quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cristão cartesiano?


Thiago Mendanha

Gosto bastante de filosofia! É uma praia que muito me chama a atenção. São tantas vertentes diferentes. Tantos caminhos, tantos modos de pensar, tantas resoluções distintas. Mas, todas envolvem algo em comum: o pensamento. Sem este não haveria sequer Filosofia. Em última instância todos somos filósofos. Ou pelo menos fomos na adolescência. Naquele período de intensos questionamentos. E filosofar é isto: questionar, indagar, pensar.




Gosto do termo reflexivo. E gostei mais ainda do termo “cristão reflexivo”. Não quero fazer alusão à denominação, rótulo ou placa. Não tenho esse espírito sectarista, aliás, tenho aversão ao sectarismo (e vez ou outra isso acaba por me tornar um sectário – rs). Estou querendo dizer que últimamente são poucos os cristãos que pensam. Que questionam, que indagam, que buscam conhecimento. A maioria se deleita em experiências místicas e sobrenaturais (não gosto de usar “espiritual” para descrever fenômenos que fogem ao comum. Para mim espiritual é uma condição permanente do ser, ora mais desenvolvida, ora menos desenvolvida). Se satisfazem (e as vezes não) com um “sharabakantas kanthiunévias ripalahiah dekanthas cih”, ou com a “unção” da última moda (ou, como dizem, do mais novo Mover de Deus!). E buscam uma “intimidade” com Deus que é traduzida em demonstrações públicas de “espiritualidade”, como chorumelas extravagantes, movimentos macacológicos durante a adoração e estripulias impudorosas (não estou a julgar nenhuma dessas manifestações).



A questão é que, tudo isso se resume a apenas isso. Esses irmãos tornam-se ovelhas demasiadamente ingênuas, ignorantes e infrutíferas em seu cercos religiosos. Vítimas de lobos indecorosos e gananciosos em sua estirpe. E se ao menos esses cristãos pensassem um pouco? Não teríamos tanta ridicularização no meio evangélico. São tantas babaquices espalhadas por diversas denominações que isso me assusta. São apenas zumbis que esses líderes do inferno brincam de “vivo”, “morto”. São massas inteiras. Um povo ignorante e pouco preocupado com a Verdade. Seguem ventos de doutrinas, sofismas e falácias com tanta facilidade que acabam por perder a identidade respaldada pelo Evangelho de Jesus Cristo. Muita coisa que vemos por ai não tem nada haver com as Boas Novas de Cristo. Mas nada mesmo…



Estou lendo sobre o Cartesianismo. Uma linha de pensamento da filosofia que tem por principal representante, Descartes. O Cartesianismo explora o questionamento da Religião, da Política, da Moral, da “verdade”. Esse pensamento influenciou os franceses na Revolução, e inspirou tantos outros revolucionários a se posicionarem contra as mazelas em que encontravam-se escravos. O pensamento Cartesiano gera uma insafisfação com o mundo mastigado posto diante de você.



Não tenho gabarito o suficiente para discorrer a respeito do Cartesianismo. E me limito a parar por aqui. A questão que deixo é: Porque quando as pessoas te olham como “crente” ou “evangélico” já pressupõem que você não é muito inteligente? Te veem como um fanático não dotado de cultura? Sequer travam uma discussão política com você por acharem que você não é nem um pouquinho politizado?



Já tive líderes que me achavam insubordinado e rebelde. Não desobediente. Mas, contudente…



Nunca gostei de ser manipulado. O próprio Espírito Santo não me manipula, antes me conduz, me direciona, me compele, me inspira, me atrai, me consola…



Acho que se nós cristãos fossemos mais reflexivos, não caíriamos em tantas tolices como últimamente temos testemunhado.




Vi no blog: http://thiagomendanha.com.br/

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