Os samaritanos eram pessoas discriminadas.
Para um judeu, ser chamado de “samaritano” não era nenhum
elogio.
O jurista queria saber quem era seu próximo. Quem ele deveria
amar?
Talvez estivesse pronto para amar até mesmo seu inimigo, afinal
a lei já determinava isso. Poderia amar um cidadão romano, inimigo, dominador;
mas nunca passaria por seu coração amar uma gente daquela, de baixo calão, um
samaritano.
Um samaritano não estava próximo, não era próximo, e seria bom
que permanecesse assim: bem distante. Assim, o jurista jamais precisaria
amá-lo.
O problema do samaritano, aos olhos do judeu, é que eles eram
parecidos demais com os judeus, só que diferentes. Eles eram israelitas,
possuíam a mesma origem, a mesma língua, o mesmo Deus, a mesma religião. Só que
o samaritano se separou de Judá, se misturou, adorou outros Deuses.
Eles viviam sob o juízo divino e era bom assim!
Um samaritano era alvo da condenação e não da misericórdia, do
juízo e não da graça, do ódio e não do amor.
“Mas qual foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos
assaltantes?” Pergunta Jesus.
“O samaritano” – responde o jurista. O maldito samaritano é o
próximo. Se ele estava distante, ele agora se aproximou, porque ele teve
misericórdia de mim quando eu estava na pior.
Porque ele se aproximou, o discriminado é o próximo que eu devo
amar. Porque proximidade é uma relação recíproca. Se alguém está próximo de
você, não temo como você não estar próximo dele.
Jesus deixa para o jurista uma resposta, respaldada no exemplo
de um povo discriminado:
Os próximos são aqueles que estão se aproximando de você.
Ame-os! Siga o exemplo deles!
Não se prenda às pseudo atividades jurídico eclesiástica. Não
se engane com a máquina institucional, nem com as questões meramente
teóricas.
Encare os desafios práticos de quem está em necessidade,
carregue o problema do outro como se fosse seu, use também de misericórdia. Se
aproxime também.
“Vá e faça o mesmo”.
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Leia também: O jurista e o discriminado
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