quarta-feira, 31 de março de 2010

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Herege Assumido!


Quer mesmo saber? Sou herege! E digo isso com o peito cheio. Se quiser, pode me mandar pra fogueira agora mesmo. Estou pronto a morrer pela mensagem subversiva de que sou portador. Mesmo porque, não valeria a pena viver por algo pelo qual não se disponha a morrer.




Minha heresia?



Discordar do que tem sido feito em nome da ortodoxia.



Meu problema não é com a ortodoxia em si, mas com a práxis dos hipócritas que vivem o avesso do que afirmam crer. Eles me dão ânsia de vômito.



Por isso, resolvi chutar o balde e assumir de vez a postura de herege.



Eles pregam a divindade de Jesus, porém tratam-nO como se fosse um empregadinho. Chamam-No de Senhor, mas exigem que Se lhes submeta, atendendo às suas ordens, determinações e decretos.



Ensinam a divindade do Espírito Santo, mas ridicularizam-nO com manifestações bizarras que não temem atribuir a Ele.



Pregam a salvação pela graça, e em seguida exigem que seus seguidores façam sacrifícios complementares para assegurar-lhes a condição de salvos.



Pregam que Jesus está às portas, mas levantam campanhas milionárias para construir catedrais suntuosas ou adquirir aviões, em vez de pregar a esperança de dias melhores e contribuir para amenizar as injustiças sociais.



Ensinam a generosidade só para colocá-la à serviço de sua própria avareza.



Cansei de fundamentalismo barato, intelectualmente preguiçoso, e ideologicamente comprometido com os poderes deste mundo. Cristãos que preferem ladear os poderosos, e desprezar os miseráveis e excluídos. Denunciam a pretensão socialista de que o Estado ocupe o lugar de Deus, mas fazem vista grossa ao Estado Neo-liberal que se presta ao papel de Diabo.



Prefiro a isenção profética! Não quero aliar-me a qualquer que seja a ideologia, pois todas são inequivocadamente imperfeitas. Prefiro ser porta-voz do Reino, a ser defensor de agendas ideológicas. Marx não me convence! Mas não será Olavo de Carvalho que me converterá ao conservadorismo. Não me curvo ao Estado, mas também não me prostro ante o Capital. Ambos são potencialmente ídolos. Ambos exigem lealdade absoluta, coisa que só devo ao império de Cristo.



Livre comércio? Sim. Mas não ao custo da justiça. Justiça social? Sim. Mas não ao custo da liberdade. Por isso, não sou nem socialista, nem capitalista. Sou mesmo um reinista.



Por favor, não me rotulem. Não sou penteca, mas também não morro de amores pelo tradicionalismo mofado que só serve ao orgulho denominacional idiota. Eu já disse e repito: Sou reinista! Só devo lealdade ao Rei dos reis!



Crer na contemporaniedade dos dons não me faz carismático nem pentecostal; crer na soberania divina não me faz calvinista; apreciar arte sacra não me faz idólatra, e negar-me a ajoelhar-me ante a uma imagem não me torna iconoclasta. Crer na intervenção divina em atendimento às nossas preces também não me faz um neo-penteca.



Se insistirem em me taxar, prefiro que me chamem de herege. Pelo menos serei identificado com os injustiçados, vítimas dos sistemas opressores que se arrogam detentores da verdade absoluta. Prefiro isso a ser identificado com os que oprimem, e em cujas mãos estão acesas as tochas da intolerância, prontas a atear fogo nos discordantes e rebeldes.



Se reeditarem a santa inquisição, a maioria dos líderes que explora seus rebanhos ficará de fora. E sabe por quê? Porque são todos ortodoxos e dogmáticos. Todos têm em comum a crença no concepção virginal de Cristo, em Sua ressurreição ao terceiro dia, em Sua ascensão, na Criação em sete dias literais, etc. Nenhum deles pode ser acusado de heresia. Eles até poderiam escapar ilesos das chamas inquisitoriais, mas duvido que escapariam de outra chama!



Prefiro ser torrado nas fogueiras dos meus detratores a ter minha consciência chamuscada pela culpa, e minha alma alvejada pelas chamas do inferno.



Sou herege assumido, e quem não for... que acenda a primeira tocha!



Heresia, do latim haerĕsis, por sua vez do grego αἵρεσις, "escolha" ou "opção".



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sábado, 27 de março de 2010

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A difícil convivência com a verdade



Relutei em dar o pontapé inicial, mas por mais que tenha fugido, preciso admitir diante de todos a minha difícil convivência com a verdade. Dissertar sobre as verdades que fazem sentido para mim, é complicado, muito complicado.




Há duas dimensões. A primeira: sinto-me crescentemente empurrado a ser meticuloso em falar de meus sentimentos, angústias, alegrias, desejos. “Seja discreto”, aconselham. “Não conte suas perplexidades”, admoestam. “Você tem mais inimigos do que imagina”, advertem.





A segunda: ando acossado pelos conteúdos de minha reflexão. Diante de um público resistente a mudanças, noto que devo ser criteriosíssimo com o que penso. Tenho que tomar todos os cuidados para não arranhar suscetibilidades dogmáticas. As âncoras doutrinárias e confessionais não podem ser içadas, elas precisam manter os navios institucionais em porto seguro. Impulsivamente tentei convidar alguns amigos e parceiros a navegarem nas águas tumultuadas do oceano das perguntas e das dúvidas, mas fui escanteado, exilado, xingado, rotulado. “Não se deve falar tudo o que pensa”, sugeriram. “Cuidado para não ser inconveniente”, exortaram. “Vá com calma”, avisaram.





A pior censura é a auto imposta, a que nasce do medo, da paranóia. Assusto-me quando tento equilibrar-me nessa corda, na balança entre o tato e a falsidade. Será que o receio de não me expor me tornará anódino, inodoro, insípido? Será que fiquei com medo das hienas que tentam se antecipar ao meu fim e já sabem como atacar?



Hesito. Suspeito escrever sob o olhar antipático de gente que, de antemão, não gosta do que vai ler. Mas, ir ao teclado e não vazar o espírito me tornaria semelhante ao pianista que não pode tocar. A dor de não tocar dói mais que a artrite que lhe entorta os dedos. Restam-me duas, apenas duas, opções: parar de escrever e aprender a empinar pipa – que seria um suicídio lento - ou continuar, sabendo que as críticas não arrefecerão.



