sexta-feira, 4 de maio de 2012

O jurista e o discriminado




Poucas coisas são mais justas do que o "olho por olho, dente por dente"; a graça, o amor e a misericórdia são algumas delas.


Lá estava ele mais uma vez sentado na roda de pecadores, seus amigos: publicanos, prostitutas, e gente da mesma laia, gente discriminada.


Isso já era demais para um certo jurista religioso de sua época (e ainda é demais para os de nossa), o qual montou uma arapuca:


“Mestre, o que eu tenho que fazer?”


A velha mentalidade mecanicista, “qual botão deve-se apertar, qual alavanca puxar?” Me diga, e eu simplesmente faço! Como formularia a Nike milênios mais tarde: just do it!


Mas o galileu de sandálias chutou a arapuca:


“O quê está escrito (exegese)? Como você lê (Eisegese)?”


Porque para Jesus as duas coisas claramente distintas deveriam andar juntas.


O jurista, eufórico, aproveita para recitar seu catecismo e não percebe que o Rabi, com os mesmos pauzinhos, a poucos chutados, refaz a arapuca, na qual o jurista acabava de cair:


“Bravo! Perfeito! Então não há pergunta… just do it…”


Já engaiolado, o jurista pia mansinho: “Mas pelo amor de Deus, quem é este cara que se chama próximo? Como você, Mestre Jesus, lê isso?” [Como se a cena por si só não oferecesse uma resposta].


A conversa assume, então, outro tom.


Os discriminados pelo sociedade judaica, prostitutas e publicanos, que naquele momento gozavam de prazer com a cara atordoada do jurista, fixaram seus olhares ávidos no contador de histórias.


“Um homem descia de Jerusalém para Jericó…”


Vi no http://teologia-livre.blogspot.com.br/2012/04/o-jurista-e-o-discriminado.html

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