedoria e graça ao coração de cada salvo.

Alcançamos essa graça através da nossa comunhão com Ele. Razão pela qual o apóstolo Paulo a recomenda a todos os santos: "A comunhão do ESPÍRITO SANTO seja com vós todos" (2 Co 13.13).



IV- Figuras e Símbolos do ESPÍRITO SANTO

Estas são as figuras e símbolos do ESPÍRITO SANTO nas Escrituras: ÁGUA CHUVA RIO ORVALHO VENTO ÓLEO UNÇÃO FOGO COLUNA PENHOR SELO VINHO POMBA

Evidentemente há outras, detectadas por inferência. Entretanto, estas são as mais usadas e conhecidas dos estudiosos da Bíblia.



Figuras e Símbolos

É importante estarmos familiarizados com a linguagem gramatical das Escrituras, tendo em vista a significação correta das palavras, a forma das frases e as particularidades idiomáticas da língua empregada.

De igual modo devemos conhecer o que cada figura representa, à luz do contexto lógico. A. linguagem figurada e certos símbolos empregados na Bíblia, quando bem apresentados, nos dão maior segurança, intensidade e beleza na interpretação.

As figuras de linguagem, também chamadas figuras de estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, para comunicar-se com mais força, colorido, evidência e beleza.

DEUS também permitiu que certas figuras e símbolos fossem inseridos no cânon sagrado, para melhor compreensão de determinadas verdades espirituais. O ESPÍRITO SANTO é representado na Bíblia por muitas figuras e símbolos, conforme veremos a seguir.

1. Água


"Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o meu ESPÍRITO sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes" (Is 44.3).

A água encontra-se em três regiões do Universo:

• na expansão dos céus (Gn 1.6-10);

• sobre a face da terra (Gn 7.11);

• debaixo da terra (Jo 38.30).

Esta é uma figura real do ESPÍRITO SANTO - Ele opera nas três dimensões da constituição humana, produzindo a regeneração do espírito, da alma e do corpo (cf. 1 Ts 5.23). A operação miraculosa do ESPÍRITO no homem produz um tipo de "lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO" (Tt 3.5). Certamente era este o sentido das palavras do apóstolo Paulo, ao ensinar a igreja de Corinto sobre a atuação poderosa do ESPÍRITO: "Todos temos bebido de um ESPÍRITO" (1 Co 12.13). Uma outra figura, utilizada por JESUS, compara o ESPÍRITO SANTO a "rios de água viva". Em seu imortal discurso em Jerusalém, no último dia da festa, o Mestre convida: "Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do ESPÍRITO, que haviam de receber os que nele cressem..." (Jo 7.37-39).

O ato de beber do ESPÍRITO SANTO fala evidentemente de algo que mata a nossa sede espiritual. Alguns têm fome e sede de justiça (Mt 5.6); outros têm fome e sede de evangelizar os perdidos (Rm 15.19,20); outros ainda têm fome e sede de uma comunhão perfeita e permanente com o ESPÍRITO (Gl 5.25). O ESPÍRITO, como fonte perene, calma e cristalina, satisfaz toda e qualquer necessidade espiritual ou reverte o estado de sequidão em nossa vida. Ele é realmente a Água da vida, que "refrigera a nossa alma" nos desertos cálidos deste mundo injusto e cruel.

O cálice, neste caso, fala da comunhão entre o ESPÍRITO SANTO e o crente que se dispõe a seguir sua orientação. Pão e água são os dois elementos essenciais à sobrevivência humana. No campo espiritual isso é ainda mais evidente: CRISTO, o Pão da vida, satisfaz a nossa fome espiritual (Jo 6.35); o ESPÍRITO SANTO, a Água da vida, satisfaz a nossa sede espiritual (Ap 22.17).