Quando caminho pelos porões de minha alma, faço mea culpa. Quando subo aos sótãos, celebro eventos maravilhosos; lugares e pessoas que tornaram a minha vida bonita. Lembro que Rubem Alves escreveu certa vez que a “saudade é o bolso onde a alma guarda o que provou e aprovou”. Gosto de remexer os bolsos, de ruminar o que saboreei, de trazer à memória o que me ainda pode dar esperança. Nesses passeios, dores antigas têm chance de serem curadas.



Tecer reminiscências não é sentimentalismo, apenas o meu esforço de não permitir que o tempo desbote as fotografias, outrora coloridas, da infância. Não abro mão, esta geração dura e fria não vai impedir que eu retorne ao passado em busca do tempo perdido.



Quero escrever sobre questões teológicas que me intrigam, mas logo me corrijo: “Não faça isso, Ricardo, não vá se queimar à toa”. Se não posso esticar conceitos, se é perigoso questionar dogmas, crenças, superstições, então vou copiar receita de bolo -como faziam os jornais nos dias da ditadura. Miguel de Unamuno afirmava: “Saber por saber! A verdade pela verdade! Isso não é humano!”. Não ouso provocar por leviandade. Ao suscitar perguntas, mesmo sem resposta, busco confrontar crenças que considero pueris e desalojar credos que me afastam do drama humano. Sem pretender resolver os mistérios da Divindade, da Eternidade e do Sobrenatural, espero encontrar um fiapo de nexo naquilo que o coração intui. Fazer teologia se transformou no exercício de aprender a chorar com os que choram, de celebrar com os que triunfam e de nutrir esperança ao lado dos que lutam.



Morrerei se deixar que emperrem o minadouro de minha criatividade. Serei pássaro engaiolado, caso me acovarde nos labirintos do saber. Quero satisfazer-me com a beleza, com a dignidade, com o que for louvável, venha de onde vier. Sofrerei com menos tormento a trágica sina de viver, caso encontre a casa do bem, o templo do amor e a sala da amizade.



Convertido ao fundamentalismo desde a juventude, escrevo para reconciliar-me com todos os homens e todas as mulheres de bem que, independente de recitarem o mesmo catecismo, trabalham por um mundo melhor.



Consciente de meus pecados, inadequações e imaturidades, desejo crescer em minha Ricardice. Entendo que os meus maiores inimigos moram dentro de mim. Mas sei também que a possibilidade de humanizar-me depende da capacidade de reconhecer a beleza do meu interior. Se demônios me aterrorizam com vícios, anjos me incentivam com virtude. E nessa maré, que sobe e desce, avanço rumo à vocação de ficar parecido com o Nazareno.



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Pedagogia da Graça



Um amigo meu que freqüentou uma igreja histórica sesquicentenária por muitos anos de sua vida, presenciou atitudes austeras de pastores e presbíteros em reuniões onde sentenciavam jovens que engravidavam antes do casamento. Presbíteros do conselho já nem mais consultavam o manual de disciplina, pois decoradamente sabiam o artigo e parágrafo onde a ré se enquadrava. A punição era anunciada com certa alegria (em forma de piedade pervertida) para a igreja, pois a sã doutrina estava sendo cumprida a risca. Mais uma medalha era colocada no peito da ortodoxia, que seguia única vencedora nesta igreja. A adolescente arcava com os danos psicológicos de ser apontada na igreja como exemplo a não ser seguido, pois quebrara os mandamentos do sagrado e sua punição era além da suspensão dos “privilégios da ceia” era isolada por todos, como uma pessoa contagiosa, o patinho feio que poderia transmitir seus pecados para o restante do puro rebanho.




Este meu amigo acabou saindo desta denominação e esta agora em outra, com o nome idêntico, entretanto sobre tutela de outro Supremo Concílio. Entretanto um caso de gravidez de uma menina de 16 anos aconteceu nesta igreja dele. Apenas a mãe e a filha adolescente freqüentavam a igreja, e ambas foram conversar com o pastor, para contar o ocorrido. Qual o resultado? No culto dominical, o pastor chama a menina na frente e diz que tem algo muito importante a comunicar, que a adolescente esta grávida e que toda a igreja esta em festa e deve comemorar esta alegria com a garota. Foi feita uma oração para que a gravidez ocorra tudo bem e que todos deveriam se festejar com a menina, pois em breve um bebê estaria alegrando todos os membros presentes. O pastor abraçou a menina carinhosamente e disse que a igreja estaria dando todo apoio no que fosse preciso durante e depois da gravidez.



Alguns chamariam este fato de ortodoxia generosa, outros de apostasia e afrouxamento da doutrina. Gosto de chamar de simplesmente graça, na hora que a menina precisava de maior acolhimento, ela recebeu de Deus através do pastor e da igreja. Este, creio eu ser o verdadeiro caminho estreito a ser seguido, em detrimento do caminho largo e dogmático. A comunidade tem que ser inclusiva e não um gueto que exclui os que não seguem seus dogmas, regras e manuais.



Com essa atitude, uma voz do norte poderia questionar que esta se abrindo a porta para a libertinagem, pelo contrário, a pedagogia da graça corre por outros caminhos, pois isso tem feito que os jovens e adolescentes tragam suas dúvidas e questionamentos para a igreja, ou seja uma comunidade terapêutica esta sendo formada, sem querer forçar a natureza com medidas de imposição, a atitude educativa esta produzindo seus frutos. Ahh .. antes de finalizar esse texto, antes que alguém pergunte, é o pai da criança? Até onde estou sabendo, não está envolvido na igreja e nem na vida da adolescente, o pastor disse que não precisa casar se não amar a pessoa. Como fiz Philip Yancey, a graça é como a água límpida, consegue descer aos locais menos acessíveis e leva vida, e vida em abundância.



By Alex Fajardo


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A irremediável burguesia religiosa



Se não me falha a memória, a frase é do Cazuza. “A burguesia fede, mas tem os seus encantos”. Pela classificação mais ordinária dos cidadãos brasileiros, nasci na classe “C”, isto é, no andar de baixo desta burguesia. Designado para viajar nos vagões mal cheirosos que ficam atrás do trem, minha infância não teve tantos mimos. Cresci sem automóvel (eu tinha 17 anos quando papai comprou um carro), sem frequentar lanchonete nos fins de semana e sem vestir roupa de grife. Não, nunca fomos pobres; tínhamos segurança alimentar e uma grande família com tios que chegaram junto na hora do sufoco.




Mas, para entrar no baile de adolescente na vesperal do Clube Náutico, eu precisava pular o muro; para chupar um picolé no intervalo da aula, tinha que ir para o colégio a pé e para comer maçã, adoecer.



