Laurence M. Vance - O Outro Lado do Calvinismo
A Influência de Agostinho
A influência de Agostinho na história em geral e no Cristianismo em particular é incalculável – mas não surpreendente – visto que, como Calvino, ele foi um escritor extensivamente prolífico. Ainda que a maioria das obras de Agostinho ainda existem, suas duas mais famosas, Confissões e a Cidade de Deus, são impressas por numerosos editores e ainda são citadas na maioria dos livros de história seculares. E não somente suas próprias obras são volumosas, mas a tremenda seleção de literatura que sua vida e obras têm inspirado é igualmente indeterminável. Estudantes do Calvin Theological Seminary tem a opção de realizar um curso semestral com aulas de três horas sobre “A Vida e Pensamento de Santo Agostinho.”[1] Quando um calvinista moderno se esforça para tentar provar o Calvinismo apelando para homens, o primeiro nome mencionado é sempre o de Agostinho.[2] Até Arminius apelou a ele quando Agostinho concordava com ele em uma interpretação particular.[3] E conquanto não seja nenhuma surpresa que Agostinho já foi capa da revista Christian History,[4] o fato dele ter sido destaque na revista Time como “o segundo fundador da fé” mostra a contínua influência de Agostinho.[5] Todavia, se ou não esta influência tem sido boa ou ruim resta ainda ser visto.
O homem Agostinho tem sido entusiasmadamente enaltecido pelos calvinistas:
Uma das maiores mentes teológicas e filosóficas que Deus viu ser adequada para oferecer à Sua igreja.[6]
Santo Agostinho foi um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos.[7]
O maior cristão desde os tempos do Novo Testamento.[8]
Seguramente o maior homem que escrevia em latim.[9]
O maior pensador psicólogo e político desde Aristóteles.[10]
Alguns até o colocariam em uma trindade: “Depois de Jesus e Paulo, Agostinho de Hipona é a figura mais influente na história do Cristianismo.”[11]
Ainda que a influência de Agostinho seja na verdade grande, os calvinistas têm sido muito generosos no que atribuem a ele. O presbiteriano N. L. Rice (1807-1877) alega que “os trabalhos e escritos [de Agostinho], mais do que de qualquer outro homem na época em que ele viveu, contribuíram para a promoção da sã doutrina e o restabelecimento da verdadeira religião.”[12] Esta é uma bela declaração, e resta ser visto apenas o que a “sã doutrina” de Agostinho e a “verdadeira religião” realmente foram, não obstante, considere o que Warfield credita a Agostinho:
Agostinho estabeleceu por todo o tempo a doutrina da graça.[13]
O completo desenvolvimento da vida ocidental, em todas as suas fases, foi fortemente afetada por seus ensinos.[14]
O desenvolvimento político inteiro da Idade Média foi dominado por ele.[15]
Ele foi num certo sentido o criador do Sacro Império Romano.[16]
A mais notável declaração de Warfield, entretanto, é que “foi Agostinho quem nos deu a Reforma.”[17] Arthur Custance nos informa que “a Reforma foi essencialmente um ressurgimento do Agostinianismo, como o Agostinianismo foi uma recuperação da teologia paulina.”[18] Conquanto a Reforma foi a culminação de várias idéias e eventos, em sua maioria direcionados contra a corrupção da Igreja Católica, atribuir a Agostinho um papel principal nela é torcer os fatos da história, pois como logo veremos, não somente ele diferia de Martinho Lutero (1483-1546) e o celebrado princípio paulino da Reforma, mas a própria Igreja Católica Romana tem uma melhor reinvindicação sobre Agostinho do que os calvinistas.
O homem Agostinho tem sido entusiasmadamente enaltecido pelos calvinistas:
Uma das maiores mentes teológicas e filosóficas que Deus viu ser adequada para oferecer à Sua igreja.[6]
Santo Agostinho foi um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos.[7]
O maior cristão desde os tempos do Novo Testamento.[8]
Seguramente o maior homem que escrevia em latim.[9]
O maior pensador psicólogo e político desde Aristóteles.[10]
Alguns até o colocariam em uma trindade: “Depois de Jesus e Paulo, Agostinho de Hipona é a figura mais influente na história do Cristianismo.”[11]
Ainda que a influência de Agostinho seja na verdade grande, os calvinistas têm sido muito generosos no que atribuem a ele. O presbiteriano N. L. Rice (1807-1877) alega que “os trabalhos e escritos [de Agostinho], mais do que de qualquer outro homem na época em que ele viveu, contribuíram para a promoção da sã doutrina e o restabelecimento da verdadeira religião.”[12] Esta é uma bela declaração, e resta ser visto apenas o que a “sã doutrina” de Agostinho e a “verdadeira religião” realmente foram, não obstante, considere o que Warfield credita a Agostinho:
Agostinho estabeleceu por todo o tempo a doutrina da graça.[13]
O completo desenvolvimento da vida ocidental, em todas as suas fases, foi fortemente afetada por seus ensinos.[14]
O desenvolvimento político inteiro da Idade Média foi dominado por ele.[15]
Ele foi num certo sentido o criador do Sacro Império Romano.[16]
A mais notável declaração de Warfield, entretanto, é que “foi Agostinho quem nos deu a Reforma.”[17] Arthur Custance nos informa que “a Reforma foi essencialmente um ressurgimento do Agostinianismo, como o Agostinianismo foi uma recuperação da teologia paulina.”[18] Conquanto a Reforma foi a culminação de várias idéias e eventos, em sua maioria direcionados contra a corrupção da Igreja Católica, atribuir a Agostinho um papel principal nela é torcer os fatos da história, pois como logo veremos, não somente ele diferia de Martinho Lutero (1483-1546) e o celebrado princípio paulino da Reforma, mas a própria Igreja Católica Romana tem uma melhor reinvindicação sobre Agostinho do que os calvinistas.
[1] Calvin Theological Seminary, 1996-1998 Catalog, p. 110.
[2] Palmer, p. 6; Custance, p. 50; George S. Bishop, The Doctrines of Grace (Grand Rapids: Baker Book House, 1977), p. 3.
[3] Carl Bangs, Arminius: A Study in the Dutch Reformation, 2nd ed. (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1985), pp. 192, 347.
[4] Christian History, Vol. 5:4 (1986), p. 2.
[5] Richard N. Ostling, “The Seconder Founder of the Faith,” Time, 29 de setembro de 1986, p. 76.
[6] Talbot e Crampton, p. 79.
[7] Norman L. Geisler, What Augustine Says (Grand Rapids: Baker Book House, 1982), p. 9.
[8] Alexander Souter, citado em F. F. Bruce, The Spreading Flame (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1958), p. 333.
[9] Ibid.
[10] S. L. Greenslade, citado em Bruce, The Spreading Flame, p. 334.
[11] Christian History, Vol. 6:3 (1987), p. 2.
[12] N. L. Rice, God Sovereign and Man Free (Harrisonburg: Sprinkle Publications, 1985), p. 13.
[13] Benjamin B. Warfield, “The Idea of Systematic Theology,” em Mark A. Noll, ed., The Princeton Theology (Phillipsburg: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1983), p. 258.
[14] Warfield, Calvin, p. 310.
[15] Ibid, p. 318.
[16] Ibid.
[17] Ibid., p. 322.
[18] Custance, p. 27.
Fonte: http://www.arminianismo.com/
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