2. Chuva


"E a elas [as ovelhas], e aos lugares ao redor do meu outeiro, eu porei por bênção; e farei descer a chuva a seu tempo: chuvas de bênção serão" (Ez 34.26). Tiago, o irmão do Senhor JESUS é autor da epístola que leva o seu nome, menciona "as primeiras chuvas e últimas chuvas", como sendo a "chuva temporã e serôdia", baseado na metáfora agrícola (Tg 5.7). O apóstolo sabia muito bem dessas chuvas, por experiência pessoal. Os lavradores palestinos esperavam o "precioso fruto da terra", aguardando as chuvas oportunas, tanto as primeiras (no hebraico, yoreh ou moreh) como as últimas (no hebraico, malhos).

Na Palestina, a estação chuvosa normalmente começa nos primeiros dias de outubro e muitas vezes se prolonga até janeiro, quando se transforma em neve. As primeiras chuvas provêem umidade à semente recém-plantada, para que possa germinar. Portanto, é sinal para a semeadura.

As últimas chuvas ocorrem em abril e maio, e são necessárias para que a semente amadureça. Este simbolismo, aplicado ao ESPÍRITO SANTO, fala da beneficência que Ele traz à Igreja como um todo e ao crente em particular. A chuva sempre foi retratada como sendo uma "bênção de DEUS", que traz alegria aos corações (At 14.17).

Na metáfora de Tiago, o simbolismo é perfeito: o ESPÍRITO SANTO desceu no dia de Pentecoste, preparando assim a terra para a grande semeadura da Palavra de DEUS. Depois, no decorrer dos séculos, as últimas chuvas, ou seja, suas manifestações contínuas neste mundo, especialmente onde a vontade de DEUS é aceita, têm produzido o amadurecimento e garantido uma safra de almas abundante (cf. Jo 4.35-38).

No final, aparece o "precioso fruto da terra" como o resultado satisfatório da chuva, da semeadura e da colheita.

• O "precioso fruto da terra" é a Igreja;

• O "lavrador" é DEUS. Assim interpretou JESUS: "Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador" (Jo 15.1);

• a "chuva temporã" é a descida do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (At 2.1-4);

• a "chuva serôdia" refere-se a outras manifestações do ESPÍRITO: batizando os crentes e concedendo-lhes dons (At 8.15-17; 9.17; 10.44-46; 19.1-6; 1 Co 1.7; 12.1-11). E, na Igreja que se seguiu, a chuva do ESPÍRITO SANTO tem continuado e continuará até o dia do arrebatamento da Igreja por JESUS CRISTO (Mc 16.17 etc...).

3. Rio


"Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" (Jo 7.38).

Logo no versículo seguinte, encontramos o significado destas palavras de JESUS: "Isto disse ele do ESPÍRITO, que haviam de receber os que nele cressem".

Este deve ser também o sentido de Salmos 46.4: "Há um rio [o ESPÍRITO] cujas correntes [os dons espirituais] alegram a cidade [Igreja] de DEUS, o santuário [coração] das moradas do Altíssimo".

Um rio pode surgir de uma fonte, de um lago ou do derramamento de geleiras. O lugar onde ele nasce é chamado de nascente ou cabeceira. A partir daí, o rio corre em direção a outro rio, a um lago ou mar, onde lança suas águas. O lugar onde o rio lança suas águas chama-se foz.

Chamamos curso ao caminho percorrido por um rio entre sua cabeceira e sua foz; o terreno sobre o qual as águas correm é denominado leito. As terras de um e outro lado do rio são as margens.

De acordo com historiadores judaicos, o último dia da festa dos Tabernáculos era denominado "Dia do Grande Hosana", porque se fazia um circuito, por sete vezes, em torno do altar, ao mesmo tempo que todos clamavam: "Hosana!"

Antes do dia final, um sacerdote trazia, em um vaso de ouro, água tirada do tanque de Siloé, e então, acompanhado por um cortejo jubiloso, seguia até o Templo. Despejava a água sobre o altar, juntamente com vinho, cerimônia esta acompanhada pelo cântico do Halel (Sl 113-118). Simbolicamente, segundo os rabinos, esta água mitigava a sede espiritual do povo.

