sábado, 27 de fevereiro de 2010

Congressos, Marco Feliciano e outras coisas


Nesse feriado de carnaval, recebi uma carona para visitar meu pai que mora em Palmas TO. Chegando lá, fui convidado para ir a dois congressos das assembléias de Deus. Em um deles, um dos pregadores era o pastor Marco Feliciano, o qual iria pregar na ultima noite do COMADEC. Como nunca tinha o visto pessoalmente fomos lá para vê-lo, isso mesmo, para vê-lo.




Estive presente no segundo dia do congresso, e o numero de pessoas foi razoável. O pregador, aliás, não teve pregador, e sim um animador de platéia; não teve pregação, e sim... Não sei nem como chamar aquilo. O pastor parecia um louco histérico com gritos roucos dizendo que Jesus vai voltar (novidade).



Naquela noite eu já entrei naquele lugar triste, pois, parecia mais uma feira que um culto. Tinha alguns jovens distribuindo vários marca-páginas com fotos de políticos desejando boas vindas, e percebi que não eram só jovens, mas crianças também estavam distribuindo aquelas vaidades. Campanha política dentro dos nossos cultos, isso é um absurdo. Aquelas pessoas estavam fazendo tudo, menos cultuando o Cristo (não quero generalizar, pois, sempre contém inocentes nesses ambientes). Creio que se Jesus estivesse ali, ia derrubar aquelas bancas de CDs e DVDs daqueles homens avarentos que nada pensam no reino, mas sim, em, de quanto podem faturar em cada evento; creio que Jesus arrasaria barracas de livros que sustentam esse império corrupto de prosperidade. Sem contar que Jesus foi mais longe em João 2, quando chicoteou aqueles cambistas com um azorrague.



No ultimo dia do congresso o Markito estava lá. O ginásio estava lotado apesar da chuva. Todo mundo querendo ver o Feliciano.



É, querendo ou não, infelizmente o Marco Feliciano arrasta multidões por onde ele anda. Os evangélicos "indeusaram" o camarada. Ele é o pregador POP dos evangélicos. E é assim como as pessoas o apresentam, e como ele se apresenta; "em quantos países ele pregou, quantos DVDs gravou, programa de TV para se apresentar etc.". Com isso vemos que, o que ele queria ele conseguiu: ficar famoso. E é inevitável de como isso cria uma certa expectativa na gente.



Logo que o Markito pegou no microfone, começou a pregar sobre prosperidade. Aquela mesma ladainha de sempre; de que o crente tem que ter vida boa, mansão, carro e comer o melhor dessa terra (fácil pra ele falar isso). Prometeu até que, se você tiver fé poderá nascer uma fonte de petróleo em seu quintal (hum, tentador). Mas a fé só se concretizava se você desse tudo que tinha na carteira. Ei, mas quem não tinha dinheiro? Sem problemas, o Feliciano já tinha em mãos a maquina de cartão de créditos. Mais quem não tinha nenhum dos dois? Há, se vira, dá o relógio, a aliança, o cordão o paletó etc..



Fico muito triste quando vejo essas cenas; pessoas que se deixam levar pelo emocionalismo. E com isso, o Feliciano vai sendo sustentado, e seu império vai crescendo cada vez mais.



Na pregação, o pastor Marco repetiu as mesmas coisas contidas em pregações mais antigas; falando que leu a Bíblia toda pela primeira vez com 9 anos (algo que eu duvido muito hoje), comentou sobre a morte do seu filho (de novo), falando que era pobrezinho e agora é "ricão", etc.. E o engraçado é que toda vez que ele conta sobre sua vida, ele aumenta alguma coisa. É triste, mas hoje percebo que muitos pregadores usam o púlpito para mentir. Mas como pode um pregador mentir em nome de Deus? Ora, hoje eu não me escandalizo mais com isso, o Marco mentiu em relação ao seu encontro com Caio Fabio, e isso aconteceu em cima de um púlpito. Não acredito mais em pregadores que contam testemunhos absurdos para arrancar dinheiro do povo. E isso não por que não tenho fé, pois fé, não tem nada a ver com isso.



Admito, já tive Marco Feliciano como um ícone, já fui influenciado pelos seus ensinamentos, já tive vontade de ler "Bom dia Espírito Santo", já pulei na Igreja dizendo que era ação do Espírito, Já ensinei "Teologia da Prosperidade", já ofertei pra receber cem vezes mais, etc.. Hoje, não faço mais isso, mudei minha trajetória. Meus pés caminham para outra direção, estou em busca de "outra espiritualidade", outro Deus nasceu pra mim.



Hoje faço a mesma declaração de Nietzsche: deus morreu, e vocês, teólogos da prosperidade, o mataram. Sirvo outro Deus agora, diferente do deus das igrejas neopentecostais, que vive incumbido de castigar, ou de não proteger, aqueles que não dizimam e ofertam.



Hoje batalho contra esse sistema teológico satânico, que mais fere a Igreja do que cura. Milito não só aqui na blogosfera, mas na escola bíblica dominical, nos meus ensinamentos, nas minhas pregações, etc.. Sei que às vezes exagero, e isso, é algo que tento me controlar.



Admito que o Feliciano terminou bem sua pregação naquela noite; falando sobre crises existenciais e marcas deixadas em nós por causa de imprudência de irmãos. Mas isso não é o suficiente para cobrir tamanhas fendas deixadas pelas suas pregações e ensinos. Esse vídeo logo abaixo é um exemplo:


http://www.youtube.com/watch?v=0AiwafSyNk8


Como pode um pastor que diz ter lido a Bíblia 16 vezes falar que somos prosperidade de Deus aqui na terra? Se somos prosperidade de Deus aqui, qual a razão de dizimar e ofertar para ser próspero? Qual Bíblia você lê Markito?




Você está querendo dizer que, como Jesus exigiu um jumentinho zero km, eu também devo exigir um jumentinho? Ou agora devo exigir uma Ferrari zero Km?



Da onde é que você tirou que Deus apostou as fichas dele em alguém?



"Não importa o que o diabo levou, Deus dará em dobro?" Como será "o dobro" para àquele(a) de quem o diabo levou o esposo(a)? (se é que foi o diabo...) Deus vai dar esposo em dobro também? (risos!)



Ainda bem que você disse: "Acredite nas coisas que a Bíblia diz". Mas, espera ai! Se eu acreditar na Bíblia vou ter que duvidar daquilo que você ensina. Há, você vai ter que escolher Marco, ou você ou a Bíblia.





©2010 Lindiberg de Oliveira

 
 
Vi no blog http://ferazaoegraca.blogspot.com/

1 comentários:

Lindiberg de Oliveira disse...

Olá,

Passei para deixar um abraço e agradecer a citação do Fé, Razão e Graça.

Lindiberg