Laurence M. Vance - O Outro Lado do Calvinismo
Analogias
É de seu falso conceito da natureza depravada do homem que os calvinistas tentam sustentar sua doutrina da Depravação Total. Há três analogias que são usadas para fazer isto: homens mortos, bebês, e criaturas. Estas analogias são baseadas em três versos das Escrituras:
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados (Ef 2.1).
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (Jo 3.3).
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo (2Co 5.17).
Ao comparar um pecador não regenerado a um homem morto, um bebê, e uma criatura, os calvinistas tentam provar que o homem tem a incapacidade de se arrepender e crer no Evangelho. Mas como veremos agora, cada uma destas analogias é desacreditada por ninguém menos do que o calvinista Arthur W. Pink.
A primeira é muito importante para os calvinistas visto que ela na verdade menciona o fato da morte espiritual do homem: “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1). Isso é chamado por Sproul: “Uma passagem sobre predestinação par excellence.”[1] Mas conquanto seja verdade que a salvação é falada como sendo “passado da morte para a vida” (Jo 5.24), todos os calvinistas, sem falta, fazem analogia entre sua doutrina da Depravação Total e os homens mortos em geral, ou numa tentativa de ser bíblico, a Lázaro em particular (Jo 11.43-44).[2] A comparação é como segue:
Um homem morto não pode exercer fé em Jesus Cristo.[3]
Um homem morto é completamente incapaz de querer alguma coisa.[4]
Um homem morto não pode cooperar com uma oferta de cura.[5]
O cadáver não restaura vida a si mesmo; depois da vida ser restaurada ele se torna um agente vivo.[6]
Custance usa o texto prova das Testemunhas de Jeová: “Os mortos não sabem coisa nenhuma” (Ec 9.5), e raciocina: “Um cadáver não grita por socorro.”[7] Agora, todas as colocações acima são verdadeiras, se alguém estiver se referindo aos homens fisicamente mortos. Mas como Sproul descuidadosamente declarou: “Pessoas espiritualmente mortas são ainda biologicamente vivas.”[8] Homens espiritualmente mortos podem caminhar, conversar, e realizar desejos (Ef 2.2-3). Estar morto em pecado não significa estar inconsciente. Morte nunca significa uma cessação de ser. Deste modo, até o homem regenerado é dito estar morto, doutrinariamente falando (Rm 6.2; Cl 3.3). E sobre os homens mortos fisicamente, deveria também ser apontado que um homem morto fisicamente pode levantar seus olhos, sentir tormento, ver, falar, orar, e pensar (Lc 16.23-28). A morte nunca é uma não-existência, a menos que alguém seja Testemunha de Jeová. O cadáver não é o homem verdadeiro; o corpo que apodrece nunca é a pessoa real. Os mortos não-salvos que sofrem “a segunda morte” (Ap 20.14) experimentam tormento consciente (Mt 13.42). Uma verdadeira analogia que ilustra o fato que um pecador está “morto em ofensas e pecados” (Ef 2.1) é a história bíblica do filho pródigo que “estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado” (Lc 15.24). E como foi mencionado no início desta seção, Pink expressamente desconsidera esta analogia que seus amigos calvinistas tanto gostam: “Ao invés de tentar traçar analogias entre a morte espiritual e a morte física e derivar inferências delas, devemos nos ater intimamente às Escrituras e regular todos os nossos pensamentos por elas.”[9]
Alguns calvinistas, percebendo que os homens mortos ainda existem, dão um passo a frente, comparando a regeneração ao nascimento de um bebê. Mas conquanto seja verdade que a salvação é dita como um nascimento: “de novo gerados” (1Pe 1.23), “nascido de Deus” (1Jo 3.9), os calvinistas mais uma vez procuram um exato paralelo na tentativa de provar a validade da Depravação Total:
O infante não procria a si mesmo, mas deve nascer de seus pais a fim de se tornar um agente vivo.[10]
Um bebê nunca deseja ou decide ser nascido. Ele nunca contribui em nada para o seu próprio nascimento. Todo o processo, da concepção ao nascimento, ele é completamente passivo e totalmente incapaz de controlar seu nascimento.[11]