JESUS, entretanto, mostrou àquela gente que sua missão era outorgar uma água eterna, que é o "derramar do ESPÍRITO SANTO em cada coração". A água anunciada por CRISTO não será tirada do Siloé nem levada ao Templo, porque cada crente será um templo do ESPÍRITO SANTO e uma fonte de vida; não meramente um único rio, mas rios, o que expressa, no pensamento geral da Bíblia, um derramamento do ESPÍRITO SANTO em sua plenitude (Jl 2.28; At 2.17,18; 10.45; Tt 3.5,6).

4. Orvalho


"Assim pois te dê DEUS do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto" (Gn 27.28).

Encontramos, no Antigo Testamento, cerca de 34 referências sobre o orvalho, como sendo um refrigério adicional à escassez das chuvas temporã e serôdia. Era necessário durante o período de estiagem, para revigoramento da erva e da relva (Dt 32.2). Tornou-se assim, um símbolo do ESPÍRITO SANTO, por cair gradualmente e, algumas vezes, de maneira imperceptível nos corações humanos. Onde cai o orvalho, ali DEUS ordena a bênção e a vida para sempre (Sl 133.3), trazendo prosperidade à alma sob a influência do ESPÍRITO SANTO, como gotas copiosas.

5. Vento


"O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO (Jo 3.8). Os ventos sempre trazem consigo as características dos lugares de onde vêm. Assim podemos descobrir, através de nosso sistema sensível, os ventos quentes e os frios, os úmidos e os secos. Para sabermos se estamos caminhando em direção a terra ou em direção ao mar, basta parar um pouco ao cair da noite e analisar a direção do vento.

Os ventos mais importantes para esse tipo de orientação são os alísios. Os ventos alísios são carregados de umidade, pois vêm dos oceanos. Pela madrugada, as brisas continentais (ventos que sopram da terra para o mar) tornam-se mais essenciais para orientação. Assim, é fácil saber se as brisas estão soprando para o mar ou para a terra.

A pressão depende da temperatura, e os ventos, dos diferentes níveis de pressão. Assim, de madrugada a terra está mais "fria" que a água, o que significa maior pressão atmosférica sobre a terra. Por isso, o vento sopra do continente para a água. À tarde, ou ao cair da noite, a água está menos quente que a terra, o que quer dizer maior pressão do ar sobre a água.

Assim o diz a ciência, e assim acontece com o soprar do ESPÍRITO SANTO em nossas vidas.

Se Ele sopra "suave", está indicando a direção traçada por DEUS a favor de seus filhos, numa rota onde a calma e a tranqüilidade nos esperam (cf. Gn 8.1).

Se Ele sopra "veemente e impetuoso", como no dia de Pentecoste, é sinal evidente de sua presença com manifestações de poder (At 2.1-4; Hb 2.4).

Se Ele sopra apenas com "gemidos inexprimíveis", está nos alertando de perigos iminentes (cf. Rm 8.26; Hb 3.7,8).

Esses movimentos do ESPÍRITO SANTO são completamente desconhecidos para o pecador. Por isso JESUS instruiu Nicodemos, um mestre do primeiro século de nossa era, acerca do "movimento" produzido pelo ESPÍRITO SANTO neste mundo.

Então o Mestre disse: "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes [Nicodemos é que não sabia] donde vem, nem para onde vai". Assim, Nicodemos não sabia também do movimento operado pelo ESPÍRITO SANTO, que produz a regeneração do homem, porque isso se "discerne espiritualmente" (Jo 3.8; 1 Co 2.14).

6. Óleo


"Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade; por isso, DEUS, o teu DEUS, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros" (Hb 1.9).

Na Bíblia, o azeite da unção era usado somente para consagração de pessoas de grande poder, tais como reis (1 Sm 10.1; 16.13), sacerdotes (Lv 8.30) e profetas (1 Rs 19.16; Is 61.1). Também eram ungidos com óleo os escudos dos ilustres guerreiros, numa demonstração de honra (2 Sm 1.21; Is 21.5).

