quarta-feira, 21 de abril de 2010

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A igreja e a crise de identidade



Passamos por muitas crises, porém quando temos uma crise de identidade, experimentamos um dos mais delicados momentos da nossa vida. Qualquer pessoa saudável emocional e existencialmente, passa por uma crise de identidade. Um momento no qual a maneira como nos percebemos e somos percebidos sofre profundas alterações. As forças comuns propiciadoras do equilíbrio são abaladas, o chão nos foge dos pés, uma certa angústia vinda de um sentimento de vazio se instala, as respostas, as certezas, são engolidas pelas dúvidas, um flerte com a frustração, a tristeza e a depressão se mistura a um namoro com a esperança, o odor de novos ares, a silhueta de novos horizontes.




Os chineses têm razão quando no seu complicado alfabeto escrevem a palavra crise com dois ideogramas, um representando perigo e outro oportunidade. São exatamente estas as duas sementes contidas numa crise de identidade, o perigo de nos perdermos e cristalizarmos quem somos repetindo automaticamente erros, ou a oportunidade de nos reinventar, superar limitações, corrigir rumos, sair da periferia e vir para o centro capaz de equilibrar tudo em nós e nos religar a nossa vocação mais original.



Não só as pessoas, mas também os grupos humanos sofrem crises de identidade. Quando olhamos para trás vemos na história da igreja momentos quando ela entrou em crise de identidade. Homens e mulheres se levantaram para questionar o status quo, rebelaram-se contra a maioria acomodada, desafiaram autoridades, apontaram erros e etc. Somente para citar alguns exemplos, foi assim com o nascimento do monasticismo no séc IV, com a reforma protestante no Séc XVI com a eclosão do pentecostalismo no séc XX. Todos esses e outros movimentos provocadores destes momentos grávidos de perigo e oportunidade, tinham algo em comum: clamaram por um retorno a identidade essencial da igreja! Buscavam responder as perguntas que se recusam a calar todo tempo: qual a razão de ser da igreja? O que essencialmente é sua identidade? Para que existe?



Em busca dessas respostas, confesso, um dia já cheguei a me perguntar se Jesus realmente quis a igreja! Qualquer leitura rasa dos evangelhos vai nos mostrar que o centro da pregação, da vida, da morte e da ressurreição de Jesus foi o Reino de Deus. Ele nos ensinou a orar dizendo venha o teu Reino e não a tua igreja. Me perguntei: será que Jesus sonhou o Reino e o que veio foi a igreja?



Então, percebi que Jesus também quis a igreja. É neste sonho original dele que está ancorada a identidade primordial de sua igreja. Me permitam a licença de imaginar: quando Jesus um dia na colinas da Galiléia fechou os olhos e sonhou sua igreja, me custa crer que a primeira coisa que veio a mente dele foi prédios maravilhosos, lideres com enorme habilidade gerenciais, pastores acomodados uma vidinha de meros capelães das necessidades emocionais e físicas de sua congregação, pregadores brilhantes atraindo pessoas mais interessadas na beleza de um discurso do que em verdades produtoras de quebrantamento e transformação, doutrinadores de plantão prontos para corrigir qualquer "erro", estruturas complexas consumidoras de tempo e energia na manutenção de programas que acontecem sem a necessidade da Presença dele, líderes movidos pela raiz de todos os males, o amor ao dinheiro, transformando, como previu Paulo, a piedade em fonte de lucro... acho que a imagem mental da sua igreja era uma comunidade de discípulos que se reunia para adorá-lo e renovar as forças para viverem sua missão transformadora deste mundo. Esta é a conspiração divina iniciada por Jesus: discípulos cheios do Espírito Santo imersos nas dores deste mundo sendo instrumentos da concretização do Reino de Deus. Esta é a identidade original da igreja, é para isso que ela existe.



Mas o que aconteceu com este sonho? Uma autêntica busca de resposta a esta pergunta vai nos levar como igreja a uma saudável crise de identidade. Muitas vezes a resposta do que somos está no passado, daí a necessidade de fazer os retornos necessários. Porém, existimos no presente caminhando para o futuro, daí a necessidade de fazer as atualizações necessárias. Tendo isto em mente compartilho com você algumas intuições do caminho de retorno ao ideal perdido e dos vislumbres para continuarmos indo em frente:



* Uma redefinição da igreja: uma comunidade relacional geradora de autênticos discípulos. Um centro de formação espiritual que irradia a vida do Reino para o mundo;



* Uma redefinição de discipulado: um processo de formação espiritual que nos convida a ser uma encarnação histórica do Reino de Deus. Falar de formação espiritual é falar de impactar e mudar o mundo e não de fazer mais um programa eclesiástico para o crescimento da igreja.



