segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O que é ser cristão.



Esse tópico já foi muito explorado e há vários textos, pregações e livros muito bons a respeito. Não acredito que nada do que eu vá escrever já não tenha sido escrito ou pregado, mas me sinto na obrigação de desenvolver o assunto um pouco também, afinal, é sempre bom nos forçar a lembrar daquilo que nunca deve ser esquecido, e saiba, é sempre importante ter bem claro em nossas mentes o que é a identidade cristã; o que é ser filho de Deus e no que isso implica.




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Saber definir e reconhecer o que é um cristão; o que é ser filho de Deus é uma das coisas mais importantes para essa nossa geração. Se andarmos pela cidade perguntando a todos que encontrarmos na rua se eles se consideram filhos de Deus ou não, creio que 99% responderá que sim; que é filho de Deus. Mas se isso for verdade, então Cristo mentiu. Se todos aqueles que se dizem cristãos são de fato cristãos, então Jesus mentiu para nós. De acordo com a Bíblia nem todos são filhos de Deus. Somos todos criaturas de Deus, mas filhos, só aqueles que reconheceram Jesus, o Cristo, como Salvador e único caminho. Pode parecer um tanto quanto chocante falar isso, mas é biblicamente incorreto dizer que todos são filhos de Deus. Isso deixou de ser verdade no jardim do Éden, lá, quando caímos, deixamos de ser filhos, e agora para nos tornarmos filhos novamente precisamos ser adotados. (Leia a parábola do filho pródigo que Jesus contou, Lucas 15.11-32. Nós somos o filho que não queria mais ser filho; que foi comer com os porcos, e depois que percebeu que estava no buraco, se arrependeu, voltou para casa e foi refeito filho. De acordo com a parábola, a condição para se tornar filho é o arrependimento e fé).



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Portanto acho justo ter este texto em meio de tantos outros nesse blog: O que é ser cristão.



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Antes de entrar na questão do que é ser cristão, gostaria de dizer o que não é ser cristão.



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(1) Ser cristão não é acreditar que Deus existe. Você pode perfeitamente acreditar que Ele existe e ainda assim não ser filho dEle. Crer na existência de Deus não nos garante nada com respeito à salvação. Está escrito: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem”. Você pode crer que Deus é um só; que o Seu Filho é o Salvador e que Deus é uma trindade, mas nada disso o concederá o perdão divino. De acordo com o versículo citado, os demônios sabem disso tudo, mas não há salvação oferecida a eles. Acreditar que Deus existe não muda nada. Pois me diga, acreditar que os médicos existem e podem curar as suas doenças, cura a sua doença? Claro que não! Saber o nome do médico e onde ele trabalha não cura ninguém, se você não for até lá e pedir ajuda você continuará doente.



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Por favor, não se engane, crer e defender a posição teísta (que diz que Deus existe) não é o suficiente. Da mesma forma que saber onde o médico trabalha não cura a sua doença, assim também saber que Deus existe não faz de você “uma nova criatura”; um “filho de Deus”.



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(2) Ser cristão não é ser simpatizante do Evangelho ou profundo admirador de Jesus. Isso não basta também. Você pode achar a mensagem de Cristo linda, sua filosofia de vida perfeita, o seu caminho bom e as suas palavras construtivas, mas isso não basta! Tiago escreveu: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência”.



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Aquele que apenas ouve; admira a palavra de Deus, é como um homem que fica se olhando no espelho e se admirando; acha tudo muito bonito, fica muito encantado com o que vê mas não faz nada, e logo que vira o rosto esquece como era a sua imagem. Quem contempla a palavra de Deus; admira o Evangelho; acha a mensagem de Cristo bonita e não a pratica é assim, como um homem que gosta do que vê, mas não conhece a essência do que está vendo. É como um homem que acha a capa de um livro maravilhosa, mas nunca abre o livro para lê-lo, e assim perde os benefícios do seu conteúdo. Não adianta achar as palavras de Cristo bonitas, é preciso praticá-las!



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Também mão adianta ser admirador de Jesus, é preciso conhecê-lo e se relacionar com Ele (afinal, lembre-se de que Ele ressuscitou; Ele vive). Uso do mesmo exemplo que usei antes, o do médico: se você estiver doente, não basta admirar o trabalho do médico, deve se marcar uma consulta, escutar o diagnóstico, comprar os remédios e seguir com o tratamento, de outra forma você nunca será curado.