O tabernáculo e seus móveis foram também ungidos (Êx 30.22-33), e os enfermos eram muitas vezes ungidos com azeite, para que sua fé aumentasse e seus pecados fossem perdoados (Mc 6.13; Tg 5.14,15). Mas parece que o óleo usado na unção dos enfermos não era o mesmo da "santa unção" (cf. Êx 30.31,32). Neste caso, a unção de homens e coisas não podia ser feita com qualquer tipo de óleo, e sim com um óleo especial chamado "azeite da santa unção" (Êx 30.31).

Metaforicamente, é chamado "óleo fresco" (Sl 92.10), "óleo precioso" (Sl 133.2), "excelente óleo" (Am 6.6), "óleo de alegria" (Sl 45.7). O óleo, portanto, tomado neste sentido simboliza o ESPÍRITO SANTO como "unção especial" para os salvos em CRISTO - que quer dizer também "ungido". Em Atos 10.38, o ESPÍRITO SANTO é retratado como aquEle que consagrou a CRISTO com este tipo de unção especial: "Como DEUS ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque DEUS era com ele". E, em 1 Coríntios 1.21, Paulo afirma que quem nos capacitou para o desempenho de nossa missão foi DEUS. "O que nos ungiu é DEUS", disse o apóstolo. O ESPÍRITO SANTO, de fato, é a unção de DEUS em nossas vidas, tanto para aprender como para ensinar (Lc 4.18,19; 1 Jo 2.20,27). Sempre que alguém era ungido com óleo, as pessoas ao redor mantinham respeito e reverência. Era expressamente proibido por DEUS tocar em alguém que tivesse recebido a unção com óleo (2 Sm 1.21). O ESPÍRITO SANTO, portanto, torna-se nosso protetor, a garantia de que as forças do mal não nos tocarão.

7. Unção


"E vós tendes a unção do SANTO, e sabeis tudo... e a unção que vós recebestes dele, fica em vós..." (1 Jo 2.20,27).

Já tivemos a oportunidade de analisar o óleo como símbolo do ESPÍRITO SANTO. Agora, estudaremos este outro símbolo, que, evidentemente, alude à operação e influência do ESPÍRITO SANTO na vida dos crentes, ensinando as verdades mais profundas da Bíblia, ao mesmo tempo que dá a interpretação e significação de cada palavra nela inserida.

A unção desempenha grande papel na vida física das raças orientais, tal como o orvalho faz reviver a verdura das colinas. Assim também a influência curadora e suavizante do ESPÍRITO SANTO soprada sobre os filhos de DEUS, nos "guiando em toda a verdade" e ensinando "todas as coisas" concernentes a DEUS e sua Palavra".

8. Fogo


"E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo" (Mt 3.11). O fogo é sinal da presença de DEUS.

As manifestações de DEUS algumas vezes faziam-se acompanhar pelo fogo (Êx 3.2; 13.21,22; 19.18; Dt 4.11), que tanto representa sua presença como sua glória (Ez 1.4,13), sua proteção (2 Rs 6.17), sua santidade (Dt4.24), seus juízos (Zc 13.9), sua ira (Is 66.15,16) e, finalmente, o ESPÍRITO SANTO (Mt 3.11; At 2.3; Ap 4.5).

No Antigo Testamento, a ordem divina era conservar o fogo aceso diuturnamente: "O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará" (Lv 6.13) - sinal evidente da presença de DEUS no meio do seu povo.

No Novo Testamento, a ordem divina é a mesma: "Não extingais o ESPÍRITO" (1 Ts 5.19). Numa outra tradução: "Não apagueis o ESPÍRITO". Em outras palavras, Paulo quer dizer que a chama do Pentecoste "deve arder em nossos corações todos os dias, até a consumação dos séculos". Fogo também pode significar batismo com o ESPÍRITO SANTO e recebimento de dons ao mesmo tempo, como no dia de pentecostes e em outras ocasiões quando recebiam o batismo e profetizavam.