Tornei-me um militante do patético alpinismo social. Em meu primeiro emprego, fixei a meta de comprar um fusca. Trabalhei como um remador de galé, mas um ano depois saí da loja montado nas quatro rodas alemãs - e mais trinta e seis prestações. Daí para a frente, continuei subindo. Cheguei ao mundo colorido da classe “B”. Eu já não era um remediado pobretão. Cedo, também notei que as escadas religiosas poderiam me conduzir a patamares mais elevados.



Gastei a maior parte dos meus dias entre cristãos que faziam da religião o trampolim social que a sociedade lhes negava. Eu sabia que a lógica religiosa que eu aceitava de bom grado, e fortalecia, servia às aspirações de pequenos ricos.



Primeiro, nos Estados Unidos. Viajei extensivamente por quase todo o território e conheci a América profunda. Preguei tanto em igrejas grandes como em bibocas. Evitei, por interesse, notar como os pentecostais se esforçavam para mostrar que não eram os primos pobres de batistas e presbiterianos. Por duas vezes, participei do Concílio Geral das Assembleias de Deus. Não há como descrever o desfile das vaidades que vi nessas reuniões. Pelos corredores lotados com mais de quinze mil pastores, mulheres borradas de maquiagem ostentavam roupas caras e os maridos batalhavam para ganhar a placa de “Maior Contribuinte de Missões Mundiais ”.



Depois que voltei ao Brasil, também procurei cegar para o que via. Eu não queria notar como líderes denominacionais usavam de toscas manipulações para se manterem temidos como caudilhos. Pastores oriundos das mesmas camadas sociais que eu, se sentiam desafiados a passar pelo malho apertado da peneira social. Alguns, logo revelavam sinais exteriores de riqueza, fama, glória. Isso lhes motivava à luta e eu, confesso, queria ser como um deles. Os ungidos apareciam ao lado de políticos famosos, viajavam para Israel, abriam postos missionários além-mar.







Paulatinamente, distanciei-me desse mundo que passou a imprimir cartão de visita com o titulo de Apóstolo. Depois, com as mega-empresas religiosas, quando o cacife cresceu, e eu decidi sair de vez. Os verdadeiramente ungidos passaram a desfilar de BMW, helicóptero e jatinho. Resolvi não desejar esses brinquedinhos que patenteiam a bênção de Deus.



O mundo evangélico está contaminado por esta espiritualidade pequeno-burguesa. Animado pela lógica de que servir a Deus é proveitoso, o crente parte em busca do macete que abre porta de emprego, faz passar no vestibular, resolve causas na justiça, ajuda nos concursos públicos e aumenta salário. Para ele, a prova de que Deus existe está nesses pequenos milagres; e o melhor testemunho da verdade da fé, na capacidade de mover o braço do Todo-Poderoso.



Quase fui linchado quando afirmei, em um estudo bíblico, que Deus não abre porta de emprego.Sofri crítica por dizer, baseado no Sermão da Montanha, que Jesus ensinou aos filhos de Deus a não pedirem coisas materiais. A princípio, não entendi a reação virulenta. Por que tamanha resistência à proposta de espiritualidade que abre mão das intervenções divinas para se dar bem na vida? Mas, quanto mais eu lembro das ambições que povoaram o meu coração juvenil, dos corredores enfatuados daquelas convenções americanas e da breguice dos evangelistas novos-ricos, reconheço: não se desvencilha com facilidade das orações milagrosas que prometem os encantos da burguesia, sem feder.




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Jesus, transgressor de fronteiras


Hermes C. Fernandes


Como hebreu e legítimo descendente de Abraão, Jesus não se deixava intimidar por fronteiras criadas pelos homens. Ele as transgredia.




O texto sagrado diz que “indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia” (Lc.17:11).



Aquela era uma região conflitosa. A Galiléia era habitada por judeus, e estes, por razões históricas, não aceitavam relacionar-se com samaritanos. Essa raça mista era o triste lembrete de uma época em que seus ancestrais haviam sido levados cativos para a Babilônia.



O clima era sempre tenso naquela região. Havia animosidade em ambos os lados da divisa.



A caminho de Jerusalém, Seu destino final antes de ser crucificado, Jesus atravessa a região conflitosa.



Sua missão estava acima de qualquer zona fronteiriça. Fronteiras raciais, culturais, lingüísticas, religiosas, não se constituem qualquer empecilho aos Seus propósitos.



O texto prossegue:



“Entrando em certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, os quais pararam de longe, e clamaram: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós” (vv.12-13).



A origem de muitos preconceitos é a desinformação. Naquela época, os leprosos eram discriminados e tinham que viver excluídos da sociedade. A lei determinava que se um leproso ousasse aproximar-se menos de dez metros de uma pessoa sã, deveria ser apedrejado até a morte.



Vilas eram construídas fora dos limites dos centros urbanos para abrigar os leprosos. Por perderem o convívio familiar, só lhes restava a companhia de outros leprosos. Por isso, andavam em grupo.



Somos informados pelo texto sagrado, que desses dez leprosos, um era samaritano.



Embora fosse de etnia diferente dos outros nove, algo os tornava semelhantes: a lepra. Todos haviam sido igualmente rejeitados por seus familiares e patrícios. Não fazia sentido nutrir qualquer tipo de preconceito. Só lhes restava a solidariedade.



Talvez isso explique a razão pela qual Deus permite tragédias. Elas nos unem.



Quando, por exemplo, acontece uma enchente como a que abateu o Estado de Santa Catarina recentemente, as águas não escolhem em que casas vão entrar. Elas não respeitam qualquer distinção social. As mesmas águas barrentas que entram no barraco do pobre, também invadem a mansão do rico. E assim, aqueles que antes estavam separados pela fronteira social, agora se unem pelos laços promovidos pela tragédia.



Há um ditado que diz que “pau que dá em Chico, também dá em Francisco”. E vale aqui lembrar o que diz o sábio Salomão: “Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro” (Ec.9:2a).



Que direito temos de nos achar melhores do que os outros? Quem nos constituiu juízes dos homens?



A despeito de nossa posição social ou do nosso credo religioso, há algo que nos une a todos. Trata-se de algo muito pior do que a lepra. O mal de todos os séculos. A lepra é apenas uma pálida analogia de nossa condição espiritual. Todos somos igualmente pecadores. É a lepra do pecado que nos une.