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Você pode achar que Jesus foi o homem perfeito, o exemplo a ser imitado, o ensino que deve ser praticado, mas se você não “amá-lo, confessá-lo como Senhor e Salvador” e “se relacionar com Ele” pela oração; se você não deixar Ele trabalhar no seu coração e te libertar das suas paixões, então de nada vale a sua fé para a salvação.



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Você pode dizer que conhece Jesus Cristo, mas se Ele não te conhecer, então é inútil a sua fé. Cito novamente o exemplo do pregador Paul Washer sobre o assunto: “Você pode chegar nos portões da casa branca e dizer aos seguranças que conhece o presidente, mas se o presidente não vier até o portão e dizer que te conhece, você não entrará de maneira alguma! O que importa não é você dizer que conhece o presidente, mas é ele dizer que conhece você!”. E de fato, é assim que está escrito, Cristo dirá aos que serão rejeitados: “Nunca vos conheci, apartai-vos de mim!” (Mateus 7.23).



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Então a questão toda não é dizer que conhece Jesus nem mesmo ser seu admirador; a questão aqui é conhecer e ser conhecido por Jesus. A única forma de isso acontecer é gastando tempo em oração e devoção com Ele; é apresentar-se a Ele diariamente e constantemente; é levar os seus pensamentos e vontades a Ele em todos os tempos; é, resumindo, viver com Ele, para Ele e por Ele, em arrependimento, humildade e amor. Portanto, ser cristão não é admirar Jesus, é ser conhecido por Ele e relacionar-se com Ele.



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Afinal, lembre-se de que Deus é Pai, e esse Pai quer ter filhos. Filho que não conhece o pai é filho bastardo, e filho bastardo não tem parte na herança nem na comunhão. Deus não tem filhos bastardos, apenas filhos verdadeiros que o amam e o conhecem, e são conhecidos por Ele. Se você não conhece a Deus (Sua vontade, Seu plano, Seu caráter, Suas palavras, etc...) então você ou não é filho, ou é um péssimo filho, e Deus não quer ter maus filhos.



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Filho de verdade ama e conhece o pai; Pai de verdade se relaciona com o filho. Se não for nesses termos, a fé se torna morta; se torna religião; se torna tradição, e disso, o mundo está cheio.



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(3) Ser cristão não é pertencer a uma igreja, muito menos freqüentar um culto de vez em quando. Veja bem, se freqüentar uma igreja é ser cristão, então de acordo com essa lógica, freqüentar uma delegacia me faria um policial, ou ir para um estádio de futebol me faria um jogador. Ora, que exemplos ridículos não? Mas é claro! O exemplo é tão ridículo quanto a afirmação em questão! Você pode dizer “mas é óbvio que nós sabemos que ir para a igreja não nos torna cristãos”, mas se vocês sabem disso, por que agem como se não soubessem? Por que então fora da igreja vocês são uma coisa e dentro outra? O tipo de pessoa que você é enquanto está sentado numa cadeira escutando um sermão, não é o mesmo tipo de pessoa que dá risadas na sala de aula ou no trabalho, é? Se for, que bom (ou que mau). Ser cristão não é freqüentar cultos e encontros.



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Imagine que infeliz seria o seu relacionamento com os seus filhos se eles apenas o visitassem uma, ou duas, no máximo três vezes por semana, com ora marcada, local fixo, repertório ensaiado, conversas decoradas e uma baita hipocrisia. Creio que você seria o pai mais infeliz do mundo, e tentaria de tudo para abrir os olhos do seu filho e lhe dizer o quanto esse tipo de relacionamento está prejudicando os dois. Não se vai à igreja se encontrar com Deus, aliás, não se vai à igreja, se é igreja! Nós somos a igreja; nosso corpo é o templo; nossa vida é o culto; nossas escolhas são os sacrifícios; nossos pensamentos são os louvores! Tudo isso está muito claro e evidente no Novo Testamento.



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Acompanhe: Se (A) a igreja é a casa de Deus, e (B) nós somos o templo onde Deus habita, então (C) Deus habita em nós, e (D) nós somos a igreja. (Leia novamente e tente entender a lógica conclusiva). Se nós somos a igreja, então é errado afirmar que vamos à igreja, mas antes, nos reunimos como igreja e vivemos como igreja. Nós somos a casa de Deus. Está escrito: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós” (1 Cor 6.19), “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.” (João 14.23). Pedro escreveu que “somos pedras vivas”, e juntos formamos “casa espiritual” de Deus, e quando “estamos reunidos em Seu nome, ali no nosso meio Ele estará” e ali será uma igreja. O galpão onde a congregação se reúne é apenas um galpão e nada mais! Não há nada de especial ou de “ungido” no lugar onde se congrega. Está escrito “Deus não habita em templos feitos por mãos de homens”.