9. Coluna


"E o Senhor ia diante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite" (Êx 13.21,22).

A coluna, seja como símbolo religioso, marco ou monumento, traz sempre a idéia de firmeza. Paulo, por exemplo, valeu-se dessa figura para representar a Igreja: "Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa; mas, se tardar, para que saibais como convém andar na casa de DEUS, que é a igreja de DEUS vivo, a coluna e a firmeza da verdade" (1 Tm 3.14,15).

Como símbolo do ESPÍRITO SANTO, a coluna fala da força espiritual mediante a qual a alma será eternamente abençoada, e, sendo de natureza divina como aquela que acompanhou o povo de DEUS no deserto, serve de proteção, iluminação e orientação. O ESPÍRITO SANTO é tudo isso e muito mais, com relação à Igreja. Ele foi posto por DEUS no edifício espiritual de CRISTO, que é sua Igreja, para segurança, ornamentação e beleza. A nuvem da glória de DEUS, em dado momento, quando Israel estava em extremo perigo, "se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles... e a nuvem era escuridade para aqueles, e para estes esclarecia a noite: de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro" (Êx 14.19,20). Podemos observar nesta passagem a ação imediata de DEUS, mudando de posição a coluna que guiava o seu povo, retirando a nuvem de "diante" deles e pondo-a "atrás" deles.

A manobra divina deu versatilidade à nuvem: "... era escuridade para aqueles [os egípcios], e para estes [os israelitas] esclarecia a noite". O ESPÍRITO SANTO também assumiu a posição de "divisor" da santidade que separa a Igreja do mundo, de tal maneira que durante toda a trajetória da Igreja nesta Terra, "não chegou um ao outro".

A coluna de nuvem acompanhou Israel através do deserto e um dia desapareceu na fronteira de Canaã, ao atingirem a margem oriental do Jordão. O povo foi, então, orientado a espalhar-se em volta da arca da aliança, num raio de 914 metros, para contemplar mais facilmente o símbolo guia da glória de DEUS flutuando nos ombros dos sacerdotes. Agora, o povo não seguia mais a coluna de nuvem (ela havia desaparecido!), e sim a arca da aliança do Senhor. Assim também acontecerá com o ESPÍRITO SANTO, no dia do arrebatamento da Igreja. Ele terá cumprido sua missão, entregando a Noiva nos braços de CRISTO - a Arca divina. CRISTO, então, a conduzirá à sala do banquete nupcial (Ct 2.4; Mt 25.6,10).

10. Penhor


"Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi DEUS, o qual nos deu também o penhor do ESPÍRITO" (2 Co 5.5).

O vocábulo "penhor", do grego arrabon, significa "primeira prestação", "depósito", "garantia". Indica o pagamento de parte do preço total da compra. Esta "primeira prestação" recebida é a regeneração. O valor total será complementado com os pagamentos intermediários - a santificação - e o pagamento final - a redenção do nosso corpo (cf. Rm 1.4; 8.23; Tt 3.5). O ESPÍRITO SANTO que, mediante a Palavra de DEUS e por todos os meios da graça, nos capacita a atingir a glória eterna, transformando-nos "de glória em glória na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do SENHOR" (2 Co 3.18), é evidentemente a nossa garantia.

11. Selo


"O qual também nos selou e deu o penhor do ESPÍRITO em nossos corações" (2 Co 1.22).

O uso mais comum do selo, na antigüidade, era na autenticação de documentos, cartas, títulos de propriedade e recibos de mercadoria ou dinheiro.

Após deixar a mensagem em escrita cuneiforme, o escriba pedia que o remetente e as testemunhas removessem de seus pescoços os próprios selos cilíndricos, que eram rolados sobre a argila ainda mole, servindo de assinatura. As leis romanas, por exemplo, somente aceitavam um testemunho se estivesse selado com "sete selos" e confirmado por "sete testemunhas".