* Uma redefinição do papel pastoral: pessoas comprometidas com Deus em se tornar pais, mães, mentores, espirituais, agentes de formação espiritual. Buscar superar esta dinâmica pedagógica passiva na qual vai-se para a igreja para ouvir e não para ser desafiado a viver. Recusar ser meros animadores de auditório, líderes gerenciais de grandes projetos Amar mais indivíduos do que multidões, ainda que elas sejam uma conseqüência abençoada do investimento pessoal nas pessoas.



Que uma santa crise de identidade vem sobre todos nós e sejamos protagonistas de um retorno ao sonho original (Reino de Deus) que avança para a concretização de um ideal (igreja como um centro de formação espiritual)!





Renovare (Via Emeurgência)


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segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Onde os fracos não têm vez



Wilson Tonioli, no Verticontes. Divulgação: Púlpito Cristão


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A borboleta azul e o apóstolo curandeiro




Por Oseias Marques Padilha




Toda manhã de domingo as ovelhinhas da fazenda do Seu Ataíde saíam para passear e comer algumas "verdinhas". Uma delas, fascinada por uma linda borboletinha azul, afastou-se do rebanho a fim de brincar com ela. Algumas horas se passaram e a borboletinha fora embora deixando a ovelha só naquele lugar desconhecido.



A ovelha ficou atônita... Mas não por estar sozinha, muito pelo contrário, estava agora rodeada por lobos ferozes. A ovelhinha indefesa corria perigo, afinal o rebanho a qual pertencia já estava longe dali, no entanto, ela sabia que se movesse uma pata para tentar alcançá-lo, aquele bando de lobos não hesitariam em tê-la como cardápio do dia. O que fazer? Oh, pobre ovelhinha...



Vamos parar com essa choradeira de novela mexicana; se bem que esta história está parecendo mais com filme de terror; quem mandou a ovelha sair do rebanho e ficar brincando com a borboletinha azul no campo? Ninguém não é verdade? A borboletinha azul sem intenção, e sem que a ovelha percebesse, a levou para o meio de uma alcatéia de lobos em pleno horário de almoço, e como é possível que algumas crianças estejam lendo este texto eu não vou dizer o que aconteceu com a ovelha, mas deixo algo bem claro, ela não é nenhuma coitadinha. Era preciso que ela obedecesse às regras do passeio para que nenhum mal lhe sobreviesse, mas apenas alguns momentos de distração e a ovelha... Deixa para lá...



E tem pastores evangélicos; se é que posso me referir a eles assim, afinal, estão reivindicando para si até o apostolado; que estão virando refeição de lobos famintos por perder o tempo com a borboletinha azul dos aplausos, do crescimento em massa, e da fama etc. Um exemplo recente disso é o caso dos líderes da Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem tempo para cura, oração, programa na televisão, mas não tiveram tempo, ou não se deram ao luxo de regularizar as documentações da Igreja. Não tenham dúvida a borboletinha azul andou voando por lá. Porém, a desculpa foi muito bem arquitetada, “estamos sendo perseguidos” disseram eles. Ah... tá bom... Quando eu fazia coisa errada eu também era “perseguido” pela minha mãe, com a cinta!



As vezes nos tornamos “tão espirituais” que acabamos negligenciando nossas responsabilidades sociais, aí então passamos por aquele famoso “carão”, ou como diz os adolescentes pagamos um baita “micão” por confundir espiritualidade com alienação. Jesus deixou claro que devemos dar a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus.




Vi ainda alguns pastores assembleianos defendendo o Apostolo Valdomiro usando o pretexto de que existem igrejas de outros credos na mesma situação, mas que não são punidas. Reivindicar justiça nunca foi algo errado, porém reconhecer o erro ao agir de forma displicente muito menos. A Lei deve ser igual para todos, no entanto, também deve ser cumprida por todos. Por isso,se quisermos exigir da lei temos que estar em dia com ela. Qualquer grupo religioso independente do credo deve agir de conformidade com a Lei.É óbvio, que nós sendo cristãos, devemos cumprir a lei desde que esta não agrida os princípios bíblicos. Portanto, lacrar uma igreja por não ter uma álvara de funcionamento e apresentar risco a segurança dos membros da mesma, até onde eu sei, não subverte a palavra de Deus.