Não há, portanto, lugar pra segregação entre os homens. Cristãos, judeus, hinduístas, muçulmanos, espíritas, ateus, estão todos em um mesmo barco.



A distinção entre passageiros de primeira classe, da classe executiva e da classe econômica, perde completamente o sentido quando o piloto anuncia que o avião está caindo.



Aqueles homens tomaram uma atitude corajosa. Venceram seus medos, entraram na aldeia correndo o risco de serem apedrejados, e clamaram a Jesus.



“Jesus, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. Indo eles, ficaram limpos” (v.14).



Embora Jesus não desse a mínima para certas convenções sociais, Ele Se submetia à Lei. E de acordo com ela, somente os sacerdotes podiam atestar e ratificar a cura de um leproso. Sem o aval sacerdotal, o leproso curado não poderia voltar a viver na sociedade e retornar à sua família.





Interessante notar que em outro episódio, Jesus tocou em um leproso e o curou. Mas neste, Jesus sequer Se aproxima deles. Por quê? Não foi por medo, isso posso garantir. Mas provavelmente por precaução. Um único leproso podia passar despercebido. Mas dez leprosos chamavam muita atenção. Ser visto entre eles poderia trazer sérios problemas, principalmente agora que estava indo pra Jerusalém. Qualquer contacto com um leproso seria suficiente para que Jesus fosse impedido de entrar no Templo. E como sabemos, havia uma missão a cumprir lá, antes de Sua morte.



O que mais chama a atenção aqui é a ordem dada por Jesus: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. Eles foram curados enquanto caminhavam.



Deus age no movimento. Deus opera no caminhar.



Somos todos hebreus. Somos todos caminhantes. Não podemos encruzar os braços à espera de uma intervenção divina. Temos que atravessar as cancelas humanas, transgredir as fronteiras ideológicas, e caminhar livremente, enquanto Deus age.



“Indo eles, ficaram limpos.” Bendito seja o gerúndio que nos serve de cenário para o agir de Deus.



“Um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz, e caiu aos pés de Jesus, com o rosto em terra, dando-lhes graças e este era samaritano” (vv.15-16).



Imagino que enquanto este samaritano caminhava em direção ao templo para apresentar-se ao sacerdote, ele se lembrou de que samaritanos não são bem-vindos em Jerusalém.



Provavelmente, nenhum sacerdote vai querer recebê-lo. Mesmo livre da lepra física, ele não estava livre da lepra do preconceito.



A que sacerdote ele recorreria? A quem ele deveria demonstrar sua gratidão por haver sido curado? A resposta era óbvia: a Jesus.



“Jesus perguntou: Não foram dez os que foram limpos? Onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?” (vv.17-18).



Com esta palavra, Jesus estabelece uma nova fronteira entre os homens. Aos olhos de Deus, eles não estão separados pela raça, pela classe social, ou mesmo pela religião. A Cruz de Cristo derrubou todas as paredes. Seu sangue nos purifica de toda lepra do pecado. Mas agora, os homens se dividem em dois grupos: os gratos e os ingratos.



Os outros nove preferiram recuperar o tempo perdido. Foram correndo para suas famílias. Ou quem sabe, saíram em busca de uma nova oportunidade de constituir família. Mas aquele samaritano reconheceu sua dívida de gratidão para com Aquele que o limpou.




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Como eu reagiria?



Fico imaginando, se tivesse a oportunidade de ter sido contemporâneo de Jesus, que tipo de pessoa seria. Quando leio os Evangelhos procuro sentir empatia de cada indivíduo ou grupo posto diante da mensagem e da pessoa de Cristo. Ora sou um judeu desiludido como o domínio romano sobre a nação. Ora um pecador rejeitado e sem dignidade, talvez um publicano, um ladrão, assassino ou prostituta. Quem sabe, um leproso ou um endemoninhado. Ou um enfermo, coxo, cego, surdo ou paralítico. Talvez um fariseu, um versado na lei, um zelote como Pedro, um saduceu ou essênio. E se fosse um servidor romano? Um gentio grego ou, possivelmente, um samaritano? Um mendigo ou um jovem rico?




A questão é como eu reagiria àquele homem? Interessaria-me ou não pela sua mensagem? Desejaria ou não segui-lo? Amaria ou não? Entenderia ou não? Talvez fizesse parte do coro: “Crucifica-o!”? Gostaria de saber.



Não posso deixar de pensar caso não houvesse nascido num país “cristão”. Teria recebido as boas novas do Evangelho caso fosse um hindu? Ou um muçulmano? Um budista? Um satanista? Seria fácil aceitar uma proposta de vida totalmente nova? Encontraria sentido na encarnação, na cruz, ressurreição, na salvação e na graça? Não sei dizer. Só posso conjeturar.



Posso não chegar a nenhuma conclusão. Mas, para mim, é um exercício de fé. Torno-me mais próximo dos distintos tipos de pessoas. Fico sensível ao contexto de vida de cada indivíduo ou grupo. Então, “sendo livre de todos, faço-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedo, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim o vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Faço-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Faço-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de cooperar com ele.” (I Coríntios 9.19-23).



Quando choro com o que chora, torno o Evangelho acessível tanto quanto Jesus o tornou aos pobres por meio da sua pobreza.



Lembro-me da cena que me foi contada por uma amiga. Ela conta que durante um culto em sua igreja, enquanto todos cantavam e erguiam as mãos “adorando extravagantemente”, notou uma jovem ao fundo que chorava sozinha. Pensou se ninguém havia visto a menina naquele estado. Então, enquanto a jovem corria para fora despercebida, a seguiu rapidamente e foi em seu encontro. Perguntou de onde ela vinha, ao que respondeu:



- Vim da renovação carismática!



Minha amiga conta que ficou tão indignada que sentiu vontade de dizer-lhe para voltar de onde vinha, porque ali ninguém dava a mínima para os seus problemas.



Até quando ficaremos brincando em volta do próprio umbigo? Quando faremos tudo por causa do Evangelho e cooperaremos com ele?



Gostaria de saber como eu reagiria àquela igreja no lugar daquela jovem!




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Espiritualidade




No comecinho de 1990, fui convidado para participar da organização da Aliança Evangélica Brasileira (AEVB). Reunimo-nos em Teresópolis para esboçar os primeiros momentos, mas não lembro nada do planejamento. Ficaram apenas as devocionais lideradas pelo Osmar Ludovico, que me marcaram de forma indelével. O Osmar falou sobre oração contemplativa, "Lectio Divina", meditação. Porém eu vinha de uma tradição pentecostal e nada sabia sobre esses e outros exercícios espirituais. No segundo dia, houve um quebrantamento e eu me derreti em lágrimas. O Espírito de Deus nos moveu de uma forma única.