Nas Escrituras, o selo traduz vários significados e aplicações:



GARANTIA (Gn 38.18)

JURAMENTO (Jr 22.24)

CONFIRMAÇÃO (Jo 6.27)

JUSTIÇA E FÉ (Rm 4.11)

AUTENTICIDADE (1 Co 9.2)

FUNDAMENTO (2 Tm 2.19)

SEGURANÇA (Mt 27.66; Ap 20.3)

IRREVOGABILIDADE (Et 8.8; Dn 6.17)

PROMESSA (Ef 1.13)

REDENÇÃO (Ef 4.30)

MISTÉRIO (Ap 5.1)

VIDA (Ap 7.2)

PRESERVAÇÃO (Ap 9.4)

O selo, como figura do ESPÍRITO, traduz para a Igreja todas as vantagens mencionadas acima e muito mais. O ESPÍRITO SANTO sela a Igreja (Ct 4.12), a lei do Senhor (Is 8.16), o coração (Ct 8.6), a visão e a profecia (Dn 9.24) e os crentes para o dia da redenção (2 Co 1.22; Ef 1.13; 4.30; 2 Tm 2.19). Fomos selados com o selo da promessa, que nos dá a garantia de pertencermos somente a DEUS.

12. Vinho


"E o vinho que alegra o coração do homem, e faz reluzir o seu rosto como o azeite, e o pão que fortalece o seu coração" (Sl 104.15).

Esta figura do ESPÍRITO SANTO é pouco usada pelos escritores. Entretanto, sem dúvida alguma, também se reveste de significação especial.

Para o povo hebreu, o vinho e a vinha são usados para representar a prosperidade e a bênção. Possuir uma vinha próspera era sinal evidente do favor divino. Também era considerada uma dádiva de DEUS ao homem: "E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Açor, por porta de esperança: e ali cantará como no dia da mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito" (Os 2.15).

JESUS afirmou ser "a videira verdadeira", e comparou o Pai, Senhor dos homens e DEUS do Universo, a um proprietário de vinha (Jo 15.1). O fruto da vide, que é o vinho, ilustra a alegria que existe entre os salvos; o cálice fala da comunhão que temos, promovida pelo ESPÍRITO SANTO "derramado em nossos corações". Paulo cita-a como "a comunhão do ESPÍRITO SANTO" (2 Co 13.13).

No dia de Pentecoste, em Jerusalém, as pessoas de fora acharam que os discípulos estavam "cheios de vinho" (At 2.13). Pedro, então, explicou-lhes que aquilo era alegria do ESPÍRITO SANTO. Em outras palavras, eles não estavam embriagados com vinho, mas cheios do ESPÍRITO SANTO!

13. Pomba


"E o ESPÍRITO SANTO desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu que dizia: Tu és meu filho amado, em ti me tenho comprazido" (Lc 3.22).

Dificilmente tal simbolismo seria associado a João Batista. Ele era um profeta de grande poder. Sua mensagem produzia sempre o choro, e não o riso. Era mesmo uma mensagem de arrependimento. Suas palavras, de fato, faziam doer: víboras, pedras, machado, pá, fogo, deserto, ira, fuga etc.

De outro lado, porém, João Batista era meigo e cheio de compaixão. Era "cheio do ESPÍRITO SANTO, já desde o ventre de sua mãe" (Lc 1.15); entretanto, sobre ele repousava a unção divina em sua plenitude.

João Batista viu o ESPÍRITO descer do céu como pomba e pousar sobre JESUS (Jo 1.32). Manso, terno, puro e inofensivo como uma pomba: assim Ele é Como pomba, o ESPÍRITO SANTO pode ser assustado ou entristecido (Ef 4.30). E, como a pomba é o símbolo universal da paz, também o ESPÍRITO SANTO promove a paz nos corações dos homens.