Estamos neste mundo na qualidade de soldados do exército de Deus, e não como turistas, ou seja, estamos marchando e não passeando. Administrar uma igreja de forma incautelosa e depois dizer que os lobos são maus, e que a borboletinha azul se exibiu demais é muito fácil. Isto é um complexo de projeção como diria Freud, uma Alienação como diria Marx, uma atitude hipócrita segundo o Senhor Jesus Cristo, e falta de vergonha na cara como reza o ditado popular.



É lamentável que muitos pastores assembleianos também estejam se distraindo com a borboletinha azul... Uma coisa é ter visão de Reino, e outra bem diferente é ter visão de reino . Percebeu a diferença? Quando se tem visão de Reino não se negocia a integridade, a santidade e a sã doutrina das escrituras sagradas, porém, quando a intenção é poder, espaço na mídia e ibope,(daí o porque de reino ) vale tudo, até fazer vistas grossas nos “pecadinhos”. Tomem cuidado com a borboletinha azul, mas também com a bege, a verde, a vermelha,e assim por diante, para depois não virem falar de "perseguição".





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Fonte: Ultimato, via: Bereianos, excelente blog do amigo Ruy B. Marinho #recomendo. Título original: A borboletinha azul e o apóstolo
 
 
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Clubinho Gospel do Malafaia: Inscrição 1000 reais



Por Vera Siqueira




Estou passada. Estou enojada. Estou com a tal da "ira santa". Isso porque acabei de assistir ao programa mais do que anunciado do Pr. Silas Malafaia, com entrevista exclusiva com o Pr. Mike Murdock. Durante semanas, o Malafaia anunciou o pastor americano como "a maior autoridade espiritual no assunto que ele discorre", ou coisa parecida. Estava ansiosa, afinal o cara deveria ser melhor que o papa.



Resumindo resumidamente, como o poço da "unção financeira do Pr. Morris Cerullo (aquela onde o povo tinha que enviar R$ 900,00 e ganhava "grátis" uma Bíblia da Vitória Financeira) secou, afinal a tal "unção" tinha data para ser distribuída (31 de dezembro de 2009, se você ofertou e não ficou rico eu aconselho o Procon dos crentes), o jeito foi inventar uma nova forma de tirar dinheiro dos trouxas, digo, de incentivar o povo de Deus a ofertar para o crescimento do Seu Reino (cof, cof, cof!). Para tal função, foi chamado o Pr. Mike Murdock.



A desculpa inicial: o novo livro do tal pastor, "As 1001 chaves de sabedoria". Como o Pr. Murdock é "bonzinho", na entrevista ele generosamente deu algumas chaves de sabedoria como "amostra grátis", o resto só comprando o livro ou... ENTRANDO NO CLUBE DE 1 MILHÃO DE ALMAS!



Pois é. No ano passado centenas ou milhares de pessoas ofertaram R$ 900,00 na esperança de que a promessa de riqueza de Morris Cerullo fosse cumprida até 31/12. Ocorre que, estatisticamente, não houve um aumento de crentes ricos, o que prova que era profetada e das boas. Isso trouxe uma enxurrada de críticas ao Malafaia, que ele rebateu com muita "sabedoria" (talvez ele leu o livro do Murdock antecipadamente): "não estou nem aí para você, crítico, hehehe". Quem quiser mais detalhes, procure nesse mesmo blog e na internet sobre a tal "unção financeira".



Mas enfim, o poço do Cerullo secou, então é preciso novas formas de arrecadar dinheiro dos trouxas, afinal o "deus" que o Malafaia serve só provê para os outros, para ele é preciso ficar esmolando as ofertas em todo o programa (será o tal de Gezuiz, que está tão em voga?). Aí ele chama seu outro "mestre", o tal do Mike Murdock, e ao invés de promessa de unção (muito difícil de se realizar), a "sabedoria" do Murdock e a "ishperteza" do Malafaia unidas inventaram um tal clube de almas, onde para se associar é preciso investir R$ 1.000,00 (será que é porque estamos em 2010, aproveitando a numerologia cerulliana?) para que 1 milhão de almas sejam salvas (aleluias!). Para contar as almas que vão para o céu, no site malafaiano colocaram um contador de almas, onde qualquer associado pode acrescentar as almas que salvou (oh, glóooooria). Claro, sem nenhuma comprovação estatística, afinal crente não mente, que o diga o Pr. Morris Cerullo e sua profetada gospel.



