terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Um passo atrás

Sim, estou recuando!


Sinto que preciso disso. Para não perder a alma.


Não critico aqueles que permanecem a passos largos em suas caminhadas, mas decidi dar um passo atrás, para não me perder no caminho. Este é o meu ritmo!


Na busca de um cristianismo mais humano, percebi-me definhando, quase humanista!


Não dá! Sou da teologia! Mais que isso, tenho um chamado! Mais que o chamado, não posso abrir mão da minha história e do relacionamento com aquele que me sustentou em pé até hoje.


Dou um passo atrás, na tentativa de não me perder no emaranhado de conhecimento, que, mesmo tendo seu lado positivo, oferece a maior das tentações, aliás, a primeira tentação: “e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.”


Dou um passo atrás, na tentativa do equilíbrio entre o discurso e a prática, entre a fé e a razão, com um cuidado maior ainda ao pensar nas muitas pessoas que sei , de alguma forma, influenciadas, tanto pelas minhas palavras como pela minha amizade e convívio. Não as quero se perdendo no caminho…


Dou um passo atrás tentando encontrar o aconchego dos momentos devocionais que, paulatinamente, foram se perdendo na busca desenfreada de “saber” e “ter o que falar” nesse novo tempo.


Pode parecer covardia! Pode até mesmo ser covardia… quem sabe?


Mas prefiro ser um covarde que ora a um valente que só fala sobre oração. Prefiro a fraqueza de me expor diante do texto bíblico que a força de expor um texto sem que aquilo arda antes no meu coração.


Recuo para não ter mais expectativas sobre pessoas e instituições, mas para experimentar o que sempre gostei de cantar: “É meu, somente meu, todo trabalho… e o teu trabalho é descansar em mim…” (palavras do Mestre a um coração cansado)


Atraso o passo, para encontrar o passo, como um soldado, ao marchar e perceber-se errado na marcha, tenta corrigir o seu caminhar.


Recuo, pois me é mais importante ser sábio que “inteligente”.


Dou um passo atrás para caminhar de mãos dadas com quem quero bem e me faz bem. Não quero caminhar sozinho.


Por fim, dou um passo atrás, na leve convicção de que esta é a melhor forma de dar um passo à frente.


Com temor e tremor,


Por José Barbosa Junior

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