Dizem os naturalistas que a pomba não tem fel. Assim também o ESPÍRITO SANTO - nEle não existe amargura!

Alguns intérpretes opinam que o ESPÍRITO foi representado na forma "corpórea" de uma pomba pelos seguintes motivos:



a. Sua ternura e apego ao homem. Que mostra como DEUS encaminha pacientemente os homens à realização de sua potencialidade espiritual.



b. Sua gentileza. DEUS trata conosco de modo positivo e completo, embora com grande gentileza.



c. Seu vôo gentil e a ternura para com os filhotes. O ESPÍRITO SANTO é benigno - sempre.



d. Pelas virtudes singulares que representa. Por exemplo, a pureza e a inocência. Nos escritos judaicos, quando o ESPÍRITO SANTO aparece "pairando" sobre a face das águas é expressamente comparado a uma pomba. Simboliza a natureza calorosa e revivificadora da terceira Pessoa da Santíssima Trindade (Gn 1.2).





INTERAÇÃO - o estudo analítico e sistemático da Bíblia Sagrada evidencia a centralidade da obra do ESPÍRITO SANTO como o agente ativo de DEUS atuando na totalidade da criação (Rm 8.18-27).

Através dos títulos e símbolos do SANTO ESPÍRITO, as Escrituras Sagradas revelam a pluralidade de ação que a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade exerce na e através da Igreja. É preciso, porém, que não nos contentemos em apenas conhecê-Lo teoricamente. Precisamos buscar uma experiência real com o ESPÍRITO SANTO de DEUS e valorizarmos devidamente a sua obra, pois Ele é o agente divino que inclui o crente no Corpo de CRISTO e confirma a veracidade das Escrituras. Eis o grande segredo de os cristãos entendermos a doutrina do ESPÍRITO SANTO.



OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conhecer a pluralidade dos nomes do ESPÍRITO SANTO.

Definir o que é símbolo bíblico.

Saber as representações simbólicas do ESPÍRITO SANTO.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, reproduza, conforme suas possibilidades, o esquema abaixo. O tópico I trata sobre a pluralidade dos nomes ou títulos do ESPÍRITO SANTO. Com o auxílio do esquema, introduza o assunto mostrando os aspectos da consolação, do ensino e da promessa do ESPÍRITO SANTO. Explique aos seus alunos que a atividade e intervenção do ESPÍRITO são para todos os que o buscam perseverantemente. Os verdadeiros discípulos de CRISTO serão ensinados, consolados e abençoados por sua promessa. Boa aula!


PALAVRA-CHAVE - Símbolo: Aquilo que, por princípio de analogia, representa ou substitui outra coisa.


RESUMO DA LIÇÃO 2 - NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO

Por que este assunto é tão importante? Os nomes e símbolos do ESPÍRITO SANTO revelam seu caráter e obra.

Se quisermos aprender mais a respeito da fé pentecostal, precisamos conhecer melhor o caráter e o ministério do Consolador.

I. A PLURALIDADE DOS NOMES DO ESPÍRITO SANTO

1. Nomes do ESPÍRITO SANTO relacionados à Trindade.

2. O Consolador.

3. O ESPÍRITO da Verdade.

4. ESPÍRITO de Graça.

5. ESPÍRITO de Vida.

II. OS SÍMBOLOS BÍBLICOS

1. A Bíblia e os símbolos.

2. JESUS utilizou alguns símbolos.

III. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

1. Fogo (Lc 3.16).

2. Água, rio e chuva (Jo 7.37,38).

3. Selo (2 Co 1.21,22; Ef 1.13).

CONCLUSÃO

Mediante o estudo dos nomes e símbolos do ESPÍRITO SANTO, aprendemos mais sobre a sua obra e o seu caráter.



SINOPSE DO TÓPICO (1 )

O Consolador, o ESPÍRITO da Verdade, o ESPÍRITO de Graça e ESPÍRITO de Vida são expressões que denotam a pluralidade de nomes do ESPÍRITO SANTO no Texto Sagrado.