Porém o Malafaia e o Murdock conhecem o "povo evangélico mediano". Esse não se comove só com a salvação de 1 milhão de almas, quer também as bênçãos financeiras pessoais. Então, além da salvação das almas, quem entrar para o clubinho gospel poderá experimentar das bênçãos que o próprio Murdock disse que recebeu quando obedeceu cegamente à ordem de outro pastor tão mercenário quanto ele: comprou aviões (no plural), prosperou no mercado imobiliário, ganhou muito dinheiro, etc. Esse tocante testemunho está registrado no programa, e é o prêmio para os que investirem os tais mil reais . "Quem disse que dinheiro não te faz feliz, é porque nunca teve" - palavras do "mestre" Murdock.



Mas ainda é pouco. O "mestre-pastor" Murdock ainda "liberou" 3 milagres para quem ofertar os tais mil (e eu que pensava que Deus é quem fazia milagres): salvação para toda a família do trouxa, digo, ofertante; restituição de 7 vezes mais de algo que tenha perdido e o envio de um "Boaz", de alguém que abençõe financeira e poderosamente o ofertante. Pensando bem, muito melhor que a profetada do Cerullão.



E mais! Dando os mil reais e entrando no clubinho gospel, o trouxa ganhará inteiramente grátis um exemplar do livro "As 1001 chaves da sabedoria", e aprenderá a fazer sozinho seus próprios métodos de extorsão gospel! E para quem fizer a oferta dos trouxas nos próximos 90 dias, ainda ganhará de presente um lindo Certificado de Associado do Clubinho Gospel, para colocar na parede da sala!



Onde vamos parar? Até quando os vendilhões da fé estarão atuando livremente em nosso meio? Até quando nossas ovelhas serão devoradas pelos lobos e tosquiadas escandalosamente pelos falsos mestres e falsos pastores? Até quando teremos que engolir a ironia desses estelionatários da fé?



Na Bíblia Deus já nos alerta sobre esse tipo de situação: "porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmo se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge dessas coisas antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão" - 1 Tm 6:10-11.



Que Jesus volte logo, e que não apenas 1 milhão de almas sejam salvas, mas que pelo poder do Espírito Santo (não de homens) muitos sejam acrescentados, como acontecia no relato do livro de Atos.


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Quem psicografará Chico Xavier e Silas Malafaia?


Se estivesse vivo hoje, Chico Xavier, o parnasiano das almas do “além”, exultaria pelos seus 100 anos de idade. Mas para alguém que viveu até os 92 anos, percorreu uma extensa e pedregosa estrada, vida longa! Os espíritas fizeram festa, o “médium” foi celebrado e a mídia nacional noticiou o grande advento da “religião”.




Os que amam as Sagradas Escrituras, e as interpretam com sabedoria divina, sabem que por detrás das mensagens psicografadas de Chico Xavier, e de tantos outros no anonimato ou não, existe um mundo maligno em ação enganando muitas pessoas carentes e desesperadas por ouvir uma mensagem confortante de alguém que não está mais presente em suas vidas. A história do fracassado rei Saul evidencia este fato, quando o mesmo consultou uma feiticeira numa atitude insana em querer ouvir a voz do já falecido Samuel. A tentativa foi frustrada, e o juízo de Deus inevitável. Segundo a Bíblia, a comunicação com os mortos é inexistente. Infelizmente, aqui e alhures, essa prática é muito comum, e os demônios se aproveitam da fraqueza e da falta de discernimento de muitos para agirem e destruírem essas pessoas.





Mas o que Chico Xavier e Silas Malafaia têm em comum? Bem, Xavier está morto, Malafaia está vivo. Xavier era espírita, Malafaia é pastor evangélico. Xavier falava manso, Malafaia fala grosso. Agora apresento as semelhanças: Xavier estava na mídia, na boca do povo, Malafaia também está na mídia e na boca do povo. As mensagens de Xavier eram ambíguas, sem sentido ou propósito, tais como as mensagens do Malafaia. A prova da ambiguidade de ambos se viu quando o pastor Silas Malafaia trouxe ao seu programa de televisão os “profetas da prosperidade”, Morris Cerullo e Mike Murdock. Cerullo pintou por lá primeiro, e apresentou ao Brasil a campanha dos R$ 900,00. Quem doasse essa quantia se veria livre da crise financeira global. Murdock apareceu no programa do Malafaia recentemente, e apresentou a campanha dos R$ 1.000,00 para serem ofertados em 12 meses, ou seja, 12 sementes que o farão “crescer” sobremaneira no campo das riquezas terrenas.