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Deus não dorme no galpão da congregação. Deus deixou de morar em lugares fixos desde a cruz, quando o “véu se partiu e o templo rachou no meio”. Não há mais lugares santos, apenas pessoas santificadas, e onde quer que nós, cristãos, formos, ali estará Deus conosco santificando o lugar. “O reino de Deus não é desse mundo”, portanto não tem sede fixa; o reino de Deus, como Cristo falou, “estaria em nós”, e nós o levaríamos para onde fossemos.



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Ou seja, nós somos o lugar onde Deus quer morar; nosso corpo é a casa onde esse Pai quer morar conosco, filhos adotivos! Ele quer fazer parte de nossos relacionamentos e atividades. Deus, sendo Pai, quer estar com seus filhos em todos os lugares e em todas as situações. Se você não pode carregar Deus para onde você vai, reconsidere a sua filiação; repense quem é o seu Pai. “Luz e trevas não habitam juntas”, o Reino de Deus e o reino do príncipe desse mundo não podem estar ao mesmo tempo no mesmo lugar.



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Ser cristão não é ir para a igreja nem freqüentar cultos, mas sim ser igreja e prestar cultos (todos os dias, em todos os tempos, em todos os lugares e de todas as formas).



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(4) ser cristão não é ter uma religião ou fazer parte de uma família religiosa. Fé não é doença hereditária; não passa de pai para filho. Fé também não é sexualmente transmissível; o fato de seu cônjuge ser cristão não o transforma num cristão. Do que importa se o seu pai é católico, ou a sua mãe protestante? A fé deles nada muda a sua condição. Do que importa se o seu cônjuge é filho de Deus? A fé dele não pode salvar a tua alma. Fé não é transmissível biologicamente, fé é decisão individual.



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Deus não forçaria ninguém a entrar no céu, pois ser forçado a morar no céu contra a própria vontade seria um inferno.



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(5) ser cristão não é ser uma boa pessoa. Há vários livros e artigos de ateus intitulados “como ser bom sem Jesus”, ou “não precisamos de Jesus para ser boas pessoas”. Ora, e quem disse que é para isso que precisamos de Jesus? Não há visão mais errada e mais distorcida do Evangelho ou do que Jesus está oferecendo do que esta: que precisamos de Jesus para ser boas pessoas. Jesus não veio à Terra para nos ensinar a ser boas pessoas; Ele não veio simplesmente nos dar um bom exemplo e contar umas historinhas. Quando se diz que “você precisa de Cristo”, não é porque você é mau e precisa ser bom, mas é porque você está em dívida com Deus e não tem como pagar! Você cometeu crimes contra Deus e deve pagar, e é para isso que Cristo veio, “para levar sobre si o nosso castigo” e “pagar o preço do nosso crime”, e não para nos ensinar a sermos bons! Se o seu castigo (que todos nós merecemos) não for jogado nele, será jogado em você!



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Não somos bons (o suficiente). Todos são maus, só não reconhece a sua maldade e os seus desejos maliciosos quem está cego. Humanamente falando, houve, e há muitas pessoas bondosas e amorosas, mas isso no nível humano. No nível divino; de uma forma que comova a Deus, “não há um justo”. Para a justificação ninguém é bom suficiente! Ninguém pode ser bom o suficiente para agradar a Deus com as suas obras ao ponto de ser considerado “justo” por Deus. Se você acha isso possível, tente! Quando você cansar de tentar merecer a sua justiça, peça a Jesus para te justificar! Vai te custar apenas o teu arrependimento e amor!



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Se você pudesse conversar com os homens e mulheres mais nobres do mundo; mais bondosos; mais amorosos, e pedisse a eles “se eles se acham pessoas boas”, você ouviria um “não” enfático. É possível ser amoroso, honesto e bom sem adorar a Cristo. Conheço incrédulos que são assim, mas “Deus não se impressiona com as nossas obras porque ele conhece o nosso coração, e sabe que os nossos desígnios são maus”. Cristo disse no sermão do monte que “aquele que tiver um pensamento impuro, ou uma intenção impura já se condenou”. A intenção e os pensamentos também contam! Diante disso a minha pergunta então é: “Você consegue ser assim bom; assim perfeito? Você acha que você consegue ser bom ao padrão de Deus? Ao ponto de nunca ter nem um pensamento errado nem uma motivação errada?”. Ora, sejamos honestos uns com os outros! É claro que a resposta é não! Quanto maior e mais digno for o homem, mais ele reconhece a sua desgraça e a sua incapacidade.