A prática de orar em silêncio, de aquietar a alma para meditar na Palavra e de escrever ressonâncias depois que alguém compartilha percepções espirituais, me deixou boquiaberto. Eu acreditava em preces barulhentas. Achava que Deus gostava de decibéis exagerados. Aliás, preciso confessar, eu mesmo já insuflei auditórios com a clara intenção de produzir frenesi para "mostrar" categoricamente que Deus "operava em nosso meio". Mas o Osmar Ludovico me conduzia por um novo e fascinante portal. Ao seu lado, eu subia escadas que tocavam o céu. Osmar tem uma voz suave, que, ao pronunciar o nome de Deus, ainda me comove. Ali começou um novo ciclo em minha devocional.



Passei a desejar uma espiritualidade de afetos. Abandonei o esforço de fazer de minhas orações uma técnica de colocar Deus em movimento. Destruí o altar que eu erguera para acionar o divino. Reaprendi que orar é inspirar ausências. Sem muitos barulhos, colocar a alma numa quietude parecida com a que o sumo sacerdote experimentava ao entrar no Santo dos Santos. Noto que os cultos, as missas, se tornaram agitados. Pergunto-me se o ritmo alucinante das músicas e das danças não são fugas. Na agitação, evita-se o confronto com a interioridade e, consequentemente, com Deus. Agora, só agora, começo a intuir o significado de orar no quarto fechado, em secreto.



Uma oração que não inclua o mundo inteiro apequena Deus e mostra o grau de individualismo de quem ora. Não consigo mais entender Deus como um deus tribal que faz chover e não deixa que gafanhotos destruam plantações. O mundo geme e entendo que as preces precisam ser situadas em relação a todos, inclusive africanos exilados, haitianos sem teto, europeus desiludidos com o materialismo e brasileiros inundados em periferias urbanas. Deus não dispensa suas bênçãos prioritariamente sobre os quem têm olhos azuis. Ele não começa seus castigos pelos mais miseráveis; não abandona milhões à míngua para vitalizar ajuntamentos que enriquecem evangelistas ávidos por fama e riqueza.



Desde aquela iniciação com o Osmar Ludovico, reaprendi a ler a Bíblia sem o exclusivismo das ferramentas frias da exegese. Por anos fui um gramático, pavimentei a estrada da minha fé com argumentações, mas comecei a ler as Escrituras com o coração. As novas lentes de leitura eram o amor e a paternidade de Deus. Desisti da pretensão de chegar à verdade dissecando textos. Eu queria perceber o recado de Deus nas entrelinhas, sem as vendas espirituais que me impedem de me sentir abraçado por ele. Sei da importância de não desvirtuar o sentido do texto com interpretações fantasiosas. Mas sei também que não é com análises sintáticas que a linda poesia do Espírito chegará ao meu coração. Se a letra mata e o Espírito vivifica, quero perceber o imperceptível; quero o que os olhos naturais não captam.



Desejo vivenciar a minha espiritualidade em atos devocionais. Pretendo transformar-me em um adorador que faz do “seguimento” de Jesus a melhor expressão de sua piedade. Liturgias centradas em emocionalismos desmerecem a tradição profética dos dois Testamentos. O melhor culto é defender a justiça. Deus não gosta de ajuntamentos com liturgias autocentradas, que só buscam canalizar o seu favor. O verdadeiro culto disponibiliza pessoas para cuidar de órfãos e de viúvas -- esta é a verdadeira religião, segundo Tiago. Qualquer verticalização do louvor só tem sentido se promover a verticalização do serviço. Espiritualidade é reconhecer Deus no rosto do pobre, do nu, do faminto e do desterrado; tudo o mais é individualismo travestido de piedade.



Anseio por reuniões que celebrem a graça, sem paranoias espirituais, sem alguém tentando infundir culpa para descansar no inescrutável amor de Deus. Quero participar de comunidades leves, sem as afetações próprias do glamour do mundo, onde os sorrisos sejam gratos e os abraços, sinceros. O caminhar de Jesus não combina com lugares espetaculosos. Viver os valores do seu reino prescinde de holofotes.



Muito obrigado, Osmar. Naquela tarde edifiquei um memorial; altar que me lembra o desafio de vivenciar o vasto amor do Pai.





Soli Deo Gloria.


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segunda-feira, 1 de março de 2010

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Samuel Ferreira "em transe" na AD do Brás e com os pés cobertos de dinheiro!


O Pr. Samuel Ferreira, líder da tradicional comunidade Assembléia de Deus do Brás, adota estranhas doutrinas e causa comoção na internet ao ser visto em vídeo, não autorizado, realizando estranha performance durante um culto. Em evidente estado de alteração mental ou “transe”, o pastor tem seus bolsos cheios e pés cobertos de dinheiro, lançado pelos membros de sua comunidade que fizeram fila para semear um dízimo profético.




Veja que idéia "BRILHANTE":





Samuel Ferreira misturou as performances teatrais de Marco Feliciano e Cia Ltda. com as unções financeiras de Silas o Malafaia e Morris Cerrullo!





Recentemente, protagonizou um "show" na Assembléia de Deus do Brás, juntamente com um tal “Profeta Wesley". Na ocasião, fez um grande jogo de cena com o seu convidado e se deixou envolver nas mais variadas exibições de doutrinas estranhas. Finalizou o espetáculo sendo colocado em "seu trono" para receber uma forte "unção" que o deixou "desmaiado" para ser acordado "ainda em transe" com os bolsos e o chão à volta de seus os pés completamente cheios do dinheiro jogado pela platéia do evento.



Segundo uma testemunha, que faz o relato abaixo, alguns poucos membros deixaram o prédio contrariados e constrangidos com os acontecimentos. Juntaram-se aos muitos que tem abandonado a congregação do Brás, desde que estes "ventos estranhos de doutrina" chegaram à tradicional comunidade.



Nos comentários a este artigo é possivel identificar alguns destes ex-membros contrairiados.



Veja o relato de um irmão (membro da AD do Brás) presente ao “evento”:



Esse “profeta Wesley”, disse, no meio de sua pregação, que o povo ia fazer um ato profético: o dízimo profético. O povo foi conclamado a levar dinheiro para "o profeta". Ele deixou bem claro que o dinheiro não era pra missões, nem para a igreja. Era para o profeta!