São mensagens esquisitas, antibíblicas, e eu pergunto a você: de onde elas vieram? Do coração de Deus? Ou foram psicografadas? Alguém do além teria enviado essas mensagens? Impossível. A mente humana é demasiadamente criativa para inventar, criar e iludir. Não, as mensagens do pastor Silas Malafaia não foram psicografadas pela impossibilidade de que isto aconteça e nem vieram do coração de Deus. Um pouco de discernimento já me dá a capacidade mental e espiritual para dizer que elas não têm fundamento, propósito e que não edificam a igreja do Senhor Jesus Cristo, e muito menos glorificam o seu Bendito nome.



Aos que me acusarem de comparação pífia, informo que o faço me baseando no episódio acima citado. A minha comparação se restringe apenas as mensagens estranhas que o pastor Silas apresentou em seu programa de televisão. Portanto, não considero o pastor Silas Malafaia espírita, nem mesmo “médium”. Em relação ao Chico Xavier, nunca acreditei em suas cartas psicografadas, a minha única regra de fé e prática é a Bíblia. Talvez os espíritas também reclamem por eu ter comparado Chico Xavier a Silas Malafaia. É uma via de mão dupla.



Acredito que o pastor Silas ainda seja um homem de Deus, porém, perto do precipício. Alguém precisa tirá-lo de lá urgente. Não sei de qual fonte ele tem tirado essas mensagens, mas tenho certeza de que não é da fonte Divina. Gostaria que Silas vivesse tanto quanto viveu Chico Xavier, na mesma intensidade, mas gostaria também que ele fosse lembrado como alguém que defendeu a fé genuína, como um baluarte. Como alguém que não abriu mão dos princípios imutáveis da palavra de Deus, como alguém que cumpriu o que Marcos disse em seu evangelho no capítulo 8.35: “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará”. Amém!





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Púlpito Cristão / Enviado por André Couto, via e-mail.





Comentário de Leonardo Gonçalves:





O texto enviado por e-mail é muito bom. Particularmente, não considero nenhuma ofensa comparar Silas Malafaia com Chico Xavier. Ao menos, não para o Silas! =)



Apesar das semelhanças, a dissímile é evidente: Chico, motivado por sua crença espírita, ajudava os pobres. Já o Silas, supostamente amparado pelo evangelho (será o Vã-Gelho?), tira o dinheiro dos pobres. Infelizmente, tal como nos dias de Jesus, alguns samaritanos refletem o espírito do evangelho com maior intensidade que os arautos da religião...



A parte que diz que "Acredito que o pastor Silas ainda seja um homem de Deus, porém, perto do precipício" também é por conta do autor. Respeito a opinião do pastor André Couto, mas penso que o Silas já caiu nesse buraco faz tempo! Como os demais paladinos da prosperidade, o polêmico telepastor já vendeu a alma pra mamom e agora só espera a cobrança da dívida.



Porém, mesmo em face de tamanha falta de respeito pelo evangelho, continuo incentivando aos leitores deste blog e a todas as pessoas comprometidas com o evangelho a que orem por ele. Peço a Deus das duas uma: Que o salve ou que o leve para o diabo que o carregue, pois na atual situação Silas tem prestado um enorme deserviço ao evangelho.



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quarta-feira, 7 de abril de 2010

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Cristão cartesiano?


Thiago Mendanha

Gosto bastante de filosofia! É uma praia que muito me chama a atenção. São tantas vertentes diferentes. Tantos caminhos, tantos modos de pensar, tantas resoluções distintas. Mas, todas envolvem algo em comum: o pensamento. Sem este não haveria sequer Filosofia. Em última instância todos somos filósofos. Ou pelo menos fomos na adolescência. Naquele período de intensos questionamentos. E filosofar é isto: questionar, indagar, pensar.