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Paulo disse que se considerava “o maior de todos os pecadores”; Pedro se considerava “indigno de morrer como Cristo morreu”. João Batista, homem que foi elogiado por Jesus Cristo, disse que “não seria digno de desamarrar as sandálias dos pés de Jesus”. Gandhi não tinha uma imagem muito positiva de si mesmo e se punia. Todos os grandes homens desse mundo se achavam um lixo; indignos de serem aceitos por Deus. Mas se eles achavam isso de si mesmos, o que então diriam de nós, pobres coitados viciados em internet?



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Não se engane a luz não está em você! Nunca esteve! Se estivesse você já teria “sido liberto”! Se a luz estivesse em nós, nós já teríamos dado um jeito de concertar o mundo, e faz mais de 6.000 anos que esse mundo só piora. Quando Deus olha para o mundo Ele vê “que a maldade do homem se multiplica na terra, e que é continuamente mal todo o desígnio do seu coração; Ele se arrepende de ter criado o homem” (Gênesis 6).



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Não se engane você não é bom! Você pode ser simpático, amoroso, paciente; pode possuir muitas virtudes, mas para Deus, você não é bom. Ninguém é! Não existem “pessoas boas” e “pessoas más”, apenas “arrependidas” e “não arrependidas”. Se as nossas obras nos bendizem, os nossos pensamentos e intenções nos condenam. A vida do lado de fora pode ser ajeitada e bem comportada, mas e a vida do lado de dentro? Você deixaria os seus pensamentos e imaginações serem rodados numa tela de cinema para todos os seus amigos assistirem? Pois é! Nem eu! Mas Deus os assiste!



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Não sou um homem bom, mas sou um homem arrependido. Não sou justo, mas sou justificado. Não sou santo, mas sou santificado. Não sou perfeito, mas sou aperfeiçoado. Não mereço entrar no Reino de Deus, mas posso. O espírito de Deus opera todas essas coisas em mim. Eu dou o espaço a Ele, e Ele me transforma.



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Se você se considera uma pessoa boa, não quero contrariá-lo, um dia você vai cansar de crer nos homens, garanto-lhe; um dia você perde a fé em si mesmo. Se você se considera uma pessoa boa, então lhe digo isto: talvez você seja uma pessoa muito boa, amorosa e honrosa, mas nunca será o suficiente para agradar a Deus. Quando você cansar de tentar merecer a sua justificação, peça para Cristo te justificar.



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Você não precisa de Jesus Cristo para ser bom; você precisa dEle porque você nunca será bom suficiente. Portanto ser cristão não é ser uma pessoa boa, é ser uma pessoa arrependida e transformada pelo Espírito de Deus.



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Então em ordem para resumir: Ser cristão (1) não é acreditar que Deus existe, (2) não é ser admirador de Jesus, (3) não é freqüentar uma igreja, (4) não é ter uma religião e (5) não é ser uma pessoa boa.



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Mas então o que é ser cristão? Resumidamente, ser cristão é “amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo seu entendimento e de toda a sua força”. Você ama a Deus dessa forma? Saiba disto: quem ama obedece (pois é assim que está escrito). Você ama a Deus? Então você O obedece por amor e não por obrigação. Está escrito que “feliz é aquele que tem prazer na lei de Deus, e nela pensa dia e noite”. Você encontra prazer em seguir nos caminhos de Deus? Quem ama a Deus espera vê-lo; espera se encontrar com Ele. Você espera isso? Faça essas perguntas; “examine-se para saber se você está na fé; provai-vos a si mesmos”; olhe para dentro do seu coração e se faça esta pergunta: Eu sou filho de Deus? Eu amo o meu Pai?



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Ser cristão é ser filho de Deus, e filho ama o Pai, e por isso, obedece. Filho verdadeiro ama fazer a vontade do Pai, e o Pai se agrada do filho. Se você tenta honrar a Deus com todos os seus pensamentos, com todas as suas ações, com todas as suas palavras e faz isso tudo movido por um grande amor e gratidão ao que Cristo fez por você, então você é filho de Deus!



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Guilherme Adriano




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