Então, perguntou se havia um médico na platéia, pois o Rev. Samuel não aguentaria em pé, pois receberia uma rajada de unção. O pregador então disse para o povo vir até a frente, colocar o dinheiro no bolso do reverendo e tocar nele, pois ele (o reverendo) faria o milagre acontecer. E assim foi, centenas de pessoas em fila indiana colocando dinheiro no bolso do homem, enquanto esse Wesley dizia: "Toca nele e sai... toca nele e sai..."



Nisso, ele balançou... trouxeram a cadeira pra ele, afrouxaram-lhe a gravata e os bolsos já estavam lotados. É nesse momento que o povo começa a jogar o dinheiro aos pés dele.



Ele parecia completamente catatônico, fora de si, como bêbado.



Quando acabou a fila, o Wesley diz: "Agora, a Miss. Keyla, esposa do Samuel, vai dizer uma palavra no ouvido dele e ele vai voltar" o vídeo a seguir foi gravado neste momento (sic).



http://www.youtube.com/watch?v=fOcbhpORXyo



Postou Danilo Fernandes no Genizah
 
 
 
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Um Valdimiro Santiago como você nunca viu...


Danilo Fernandes




Revoltante. Nojento!



Quem são estas pessoas que esfregam as mãos no “apóstolo dos fluidos corporais”, na busca desesperada por um bocadinho de suor ungido? (Veja o vídeo)



São as mesmas que outro dia mesmo subiam as escadarias da Igreja da Penha de joelhos, lambuzavam-se com óleo santo, engoliam pílulas de papel, traziam santos pintados e vestidos feito boneca para passarem o fim-de-semana em suas casas, faziam psicanálise com preto velho, tinham suas mãos lidas nas paradas de ônibus, jogavam flores ao mar, acendiam velas em esquinas, davam de beber ao chão, desfilavam longas ladainhas aos mortos, alisavam figuras de pedra e pau, adoravam um cristo de madeira ou em medalhas beijadas e lambidas. São estes! Os mesmos. Não outros.



Cegos que lustravam os longos corrimãos que levavam às salas de ex-votos nas catedrais, idolatras que imitavam a Cristo somente ao carregar pesadas cruzes em procissões, tolos que barganhavam regalias mágicas por pratos de farofa e garrafas de cachaça nos centros de macumba, feiticeiros domésticos que enchiam pratos com papel e mel e, quando ecológicos, distribuíam gnomos coloridos por entre os livros e badulaques nas estantes de suas casas.



Ah! Mas não! O Valdemiro não incentiva estas coisas... Ele cura em nome de Jesus!



Sim! Certamente! E como “Gizuz”, vende seus lenços suados e suas rosas ungidas no fim das pregações, pega seu BMW e ruma para a próxima catedral...



Não! De forma alguma! Não toque no ungido! Ele expulsa demônios das pessoas em nome de Jesus!



Sim! Claro! Um santo! Que igual a “Gizuz”, entoa leilões de ofertas no fim da pregação e bênçãos sem medida!



Opa! Quase esqueci! Para quem deu acima de R$ 1.000,00, o ungido bota a cara do pobre contribuinte debaixo do sovaco e ora que é uma beleza...



Não! Mas não! Ele prega o Evangelho. Será? Ler a bíblia, citar versículos é pregar o evangelho? O Diabo faz isto! Fez com Jesus! Está na Bíblia! Eu o vejo passar 30% do seu tempo esculachando a concorrência. 30% apresentando curas milagrosas e sendo esfregado... 20% lendo algum versículo da bíblia descontextualizado e os 20% restantes tomando a grana da galera! E o Evangelho do Reino? A mensagem de salvação? Alguém ouve?



Alguém já ouviu o Valdemiro clamar ao povo que se arrependa de sua idolatria, de seus pecados e siga a Jesus? Não a ele? Não a sua igreja? Siga e imite JESUS? Creio que não!



Mas calma lá! Ao menos a água que ele toma é 100% Jesus! Sim da marca 100% mineral! 100% gospel!



Ouvi de alguns pastores de igrejas tradicionais: “Pobres destes irmãos desviados e enganados por estes vendilhões da fé”. Os vendilhões estão ai. Antes estavam em outros lugares mais na moda... Desviados, já não sei. Desviados de onde? Teriam estas pessoas conhecido Cristo? Por quem foram discipuladas? Conheceram o Evangelho? Que “evangelho”? Que desviadas que nada! Para estar desviado era preciso antes estar no Caminho, diga-se: o ÚNICO. Era preciso antes terem se arrependido de sua idolatria! Estavam estas pessoas antes buscando o Reino e Sua Justiça? Creio que não!



Ele fará uso de todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça. 2Ts.2:10-12



Esta gente sempre esteve onde está agora! Atrás de uma promessa qualquer obtida à custa de um “toma-lá dá-cá” mal disfarçado de feitiçaria envolvendo um pequeno sacrifício financeiro, ou físico, em troca de um pedido urgente. Fé? Está mais para “fezinha”, jogo “de roleta”. Apostas bem espalhadas entre quase todas as opções da mesa religiosa, cobrindo os “sete cantos”. Um vai ter de me ajudar! Ou quem sabe carregar! Risos!



Para estas pessoas, o Senhor Jesus é mais uma “entidade” que se coloca contra a parede em troca da promessa de um boquirroto qualquer. Antes era o “Santo Antônio” virado de ponta a cabeça, colocado no freezer, até o infeliz trazer o príncipe encantado! Agora é o desafio financeiro da “fogueira santa”!



Cobras! Raça de víboras!



Um dia dirão: “Jesus, Jesus...” e ouvirão “um não te conheço”. Argumentarão: “mas Senhor eu li a Bíblia eu te aceitei...”. Podem bem ouvir: Sim, mas também ao Papa, ao Valdemiro, ao São Jorge, ao feiticeiro, à cigana, ao Buda, à Maomé, etc.



Qual é a diferença? A diferença é que agora estas pessoas se dizem crentes, decoram suas cabeceiras com a Bíblia, guardaram as estátuas no armário mais alto (melhor não jogar fora...) e seguem líderes que também se dizem crentes e vão todas felizes e saltitantes para o quinto dos infernos!



Vamos acordá-las antes que seja tarde ou seguimos sem “tocar nos ungidos”, nos confortando com o fato de que ao menos se trata de uma macumba gospel e desejando, do fundo do coração, que algo de bom saia daí e, quem sabe um dia, este pessoal encontre a Jesus?