Gosto do termo reflexivo. E gostei mais ainda do termo “cristão reflexivo”. Não quero fazer alusão à denominação, rótulo ou placa. Não tenho esse espírito sectarista, aliás, tenho aversão ao sectarismo (e vez ou outra isso acaba por me tornar um sectário – rs). Estou querendo dizer que últimamente são poucos os cristãos que pensam. Que questionam, que indagam, que buscam conhecimento. A maioria se deleita em experiências místicas e sobrenaturais (não gosto de usar “espiritual” para descrever fenômenos que fogem ao comum. Para mim espiritual é uma condição permanente do ser, ora mais desenvolvida, ora menos desenvolvida). Se satisfazem (e as vezes não) com um “sharabakantas kanthiunévias ripalahiah dekanthas cih”, ou com a “unção” da última moda (ou, como dizem, do mais novo Mover de Deus!). E buscam uma “intimidade” com Deus que é traduzida em demonstrações públicas de “espiritualidade”, como chorumelas extravagantes, movimentos macacológicos durante a adoração e estripulias impudorosas (não estou a julgar nenhuma dessas manifestações).



A questão é que, tudo isso se resume a apenas isso. Esses irmãos tornam-se ovelhas demasiadamente ingênuas, ignorantes e infrutíferas em seu cercos religiosos. Vítimas de lobos indecorosos e gananciosos em sua estirpe. E se ao menos esses cristãos pensassem um pouco? Não teríamos tanta ridicularização no meio evangélico. São tantas babaquices espalhadas por diversas denominações que isso me assusta. São apenas zumbis que esses líderes do inferno brincam de “vivo”, “morto”. São massas inteiras. Um povo ignorante e pouco preocupado com a Verdade. Seguem ventos de doutrinas, sofismas e falácias com tanta facilidade que acabam por perder a identidade respaldada pelo Evangelho de Jesus Cristo. Muita coisa que vemos por ai não tem nada haver com as Boas Novas de Cristo. Mas nada mesmo…



Estou lendo sobre o Cartesianismo. Uma linha de pensamento da filosofia que tem por principal representante, Descartes. O Cartesianismo explora o questionamento da Religião, da Política, da Moral, da “verdade”. Esse pensamento influenciou os franceses na Revolução, e inspirou tantos outros revolucionários a se posicionarem contra as mazelas em que encontravam-se escravos. O pensamento Cartesiano gera uma insafisfação com o mundo mastigado posto diante de você.



Não tenho gabarito o suficiente para discorrer a respeito do Cartesianismo. E me limito a parar por aqui. A questão que deixo é: Porque quando as pessoas te olham como “crente” ou “evangélico” já pressupõem que você não é muito inteligente? Te veem como um fanático não dotado de cultura? Sequer travam uma discussão política com você por acharem que você não é nem um pouquinho politizado?



Já tive líderes que me achavam insubordinado e rebelde. Não desobediente. Mas, contudente…



Nunca gostei de ser manipulado. O próprio Espírito Santo não me manipula, antes me conduz, me direciona, me compele, me inspira, me atrai, me consola…



Acho que se nós cristãos fossemos mais reflexivos, não caíriamos em tantas tolices como últimamente temos testemunhado.




Vi no blog: http://thiagomendanha.com.br/
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Segundo fôlego



No jargão dos maratonistas, segundo fôlego acontece depois de um certo tempo de corrida. Nas primeiras passadas, o organismo queima açucar, fonte de energia menos calórica e a gente se sente cansado. Depois, passa a queimar gordura, combustível de melhor qualidade. Nesse câmbio da glicose para a gordura, o corredor se sente bem disposto, com mais ânimo, renovado. Nos meus primeiros anos de vida eu consumi glicose, a energia fácil, que me dava furor empreendedor, mas que fatigou.




Agora estou queimando os estoques de tecido adiposo; um jeito mais lento de gastar-me. Começo a experimentar outra qualidade de vida. Sinto-me revigorado; acho que entrei no estágio do segundo fôlego.



Segundo fôlego, porque ando entusiasmado com a minha crescente identificação com a Missão Integral. Missão Integral para mim é compromisso de alcançar homens e mulheres em todas as suas necessidades, considerando as realidades onde estiverem. Encorajado por teólogos católicos e protestantes que souberam responder ao clamor dos pobres na América Latina, procuro traduzir a mensagem do Evangelho em praxis transformadora, em ação libertadora, em promotora de justiça. Estou envolvido com Missão Integral que não prioriza a salvação de almas, mas busca a salvação de vidas.



Segundo fôlego, porque respiro uma nova liberdade. Puiram as rédeas que me impediam de desgustar cultura. Falsas percepções de pecado perderam força de me deixarem assustado com arte, literatura, música, teatro. Não me percebo indigno por gostar de amenidades que moralismos vitorianos proibem; já não preciso me esconder quando quero ir ao cinema. Quem nunca sofreu o torniquete do tradicionalismo legalista da religião, não imagina como é bom sentar em um teatro e assistir aos textos de Brecht, Shakespeare ou Andrew Lloyd Webber.



