sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pra onde vamos ao morrer? Parte 2





Hermes C. Fernandes





Quando falamos de eternidade, estamos falando de uma esfera de existência que não tem começo nem fim. É nessa esfera que Deus habita (Is.57:15a). Ao entrarmos na eternidade, nos depararemos com o Grande Trono Branco, visto por João em Apocalipse.


“Então vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele. Da presença dele fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.” APOCALIPSE 20:11


Onde se dará o juízo final? Onde se assentará o Tribunal de Cristo? João vê ainda “os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono (...) O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o além deram os mortos que neles havia, e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap.20:12a,13). Dá pra imaginar uma cena dessas? Quantas pessoas já passaram por este mundo desde a sua criação? Só nos dias de hoje cerca de 7 bilhões de pessoas povoam a Terra. Imagine reunir todos que aqui já viveram, em todos os tempos, em um só lugar. Será que a superfície terrestre possui uma planície tão extensa que possa comportar tal número de pessoas? Acredito que não. Então onde se dará o Juízo? A pista está no verso 11. Ali lemos que a terra e o céu fugiram da presença d’Aquele que estava assentado no grande Trono Branco. O juízo de Deus, portanto, se dará em uma instância fora do tempo e do espaço. Se não há lugar para a terra e o céu, logo não há “espaço”, e se não há espaço, não há tempo. O tempo e o espaço são aspectos de uma mesma realidade.


Podemos dizer que o Juízo de Deus se dará na Eternidade. Então todos terão que morrer para passar pelo juízo? Absolutamente, não. O mundo caminha em direção à eternidade. Num dado momento, quando Cristo vier, o kronos (tempo) será invadido pelo Kairós (‘tempo’ divino/eternidade), e todos nos veremos “perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co.5:10).


A história da criação caminha para esse ponto, que podemos chamar de Ômega, o capítulo final da História. Será o desfecho da História de todo o cosmo, bem como a conclusão da história de cada ser humano que por aqui houver passado. Todos, sem exceção, terão de dar conta de si mesmo a Deus (Rm.14:12). Esse será o Dia do Senhor, “em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por meio de Jesus Cristo” (Rm.2:16).


De repente, ao soar da trombeta de Deus, todos estaremos ali: Justos e ímpios, grandes e pequenos, ricos e pobres. Desse dia ninguém escapará.


Para quem está vivo no mundo hoje, pode parecer que esse dia esteja num futuro remoto Mas para quem deixa o mundo hoje, é como se esse dia chegasse imediatamente. Não há intervalo. É como se entrássemos numa máquina do tempo, e fôssemos arremessados em um futuro distante. Lá chegando, não apenas nos encontraremos com o Senhor nos ares, vindo em direção a Terra para julgar os vivos e os mortos, como também encontraremos todos os eleitos de Deus, de todas as eras. Dentre os que morrerem em Cristo, ninguém vai chegar primeiro. Imagine um crente em Cristo, em seu leito de morte, despedindo-se dos seus, quando de repente, é levado à eternidade, e lá encontra as mesmas pessoas de quem acabou de se despedir! A dor da separação é para quem fica, não para quem vai. Por isso Jesus disse que os amigos que granjearmos aqui na terra, serão os mesmos que nos receberão “nos tabernáculos eternos” (Lc.16:9). Na verdade, recepcionaremos uns aos outros, pois chegaremos todos juntos.


Há ordem de partida, mas não há ordem de chegada. Por vivermos confinados ao tempo e ao espaço, assistimos à partida de cada pessoa que deixa essa vida. Mas na eternidade não haverá ordem de chegada. Todos compareceremos diante do Trono de Deus concomitantemente.


O Juízo se dará na eternidade, em uma instância atemporal, onde não há tempo nem espaço. O único momento em que ficaremos sem o corpo será perante o Tribunal de Cristo, onde teremos que dar contas do que fizemos através do corpo. Será num abrir e fechar de olhos. Essa instância pode ser chamada de “terceiro céu”, ou “céu dos céus”. Todos, indistintamente, quer estejam vivos ou mortos no momento em que Cristo vier, terão que comparecer diante de Deus, para ouvir Seu veredicto, e receber sua sentença. Ali será o entroncamento entre o céu e a terra, ao mesmo tempo em será a bifurcação entre o céu e o inferno.


Quase que instantaneamente, tão logo ouçamos do Senhor que fomos justificados, nos veremos nas nuvens do céu, atraídos pela Sua majestade divina. Em ‘milésimos de segundo’ veremos toda a nossa vida projetada no telão de nossa consciência. O que ali ouviremos ficará imprimido indelevelmente em nossa consciência para todo o sempre.


Com Ele desceremos a Terra, e aqui viveremos por eras infindáveis na companhia do Senhor e de todos os Seus eleitos.


Céu e Terra são agora reunidos em Cristo, sendo dois lados de uma mesma realidade. Não há mais separação,“o mar já não existe”, declara João, em sua descrição do novo céu e da nova terra (Ap.21:1).


Continua...


* Não perca a última parte desta reflexão teológica sobre a vida após a morte.


Vi no http://www.hermesfernandes.com/2009/12/pra-onde-vamos-ao-morrer-parte-2.html

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