Márcio Rosa
Há momentos da vida em que perdemos a noção de nossa finitude e, por breves momentos, temos a sensação de imortalidade. Parece que nada vai nos atingir, nem doença, nem perdas, nem morte, nada. Mas basta uma tragédia se abater sobre alguém conhecido, um amigo, um familiar, para despertarmos a consciência de que somos muito frágeis.
A vida é uma dádiva, um presente, um dom formidável. Ouso dizer que a vida é sagrada. Há algo de divino na vida, há um caráter santo no dom de viver. É muito bom viver, é uma delícia estar acompanhado de bons amigos, desfrutar a vida com a pessoa que amamos, tomar um cafezinho no fim da tarde, sentir a brisa sentado na varanda, celebrar as pequenas coisas que dão sentido à vida. É por isso que considero a vida uma dádiva.
É, também, excitante encarar desafios da vida, faculdade, casamento, filhos, empreendimentos, coisas novas. Em meio a avanços e retrocessos vamos seguindo nossa trilha, dia a dia. Como é bom empreender e ser bem sucedido. Como é doloroso fracassar em um projeto. Por outro lado é alentador poder começar novamente e seguir a vida. A vida é um dom, um presente.
Mas a vida também passa muito rapidamente. Somos atropelados pelos dias. Mal comemoramos o último Natal e já estamos chegando novamente ao final do ano. O tempo é irrefreável. Eis aí um fato inexorável da vida humana. Somos massacrados pelo tempo. Quando piscamos o olho, o futuro já chegou. Piscamos novamente, e já se tornou passado.
Além da rapidez com que a vida passa, temos que conviver com o fato de que a vida é frágil. Hoje podemos estar bem, mas amanhã ou daqui a pouco não sabemos mais. Não temos o controle completo sobre nossa vida. Por mais que cuidemos de nossa saúde, os cabelos ficarão brancos, ou cairão, nosso corpo vai ficando mais fraco e debilitado. Podemos retardar bastante o envelhecimento, mas não podemos refreá-lo.
Às vezes a vida parece apenas um sopro. Por isso mesmo preciso aprender a celebrar a capacidade de poder piscar os olhos, de andar para onde eu queira, de abraçar os meus queridos, se ver o por do sol, de sentir os aromas que trazem boas recordações, de falar coisas boas a quem estiver ao meu redor. Preciso festejar cada aniversário como a renovação da vida e da oportunidade de fazer minha vida valer a pena. Por que a vida é apenas um sopro, que passa rapidamente.
Meu consolo e minha esperança é que, para além dos dias que vivemos nesta terra, posso antever uma linda e maravilhosa promessa de Jesus: a vida eterna que ela dará para aqueles que o amam. Maranata!
terça-feira, 2 de outubro de 2007
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