Meu irmão, minha irmã! Vamos ao menos acender uma luz para eles? Que tal trocar a hipocrisia e o falso pietismo, que faz a maioria se calar em nome de uma pretensa “atitude cristã” e berrar aos quatro cantos que estes irmãos estão sendo enganados por falsos profetas? Eles estão tropeçando nos seus próprios cadáveres e nós estamos fazendo o que?



Eu te digo o que: Nós estamos batendo palmas para “apóstolo macumbeiro”, para “igreja aborteira”, para “o evangelho sem arrependimento”, “para a teologia do dinheiro do apóstolo alado” e, quando sobra tempo, fazemos caretinha hipócrita, recriminadora, para quem tem coragem de levantar a voz e dizer a verdade sobre este bando de salafrários! Sniff Sniff Não devemos julgar!



Talvez, diante de QUEM realmente importa, eu venha a ouvir que acusei, exagerei... Talvez o Senhor me admoeste pela minha ira incontida e meu nojo, antes da compreensão...



Que Deus me oriente... Mas hoje, do jeito que a coisa vai, prefiro estar entre os que pregam aos drogados, entre os que evangelizam prostitutas, entre os que compreendem os miseráveis revoltados e os criminosos que não conheceram a Jesus...



Prefiro ser condenado porque gritei alto demais do que porque fui hipócrita.



Prefiro ser condenado porque ridicularizei, do que porque relativizei.



Minhas leituras da Bíblia indicam que estarei em ótima companhia. Nas Sagradas Escrituras abundam heróis da fé irados, acusadores e escarnecedores de vendilhões e falsos profetas e não se tem noticia de “santinhos do pau oco” e hipócritas sendo benditos por Deus...







Prefiro os pastores que pregam o Evangelho em sã doutrina e Amor pelo humilde e não curam um único tumor em seus púlpitos, mas dobram os joelhos pelos seus em humildade, para depois observar milagres grandiosos nas casas de suas ovelhas no júbilo dos justos!



Prefiro os que colocam Jesus adiante de todas as coisas e, assim por trás de Sua orla, testemunham milagres muito maiores do que os que se vê na TV.



Prefiro estar com os líderes tolos que não tem avião, mas ajudam missionários no campo, do que sentar nas mesas dos apóstolos alados, dos curandeiros televisivos e dos contrabandistas da fé.



Prefiro o pastor que é homem e, como homem, sofre e é testado e tentado... Chora! Mas um dia ao pregar vê o milagre andar em sua direção! No tempo do Senhor, na dependência da Sua misericórdia. Debaixo da Graça!



Prefiro olhar as obras do coração e da Salvação... Drogados e bandidos virados obreiros não me comovem. Falidos transformados em milionários, não me enchem os olhos. Doentes curados, não me fazem dizer Glória! A MENOS QUE: estejam no Caminho de Jesus. Do Evangelho, sem marketing ou mistura. Na loucura que Paulo tanto defendeu. No AMOR. Ai, sim. Aleluia! Glórias a Deus! Porque do contrário, trata-se apenas de frivolidades e confortos de “uma sala de dentista”. Água gelada, revista nova, ar refrigerado. Inutilidades momentâneas, pois atrás da porta o que espera é BROCA!



Como se faz no twitter: #prontofalei



Veja este vídeo chocante até o final. Veja e enterre qualquer dúvida que ainda tenha sobre este homem. Se você não tiver ânsia de vômito, há algo errado com você!


http://www.youtube.com/watch?v=JYHFmn9C7x4



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Silas e o Circo de Horrores do Ratinho


Hermes C. Fernandes

Assisti pelo Youtube à atuação do Pr. Silas Malafaia no programa do Ratinho recentemente. Como ele mesmo confessou, seu estilo é bem parecido com o do apresentador. Poderíamos até dizer que Silas é uma espécie de Ratinho Gospel.Não tem papa na língua e gosta de ver o circo pegar fogo.



O que achei? Sinceramente? Um desserviço à causa.



Primeiro: ali não era o lugar para se debater com seriedade um assunto tão complexo. A produção do Ratinho certamente escolheu Silas por saber de seu temperamento, ingrediente indispensável para um circo de horrores como o promovido pelo programa. Achei-o deselegante com sua oponente. Já tive a oportunidade de debater com ele várias vezes em duas emissoras no Rio de Janeiro. Ele não consegue se calar nem no intervalo. Sua fama foi construída em cima disso.



Apesar de polêmico (mais por seu temperamento do que por suas posições), Silas é extremamente conservador, e não consegue manter um diálogo em alto nível. Mas infelizmente é isso que o povão gosta.



Não consigo imaginar Jesus Se prestando a um papel desses. Jesus nunca bateu boca com ninguém. E Ele jamais participaria de uma campanha contra o direito de quem quer que fosse. O tipo de posicionamento defendido por Silas só faz aumentar o abismo entre a igreja evangélica e os homossexuais. Que vantagem há nisso? Como poderemos evangelizar um grupo contra o qual nos manifestamos? Em vez disso, deveríamos estar defendendo seus direitos, angariando sua simpatia e confiança, e assim, revelando-lhes o amor transformador do nosso Deus. Sem imposições, sem histeria, sem mania de perseguição, mas com mãos estendidas em vez de dedo à riste.



Quem, afinal, teria ganho aquele debate? É claro que a maioria do povo evangélico vai dizer que foi Slias. Mas sabe quem perdeu? Todos nós. Silas tornou-se numa referência caricata da igreja brasileira.



E o pior de tudo é que por trás de toda esta vociferação contra a PL 122 há uma não confessável intenção política. Os políticos evangélicos (que até agora não mostraram a que vieram!) precisam garantir a próxima eleição. Nada melhor do que tocar terror no povo, usando o tal projeto de lei como o carro abre-alas.



Essa estória de que as igrejas serão obrigadas a casar gays é conversa fiada. O mesmo projeto de lei é contrário a qualquer tipo de discriminação religiosa. Pode-se "condenar" a pobreza sem com isso discriminar o pobre. Pode-se "condenar" o alcoolismo sem discriminar o alcoólico. O mesmo se aplica aos homossexuais. Se um determinado credo reprova o comportamento homossexual, não quer dizer que seus seguidores discriminem homossexuais.