Não podemos dar à luz a nós mesmos; um bebê não pode nascer de si mesmo; nada pode ter seu original de si mesmo, pois seria, então, antes e depois de si mesmo; seria e não seria, ao mesmo tempo.[12]
O novo nascimento é somente a obra de Deus Espírito e o homem não tem nenhum papel ou parte nisto. Isto vem da própria natureza do caso. O nascimento, de modo geral, exclui a idéia de qualquer esforço ou trabalho da parte de alguém que nasce. Pessoalmente não temos nada mais a fazer com nosso nascimento espiritual do que tivemos com nosso nascimento natural.[13]
Mas em um nascimento natural, a concepção e o nascimento são separados por um período de nove meses; em um nascimento espiritual, tal período não existe. Pink, embora seja o autor da última citação, nega a si mesmo, assim como todos os outros calvinistas, quando ele apropriadamente diz: “Ao tratar da regeneração sob a figura do novo nascimento, alguns escritores têm introduzido analogias do nascimento natural que a Escritura, de modo algum, permite; na verdade, desaprova. Nascimento físico é o nascer a este mundo de uma criatura, uma completa personalidade, que antes da concepção não tinha qualquer existência. Mas alguém que é regenerado tinha uma completa personalidade antes de ter nascido de novo.”[14]
A terceira analogia usada pelos calvinistas para elevar sua doutrina da Depravação Total é de uma criatura. Mas conquanto seja verdadeiro que depois da salvação o homem é chamado de uma “nova criatura” (2Co 5.17), o calvinista, em seu esforço para provar a doutrina da Depravação Total, busca um exato paralelo entre a criação de uma criatura e a salvação de um pecador:
Que criatura alguma vez conseguiu com sucesso resistir à sua própria criação ou feito qualquer contribuição ativa para sua própria criação?[15]
O inexistente – nada – nunca pode produzir a si mesmo. O próprio conceito de criação necessariamente implica total passividade e incapacidade da parte do objeto que está para ser criado. O que é verdadeiro no reino físico é também verdadeiro no reino espiritual: os indivíduos são totalmente incapazes de fazer de si mesmos novas criaturas em Cristo.[16]
Mas mais uma vez, Pink habilmente afirma o caso contra o Calvinismo: “A regeneração não é a criação de uma pessoa que até então não tinha nenhuma existência, mas a renovação e a restauração de uma pessoa que o pecado tinha deixado imprópria para comunhão com Deus, e isto pela comunicação de uma natureza de princípio de vida, que dá uma nova e diferente inclinação para todas as suas velhas faculdades.”[17]
Uma outra razão para a falha destas analogias quando vistas como um exato paralelo para a salvação de um pecador é a questão da responsabilidade. Uma criatura não-criada é responsável por alguma coisa? Se o homem não-regenerado corresponde a uma criatura não-criada, ele mais certamente nunca poderia ser responsável por qualquer coisa que faça: ele nem sequer existiria! Nós também nos apressamos em dizer, um bebê é responsável por qualquer uma de suas ações antes de nascer? Se não, então nem um homem não-salvo seria responsável por qualquer uma das suas. E finalmente, se fizer um exato paralelo entre um homem morto fisicamente e um homem morto espiritualmente e dizer que ninguém pode crer em Jesus Cristo, então da mesma forma tem que dizer que ninguém não pode não crer. Se um homem morto não pode aceitar Cristo porque está morto, então ele também não pode rejeitá-lo. Um homem morto não pode crer em Jesus Cristo, mas um pecador morto pode.
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados (Ef 2.1).
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (Jo 3.3).
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo (2Co 5.17).
Ao comparar um pecador não regenerado a um homem morto, um bebê, e uma criatura, os calvinistas tentam provar que o homem tem a incapacidade de se arrepender e crer no Evangelho. Mas como veremos agora, cada uma destas analogias é desacreditada por ninguém menos do que o calvinista Arthur W. Pink.
