Um dia desses presenciei um pregador enumerando muitos motivos pelos quais, quem se congrega na AD é melhor do que os outros cristãos que se congregam em outras igrejas ou nem se congregam em nenhuma comunidade. Nascido e criado na AD, não é a primeira vez que vejo isso e nem será a última. A pergunta que me faço é: até quando?
Sabe aquela velha e batida frase que “placa de igreja não salva ninguém”? MENTIRA! Não é isso que se crê na prática assembleiana. Já ví e ouví ameaças de inferno pra quem fosse a outra igreja, proibição de saudar irmãos de outra igreja na rua, disciplina pra quem for a eventos de outra igreja, boicotes à eventos de igrejas iniciantes, entre outras demonstrações de amor e comunhão cristã.
Mas não há nada tão ruim que não possa piorar, não é? Com o centenário da AD, além da milhares de disputas internas, causadas por política, poder e $$$, que fizeram com que nenhum assembleiano soubesse onde e com quem comemorar o aniversário, o que mais me causou nojo foi essa onda de orgulho assembleiano. Camisetas, faixas, outdoors, pregações inflamadas demostrando que AD não nasceu de nenhuma “divisão”, condenação de outras denominações (pra não perder o costume), entre outras bizarrices que demonstram uma total falta de conhecimento histórico ou, acobertamento histórico ( eu aposto nessa última opção).
Eu só queria saber em qual parte do NT, Jesus autorizou a criação de uma igreja, qualquer que seja. Eu só queria saber onde Jesus autorizou o orgulho, desde que seja para fins de promoção eclesiástica. Eu só queria saber onde que Jesus condenou ao inferno as pessoas que saíssem da AD para outra denominação.
Rebeldes, galhos, desviados, frios: Esse são os nomes que ganha quem se atreve a sair da AD em qualquer cidade do interior e capital aqui no CE. Preconceito, ignorância, orgulho, fome e sede de poder e $$$. Esse são os nomes que eu dou pra essas lideranças que pregam a intolerância denominacional, muitas vezes causada por uma briga de egos, só pra ver qual é o pastor que tem mais influência na cidade e que ganha o apoio da prefeitura pra construir igrejas, fazer eventos e ganhar o nome de Denominação Evangélica Oficial da cidade.
Já ví e ouví pastores dizendo que iriam para certa cidade para ACABAR com o ministério e igreja de outros pastores. Já ví grupos de “evangelismo” disputando possíveis convertidos com argumentos de “essa igreja não presta”; “a minha igreja é a verdadeira”; “venha para nossa igreja para ser crente de verdade”. Isso é muito triste e vergonhoso.
Há uma frase recorrente aqui no meio evangélico do CE que diz “Se esse povo (evangélicos de denominações diferentes) for pro céu, vão morar em bairros separados”. E eu falo de ramificações apenas da AD! Pastores que são filiados a mesma convenção nacional, mas que, na cidade que vivem, disputam cada pedaço de território e de convertido.
Tudo que eu falei, não é exclusividade assembleiana. Mas eu apenas falei do que conheço e conviví com isso durante muito tempo
Me desculpe quem gosta e concorda, mas eu não posso sentir orgulho disso. Encerro com um trecho da letra de João Alexandre:
“Vaidade no comprimento da saia, no cumprimento da lei. Vaidade exigindo prosperidade por ser filho do Rei. Vaidade se achando a igreja da história, vaidade Pentecostal (…) A morte se esconde atrás dos templos. Tudo é vaidade.”
Por João Marcos
Vi no http://poucacerteza.wordpress.com/2011/11/04/santo-orgulho-assembleiano/
sábado, 5 de novembro de 2011
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