Segundo fôlego, porque sou abençoado. Deus me agraciou com gente especial; gente que se importa. Estou rodeado de mulheres e homens que aprenderam a Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para fazerem parceria com surdos; de casais que se colocaram em listas de candidatos para adoção; de voluntários que lutam pela recuperação de alcoólicos e drogaditos; de idosos que se doam a idosos em sanatórios; de profissionais que se dedicam em diversas iniciativas sociais.



Segundo fôlego, porque mudei minha biblioteca. Entusiasmado, devoro pensadores judeus, católicos, ortodoxos, ateus, agnósticos. A grade de minhas leituras transborda o Index sutilmente imposto por austeros defensores da Reta Doutrina. Transitar entre tantos autores não só ajuda a cumprir a recomendação paulina de analisar tudo e reter o que for bom, como alarga a minha capacidade de ser criterioso com o que eu outrora aceitava ingenuamente.



Segundo fôlego, porque a minha vida de oração ganhou cores diferentes. Deixei de sofrer ajoelhado para mendigar respostas às minhas petições. Minha espiritualidade era trabalhosa. Eu mastigava as palavras para demonstrar para Deus a minha penitência e assim alcançar o seu favor. Quantas vezes desesperei por não entender o porquê de não ser atendido nas súplicas mais urgentes. Nas horas críticas, era terrível ainda ter que lidar com culpa. O ídolo que por muitos anos chamei de Deus foi destronado. Já não preciso provar a minha fé com resultados. A Graça devolveu-me uma relação de paz com Deus. Finalmente entendi que “no silêncio e na quietude” encontrarei salvação. Aprendi o sentido do Salmo 46:10: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”.



Segundo fôlego, porque me tornei um Caleb – o herói bíblico que se sentia um menino com 85 anos. Ele ansiava por conquistar um pedaço da Terra Prometida. Rejuvenecido, vou escrever, pregar, ensinar, discipular, com as forças que moveram aquele rapaz parecido comigo a dizer sim ao chamado de Deus.



Soli Deo Gloria


Vi no http://www.ricardogondim.com.br/

sexta-feira, 2 de abril de 2010

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Aviões, pastores e outras coisas



Dizem que um homem pode ser medido pela grandiosidade dos seus sonhos. Se é mesmo assim, um seleto grupo de ministros do Evangelho anda sonhando alto – literalmente. Desde o ano passado, diversos pastores brasileiros andam cruzando os céus em aviões próprios, um luxo antes somente reservado a altos executivos, atletas milionários e sheiks do petróleo. A justificativa para as aquisições, algumas na faixa das dezenas de milhões de dólares, é quase sempre a mesma: a necessidade de maior autonomia e disponibilidade para realizar a obra de Deus, o que, no caso dos grandes líderes, demanda constantes deslocamentos pelo país e exterior a fim de dar conta de pregações e participações em palestras e eventos de todo tipo. Eles realmente estão voando alto.




O empresário e bispo Edir Macedo, dirigente da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) tem feito a ponte aérea Brasil – Estados Unidos a bordo de um confortável Global Express, avaliado no mercado aeronáutico por US$ 50 milhões (cerca de R$ 85 milhões). Para comparar, o preço é semelhante ao do Rafale, o caça-bombardeiro francês que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sonha comprar para as Forças Armadas brasileiras. Equipado com sala de estar, dois banheiros, minibar e lavabo, além de um confortável sofá, o jato permite deslocamentos dos mais confortáveis até os EUA, onde Macedo mantém residência, e tem autonomia suficiente para levá-lo à Europa ou à África. O Global, adquirido em setembro numa troca por um modelo mais antigo, veio juntar-se à frota da Alliance Jet, empresa integrada ao grupo Universal e que já possuía um Falcon 2000 e um Citation X, juntos avaliados em 40 milhões de dólares.



Edir Macedo justifica o uso de aviões particulares dizendo que precisa levar a Palavra de Deus pelas nações onde a igreja atua, que já são mais de 120, e também para evitar transtornos aos passageiros dos aviões comerciais, pois sua pessoa costuma atrair muita atenção da mídia. Pode haver também outros motivos. Foi em voos particulares que a Polícia Federal descobriu, em 2005, que deputados e empresários ligados à Iurd transportavam dinheiro em espécie, no episódio que ficou conhecido como o caso das malas. Os valores, explicou a igreja na época, teriam sido arrecadados nos cultos e eram transportados dessa maneira por questão de segurança e praticidade até São Paulo e Rio de Janeiro, onde a denominação tem sua administração.