SINOPSE DO TÓPICO (2)

o símbolo bíblico é uma figura cuja função é revelar uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo a verdade bíblica é ensinada de modo objetivo.

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Os símbolos que representam da Pessoa do ESPÍRITO SANTO, como elementos da natureza, são: Fogo, Água, Rio e Chuva.



AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico - O ESPÍRITO SANTO: A Mansidão de uma Pomba

"O ESPÍRITO SANTO desceu sobre JESUS na forma de uma pomba, segundo o relato dos quatro evangelhos. A pomba é arquétipo da mansidão e da paz. O ESPÍRITO SANTO habita em nós, mas nos liga a si mesmo com amor, em contraste às correntes dos hábitos pecaminosos. Ele é manso e, nas tempestades da vida, produz paz. Mesmo ao lidar com os pecadores, Ele é suave, conforme se vê quando conclama a humanidade à vida, no belo porém tristonho apelo que se encontra em Ezequiel 18.30-32: "Vinde e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e um espírito novo; pois por que razão morreríeis...? Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová; convertei-vos, pois, e vivei .

Os títulos e símbolos do ESPÍRITO SANTO são chaves para o entendimento de sua obra em nosso favor" (HORTON, Stanley M. et aI.

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.389).

HORTON, Stanley M. et ai. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

Revista Ensinador Cristão CPAD, no 46, p. 37.



Subsídio Teológico

ESPÍRITO SANTO: O Consolador e o Penhor da Igreja

"Conforme observado no estudo dos títulos [nomes] do ESPÍRITO SANTO, eles nos oferecem chaves para entendermos a sua pessoa e obra. A obra do ESPÍRITO SANTO como Consolador inclui o seu papel como ESPÍRITO da Verdade que habita em nós 00 14.16; 15.26), como Ensinador de todas as coisas, como aquEle que nos faz lembrar tudo o que CRISTO tem dito (14.26), como aquEle que dará testemunho de CRISTO (15.26) e como aquEle que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8). Não se pode subestimar a importância dessas tarefas. O ESPÍRITO SANTO, dentro em nós, começa a esclarecer as crenças incompletas e errôneas sobre DEUS, sua obra, seus propósitos, sua Palavra, o mundo, crenças estas que trazemos conosco ao iniciarmos nosso relacionamento com DEUS. Conforme as palavras de Paulo, é uma obra vitalícia, jamais completada neste lado da eternidade (1Co 13.12). Claro está que a obra do ESPÍRITO SANTO é mais que nos consolar em nossas tristezas; Ele também nos leva à vitória sobre o pecado e sobre a tristeza. O ESPÍRITO SANTO habita em nós para completar a transformação que iniciou no momento de nossa salvação. JESUS veio para nos salvar dos nossos pecados, e não dentro deles. Ele veio não somente para nos salvar do inferno no além. Veio também para nos salvar do inferno nesta vida terrestre - o inferno que criamos com os nossos pecados. JESUS trabalha para realizar essa obra por intermédio do ESPÍRITO SANTO.[...] É difícil sugerir que um dos títulos [nomes] ou propósitos do ESPÍRITO SANTO seja mais importante que outro. Tudo que o ESPÍRITO faz é vital para o Reino de DEUS. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do ESPÍRITO SANTO, sem a qual tudo quanto se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o ESPÍRITO SANTO é o penhor que garante nossa futura herança em CRISTO. Em quem [CRISTO] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de DEUS, para louvor da sua glória (Ef 1. 13,14). Qual a garantia oferecida pela operação do ESPÍRITO em nossa vida e na vida da Igreja? Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absolvido pela vida. Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi DEUS, o qual nos deu também o penhor do ESPÍRITO (2 Co 5.1-5, ver também 2 Co 1.22; Ef 4.30)" (HORTON, Stanley M. et aI. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.397,40l).


Vi no http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao2-mp-2tr11-nomesesimbolosdoespiritosanto.htm