Que vergonha... deveríamos estar do lado deles, condenando a homofobia, e assim, escancarando a porta para que tivéssemos acesso aos seus corações. Em vez disso, colocamo-nos ao lado de seus algozes. A igreja cristã que produziu homens como Martin Luther King, Jr. que defendeu com o preço de sua própria vida os direitos civis, agora produz homens intolerantes que almejam, em nome de um projeto político, conduzir a igreja de volta à idade das trevas. Foi este tipo de posicionamento intolerante que provocou a morte das bruxas de Salém, a Inquisição, o Apartheid.



Infelizmente, nosso povo tem memória curta. Semanas atrás, todos repudiavam a teologia da prosperidade pregada por Silas ao lado de seu mentor Morris Cerullo. Agora, por uma causa com motivações duvidosas, Silas voltou a ser quase unanimidade entre os evangélicos.



Espero que o povo de bom-senso acorde para isso, reveja seus conceitos, e se posicione contrário a qualquer tipo de manipulação.


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Hipocrisia Pastoral



Uma das coisas mais desagradáveis que sou obrigado a conviver no convívio com “pastores”, é a hipocrisia doutrinária comparativa. Líderes de ministérios estão todo o tempo fazendo comparações. Desde o número de “membros” em uma determinada congregação, passando pelas estratégias que oferecem resultados, pelas análises pseudo intelectuais de suas fundamentações teológicas e, finalmente, com a arrecadação nos gasofilácios. É sempre assim. Escolhem como critério de comparação aquilo que julgam serem melhores que os demais. Ninguém jamais quer ser comparado em um quesito que seja um ponto fraco de seu ministério/igreja.




Nesta fúria estúpida por desejar ser melhor que outros, uma das coisas que mais me ofende são os pastores retrucadores. Aqueles que sempre tem alguma coisa a acrescentar… e adoram citar textos gringos para sustentar seus pontos de vista. Temos uma geração falida em vários quesitos… e que encontrou no estilo de ser “cabeção”, a maneira de ser idolatrada por suas ovelhas. É uma pena que ficar calado é uma das coisas que o “amplo conhecimento” não ensina a nenhum pastor. Uma geração de pessoas hipócritas e louca para dar respostas a todas as coisas (como se isso fosse possível). E além de tudo, uma geração idólatra, que coloca pessoas de ministérios distantes como “grandes”, enquanto ignora completamente as virtudes e acertos de seus compatriotas; talvez por os considerar como concorrência.



De métodos as igrejas também estão fartas. Já sabemos até como xingar com propósito, apostolicamente ou em células. Mas tudo isto não foi capaz de produzir a tal revolução que arde no coração dos verdadeiros filhos de Deus. Um pastor que se considera treinado, preparado ou cheio de métodos e experiência, deve necessariamente ser desqualificado do serviço. Este já possui seu coração corrompido pela soberba. Não dá pra ignorar que Jesus escolheu para seus discípulos exatamete o tipo de gente que jamais escolheríamos para líderes. Jesus errou? Somos nós melhores?



Pastores, líderes, ministérios e pessoas… todos devem se apresentar de maneira transparente. Precisamos ser inspiradores mas também autênticos. Somos altamente capazes de falar sobre a glória de Deus… mas de que adianta apenas falar? Deveríamos nos revirar do avesso, mostrando nossas angústias, dificuldades, sofrimentos, medos… e TAMBÉM nossa única esperança. Devemos jogar a imagem do pastor e do super-crente no lixo. Por que o mundo jamais precisou de tais pessoas. O mundo precisa de pessoas de verdade, especialistas em chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram. Pessoas que apesar de todo o sofrimento e dificuldade, são os primeiros a por mão no bolso em favor do desconhecido que passa por necessidade.



A luz do evangelho brilha muito mais em pessoas reais.

Aqueles que olham para pessoas e enxergam como elas realmente são.

E que consideram a todos superiores a si mesmos. Pela fé!



Ariovaldo.com.br

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Carta aberta aos subversivos de Jesus



Queridos amigos de indignação, paz!




Robinson Cavalcanti escreveu: “Um mundo novo é possível; uma igreja nova é imprescindível”. Eis a ânsia que nos une. Resolvi escrever essa carta (e não a velocidade impessoal do e-mail e seu internetês) porque cartas despertam aquela nostalgia deliciosamente clássica que parece ter sumido dos nossos dias, também porque precisamos cada vez mais estarmos juntos. Nossa força vem do nosso abraço. Nossa unidade é o megafone que potencializa nosso grito.



Algumas pessoa insistem em questionar nosso criticismo (ao invés de questionar seu alvo), então respondo: criticamos não porque vivemos encarcerados numa espiritualidade azeda (ainda que alguns de nós assim estejam), mas porque somos parte do corpo (I Co. 12. 12-27), e o que dói no corpo afeta nossa alma. Criticamos porque não conseguimos olhar para o ambiente eclesiástico com uma irresponsabilidade tatuada de piedade e tolerância, mas sim com a inquietação aprendida do olhar de Jesus: “Vendo ele as multidões”; em Jesus, o olhar constrói.



Tenho percebido que nossas críticas produzem algumas feridas. Contudo, se Jesus Cristo é o “médico dos médicos”, então, o melhor que temos a oferecer são justamente nossas feridas, principalmente quando são geradas pela adocicada fúria do amor: “Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do que odeia são enganosos” (Pv. 27. 6). Nossas feridas não matam, aliás, nem mesmo são feridas, são apenas paradoxos benditos: machucam para sarar.



Ouso fazer um apelo: amigos subversivos, jamais nos esqueçamos da essência da nossa subversão: a centralidade de Cristo acima das ideologias (II Co. 10. 5), a santidade de Deus (Is. 6. 1-7), a prática da oração (I Ts. 5. 17), a meditação nas Escrituras (Sl. 119. 101-106), o cuidado no discipulado que forma o caráter (II Tm. 2) e a afirmação da Cruz de Cristo (I Co. 1. 18). Esse é o nosso baluarte! Essa é a nossa gloriosa herança!



Por favor, meus amigos de gemido, nossa causa é a mais nobre de todas as causas: a luta pela regeneração da igreja! Não se trata de arrogância intelectualóide, mas de temor e tremor. Apenas captamos o chamado do Espírito e adestramos nossas fúrias, canalizando-as para a defesa fiel dos valores do Reino.



Aos empresários da fé, paipóstolos, malandros de púlpito, vagabundos da celestialidade bandida, um aviso: não vamos parar! O que nos une é a certeza feliz de que sempre tem alguém ouvindo e respondendo ao nosso grito!



Por uma igreja verdadeiramente Igreja…



Alan Brizotti

Via http://www.genizahvirtual.com/

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