Já o missionário R.R.Soares, mais discreto que o cunhado Macedo, não fez alarde da aquisição do turboélice King Air 350, em novembro, fato noticiado pela revista Veja.. Avaliado em cerca de R$ 9 milhões, a aeronave transporta oito passageiros. Como tem uma agenda das mais apertadas, Soares viaja praticamente toda semana pelos mais de mil templos que sua Igreja Internacional da Graça de Deus tem no país, além de realizar cruzadas e gravar programas diários para a TV. Ele realmente tem pensado alto: a igreja também mantém parceria com a empresa de aviação Ocean Air, através da qual um percentual sobre cada passagem comprada por um membro da Graça reverte para a denominação.



“Conquista” – O que chama a atenção no aeroclube dos pastores são as justificativas espirituais para a compra das aeronaves. Renê Terra Nova, apóstolo do Ministério Internacional da Restauração em Manaus (AM) e um dos grandes divulgadores do movimento G12 no Brasil, conta que o seu Falcon é fruto de profecias de grandes homens de Deus como o pastor e conferencista americano Mike Murdock. Em abril de 2009, durante um evento em que ambos estavam, Murdock incentivou uma campanha de doações a fim de que Terra Nova pudesse realizar seu “sonho”. Após chamar Terra Nova à frente, ele mesmo anunciou que ofertaria R$ 10 mil reais, atitude logo seguida por dezenas de pessoas. O avião foi comprado em julho. Dizendo-se “constrangido” com a atitude, Terra Nova admitiu que aquele era seu desejo e que se submetia ao que considerava a vontade de Deus. “O Senhor é testemunha que este avião não é para vaidade, mas para estimular que outros ministérios a que também tenham aviões e, juntos, possamos voar para as nações da terra, pregando o evangelho de Jesus. Assim está estabelecido”, diz o líder em seu site.



“Conquista” e “resultado da fé” também foram as expressões usadas pelo pastor Samuel Câmara, da Assembleia de Deus de São José dos Campos (SP), para comemorar a compra de seu King Air C90, de quatro lugares. O religioso, que durante anos liderou a Assembleia de Deus em Belém (PA) – onde montou a Rede Boas Novas, conglomerado de rádio e TV que cobre vinte estados brasileiros –, se diz muito grato a Deus pela bênção, avaliada em R$ 8,5 milhões. Ele espera juntar-se a outros líderes para montar “uma esquadrilha de aviões para tocar o mundo todo”. Ano passado, Câmara também esteve no noticiário pelas denúncias que fez contra supostas irregularidades nas eleições para a presidência da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB).



Mas a aquisição aérea que mais chamou a atenção, dentro e fora do meio evangélico, foi concretizada pelo famoso pastor e apresentador de TV Silas Malafaia, da Assembleia de Deus da Penha, no Rio. Possuir uma aeronave própria era um objetivo anunciado pelo líder já há algum tempo, inclusive em seu programa Vitória em Cristo, um dos campeões de audiência na telinha evangélica. Além dos insistentes pedidos por ofertas para manter-se no ar, Malafaia constantemente tocava no assunto avião em suas falas. O empurrão que faltava foi dado pelo pastor americano Morris Cerullo, outro profeta da prosperidade proprietário de um luxuoso Gulstream G4. Num dos programas, levado ao ar em agosto, Cerullo admoestou os telespectadores a desafiar a crise global e participar de uma campanha de doações ao colega brasileiro – um chamado “desafio profético”, no valor de 900 reais, estipulado graças a uma curiosa aritmética que associava a cifra ao ano de 2009.



Aparentemente surpreso, Silas Malafaia assentiu com o pedido. Não se sabe quanto foi arrecadado a partir dali, mas o fato é que em dezembro o pastor anunciou que o negócio foi fechado por cerca de US$ 12 milhões, cerca de 19 milhões de reais. Trata-se de um jato executivo modelo Cessna com pouco uso. Um “negócio espetacular”, na descrição do próprio. Bastante combatido pela maneira ostensiva com que pede ofertas para seu ministério, o pastor Malafaia, que dirige também a Editora Central Gospel, recorre à consagrada oratória para se defender: “Quem critica não faz nada. Você conhece alguma coisa que algum crítico construiu? Crítico é um recalcado com o sucesso da obra alheia.”


Fonte: http://www.cristianismohoje.com/


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