A primeira é muito importante para os calvinistas visto que ela na verdade menciona o fato da morte espiritual do homem: “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1). Isso é chamado por Sproul: “Uma passagem sobre predestinação par excellence.”[1] Mas conquanto seja verdade que a salvação é falada como sendo “passado da morte para a vida” (Jo 5.24), todos os calvinistas, sem falta, fazem analogia entre sua doutrina da Depravação Total e os homens mortos em geral, ou numa tentativa de ser bíblico, a Lázaro em particular (Jo 11.43-44).[2] A comparação é como segue:
Um homem morto não pode exercer fé em Jesus Cristo.[3]
Um homem morto é completamente incapaz de querer alguma coisa.[4]
Um homem morto não pode cooperar com uma oferta de cura.[5]
O cadáver não restaura vida a si mesmo; depois da vida ser restaurada ele se torna um agente vivo.[6]
Custance usa o texto prova das Testemunhas de Jeová: “Os mortos não sabem coisa nenhuma” (Ec 9.5), e raciocina: “Um cadáver não grita por socorro.”[7] Agora, todas as colocações acima são verdadeiras, se alguém estiver se referindo aos homens fisicamente mortos. Mas como Sproul descuidadosamente declarou: “Pessoas espiritualmente mortas são ainda biologicamente vivas.”[8] Homens espiritualmente mortos podem caminhar, conversar, e realizar desejos (Ef 2.2-3). Estar morto em pecado não significa estar inconsciente. Morte nunca significa uma cessação de ser. Deste modo, até o homem regenerado é dito estar morto, doutrinariamente falando (Rm 6.2; Cl 3.3). E sobre os homens mortos fisicamente, deveria também ser apontado que um homem morto fisicamente pode levantar seus olhos, sentir tormento, ver, falar, orar, e pensar (Lc 16.23-28). A morte nunca é uma não-existência, a menos que alguém seja Testemunha de Jeová. O cadáver não é o homem verdadeiro; o corpo que apodrece nunca é a pessoa real. Os mortos não-salvos que sofrem “a segunda morte” (Ap 20.14) experimentam tormento consciente (Mt 13.42). Uma verdadeira analogia que ilustra o fato que um pecador está “morto em ofensas e pecados” (Ef 2.1) é a história bíblica do filho pródigo que “estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado” (Lc 15.24). E como foi mencionado no início desta seção, Pink expressamente desconsidera esta analogia que seus amigos calvinistas tanto gostam: “Ao invés de tentar traçar analogias entre a morte espiritual e a morte física e derivar inferências delas, devemos nos ater intimamente às Escrituras e regular todos os nossos pensamentos por elas.”[9]
Alguns calvinistas, percebendo que os homens mortos ainda existem, dão um passo a frente, comparando a regeneração ao nascimento de um bebê. Mas conquanto seja verdade que a salvação é dita como um nascimento: “de novo gerados” (1Pe 1.23), “nascido de Deus” (1Jo 3.9), os calvinistas mais uma vez procuram um exato paralelo na tentativa de provar a validade da Depravação Total:
O infante não procria a si mesmo, mas deve nascer de seus pais a fim de se tornar um agente vivo.[10]
Um bebê nunca deseja ou decide ser nascido. Ele nunca contribui em nada para o seu próprio nascimento. Todo o processo, da concepção ao nascimento, ele é completamente passivo e totalmente incapaz de controlar seu nascimento.[11]
Não podemos dar à luz a nós mesmos; um bebê não pode nascer de si mesmo; nada pode ter seu original de si mesmo, pois seria, então, antes e depois de si mesmo; seria e não seria, ao mesmo tempo.[12]
O novo nascimento é somente a obra de Deus Espírito e o homem não tem nenhum papel ou parte nisto. Isto vem da própria natureza do caso. O nascimento, de modo geral, exclui a idéia de qualquer esforço ou trabalho da parte de alguém que nasce. Pessoalmente não temos nada mais a fazer com nosso nascimento espiritual do que tivemos com nosso nascimento natural.[13]
Mas em um nascimento natural, a concepção e o nascimento são separados por um período de nove meses; em um nascimento espiritual, tal período não existe. Pink, embora seja o autor da última citação, nega a si mesmo, assim como todos os outros calvinistas, quando ele apropriadamente diz: “Ao tratar da regeneração sob a figura do novo nascimento, alguns escritores têm introduzido analogias do nascimento natural que a Escritura, de modo algum, permite; na verdade, desaprova. Nascimento físico é o nascer a este mundo de uma criatura, uma completa personalidade, que antes da concepção não tinha qualquer existência. Mas alguém que é regenerado tinha uma completa personalidade antes de ter nascido de novo.”[14]
A terceira analogia usada pelos calvinistas para elevar sua doutrina da Depravação Total é de uma criatura. Mas conquanto seja verdadeiro que depois da salvação o homem é chamado de uma “nova criatura” (2Co 5.17), o calvinista, em seu esforço para provar a doutrina da Depravação Total, busca um exato paralelo entre a criação de uma criatura e a salvação de um pecador:
Que criatura alguma vez conseguiu com sucesso resistir à sua própria criação ou feito qualquer contribuição ativa para sua própria criação?[15]
O inexistente – nada – nunca pode produzir a si mesmo. O próprio conceito de criação necessariamente implica total passividade e incapacidade da parte do objeto que está para ser criado. O que é verdadeiro no reino físico é também verdadeiro no reino espiritual: os indivíduos são totalmente incapazes de fazer de si mesmos novas criaturas em Cristo.[16]
Mas mais uma vez, Pink habilmente afirma o caso contra o Calvinismo: “A regeneração não é a criação de uma pessoa que até então não tinha nenhuma existência, mas a renovação e a restauração de uma pessoa que o pecado tinha deixado imprópria para comunhão com Deus, e isto pela comunicação de uma natureza de princípio de vida, que dá uma nova e diferente inclinação para todas as suas velhas faculdades.”[17]
Uma outra razão para a falha destas analogias quando vistas como um exato paralelo para a salvação de um pecador é a questão da responsabilidade. Uma criatura não-criada é responsável por alguma coisa? Se o homem não-regenerado corresponde a uma criatura não-criada, ele mais certamente nunca poderia ser responsável por qualquer coisa que faça: ele nem sequer existiria! Nós também nos apressamos em dizer, um bebê é responsável por qualquer uma de suas ações antes de nascer? Se não, então nem um homem não-salvo seria responsável por qualquer uma das suas. E finalmente, se fizer um exato paralelo entre um homem morto fisicamente e um homem morto espiritualmente e dizer que ninguém pode crer em Jesus Cristo, então da mesma forma tem que dizer que ninguém não pode não crer. Se um homem morto não pode aceitar Cristo porque está morto, então ele também não pode rejeitá-lo. Um homem morto não pode crer em Jesus Cristo, mas um pecador morto pode.
[1] Sproul, Eleitos de Deus, p. 83.
[2] Palmer, p. 18; Boettner, Predestination, p. 165; Sproul, Eleitos de Deus, p. 90; Seaton, p. 11; Storms, Chosen for Life, p. 49; Spencer, Tulip, p. 28.
[3] Gordon H. Clark, The Biblical Doctrine of Man (Jefferson: The Trinity Foundation, 1984), p. 102.
[4] Pink, Sovereignty, p. 141.
[5] Gerstner, Predestination, p. 18.
[6] Dabney, Calvinism, p. 35.
[7] Custance, p. 18.
[8] Sproul, Eleitos de Deus, p. 89.
[9] Pink, Gleanings from the Scriptures, p. 276.
[10] Dabney, Calvinism, p. 35.
[11] Palmer, p. 17.
[12] Ness, p. 88.
[13] Pink, Sovereignty, p 72.
[14] Pink, Salvation, p. 26.
[15] Gunn, p. 23.
[16] Palmer, p. 17.
[17] Pink, Salvation, pp. 26-27.
Fonte: http://www.arminianismo.com/
1 comentários:
Nardier,
agradeço pela inclusão do link: "A Tenda na Rocha" em seu roll de favoritos.
Estou linkando seu blog na seção: "Me linkas, te linko"
Que nosso Amado e Maravilhoso Deus o abençoe e guarde com toda família.
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