Laurence M. Vance - O Outro Lado do Calvinismo
A Essência do Calvinismo
O segundo ponto da TULIP é o seu principal ensino e determina se alguém deve ser classificado como calvinista. Isso já foi discutido no capítulo 1, mas não dentro da estrutura da Eleição Incondicional, visto que os Cinco Pontos do Calvinismo não tinham sido introduzidos. Mas o que quer que seja denominado, a questão permanece a mesma: Os homens são eleitos para salvação ou não? Vimos no capítulo 1 que é a crença que Deus, por um decreto soberano, eterno, determinou antes da fundação do mundo quem será salvo e quem será perdido que é a essência do Calvinismo. Assim, ainda que os crentes na Bíblia que rejeitam o Calvinismo não concordam com a dicotomia calvinista/arminiana, neste único aspecto os calvinistas têm razão: o homem ou é eleito porque crê ou crê porque é eleito. Todos os calvinistas, sejam quais forem suas denominações ou concepções teológicas sobre qualquer outro assunto, e se chamados pelo nome calvinista ou não, têm esta única coisa em comum. Dessa forma, o erro básico do Calvinismo é confundir eleição e predestinação com salvação.
Pela razão da Eleição Incondicional ser a essência do Calvinismo, alguém deve se comprometer com este ponto mais do que com os outros, como os calvinistas corretamente mantêm: “Se qualquer um dos cinco pontos do Calvinismo for negado, a herança reformada é completamente perdida. Mas é certo que a verdade da eleição incondicional encontra-se na base deles todos. Esta verdade é o padrão da fé reformada. É o próprio âmago e núcleo do evangelho.”[1] Mas, por outro lado, alguns calvinistas tentam minimizar a importância deste segundo ponto. Warfield insiste que “a doutrina da predestinação não é o princípio formativo do Calvinismo, a raiz da qual ele brota. É uma de suas lógicas conseqüências, um dos ramos que inevitavelmente se projetou para fora.”[2] Esta análise contraditória da Eleição Incondicional também é evidente em um sentido mais geral. Grover Gunn alega que “a doutrina da eleição é difícil de entender, e Deus não deixou respostas a todas as nossas perguntas.”[3] Mas Robert Haldane (1764-1842) sustenta que a eleição “é uma verdade essencial ao plano de salvação, e uma verdade muito explicitamente revelada. Nenhuma verdade na Escritura é mais facilmente defendida.”[4] Alguém certamente pode pensar que os calvinistas, de todas as pessoas, aceitariam alegremente suas próprias doutrinas, mas como admitido pelos próprios calvinistas, isto nem sempre é o caso. Nettles afirma que “a doutrina da eleição fornece base para toda iniciativa legítima de empenho cristão.”[5] Mas Keith Mathison observa: “Como a doutrina da depravação total, a doutrina da eleição incondicional não é popular, mesmo entre os eleitos.”[6] Assim, como os outros pontos da TULIP, os calvinistas nunca estão de acordo entre si quanto à correta terminologia, importância e natureza de suas doutrinas, que se tornarão mais facilmente aparentes quanto mais tratarmos particularmente a TULIP. Uma coisa é certa: “Ninguém pode jamais alegar ser calvinista ou reformado sem um firme e permanente compromisso com esta preciosa verdade.”[7] Esta doutrina é considerada tão importante que estudantes do Reformed Theological Seminary podem opcionalmente ter a matéria sobre “A Doutrina da Eleição.”[8]
Não apenas a doutrina da eleição é de suprema importância, mas os calvinistas declaram que ela é sinônima do Evangelho. Custance afirma que “ela é o Evangelho,” e que “todo afastamento da doutrina da Eleição em qualquer grau tem sido um afastamento do Evangelho.”[9] Esta suposição enganadora é prática padrão de todos os calvinistas. Se alguém nega sua doutrina da Eleição Incondicional, torna-se sujeito às seguintes conclusões:
A razão de estarmos propensos a não acreditar nesta doutrina é que não somos humildes o suficiente.[10]
Fazer a eleição estar condicionada a algo que o homem faz, ainda que o que ele faz é simplesmente arrepender-se e crer no evangelho, é comprometer seriamente a graça de Deus.[11]
O problema do cético não é com a doutrina da eleição mas com a doutrina do pecado.[12]
O calvinista também acusa os oponentes da Eleição Incondicional de ensinar salvação pelas obras:
O fator crucial é que se você nega a eleição, você nega a salvação pela graça. Rejeitar a eleição é rejeitar a salvação pela graça e promover a salvação pelas obras.[13]
Aqueles que declaram que a salvação é inteiramente pela graça de Deus, e todavia nega a doutrina da eleição, sustenta uma posição inconsistente.[14]
Rejeitamos a doutrina da eleição porque realmente cremos que podemos enfim salvar-nos por nossas próprias ações.[15]
O batista da Graça Soberana, Roy Mason, é realmente insolente:
Se a eleição incondicional, a predestinação e o predeterminismo não forem verdadeiros, então a PROFECIA É UMA ENGANAÇÃO E UMA FRAUDE.[16]
Se a predestinação e a eleição não são desta forma, o que nos resta? A resposta é, ENTÃO NÃO SABEMOS COMO TUDO SAIRÁ NO FIM! TALVEZ SATANÁS IRÁ DERROTAR DEUS E FINALMENTE TRIUNFAR![17]
Se alguém ouvisse somente os calvinistas, ele pensaria que a Bíblia inteira giraria em torno da doutrina da Eleição Incondicional:
A Bíblia não apenas ensina a doutrina, mas a faz proeminente – tão proeminente que, você somente consegue livrar-se da Eleição, livrando-se da Bíblia.[18]
A doutrina da eleição é o ensino fundamental das Escrituras.[19]
A história da Bíblia é a história da eleição incondicional.[20]
Amados, se a Bíblia ensina alguma coisa, ela ensina que Deus nos predestinou para a salvação antes da fundação do mundo. A Bíblia ensina a eleição de Gênesis a Apocalipse. Em todas as épocas, Deus sempre trabalhou na base da eleição.[21]
Mas encontrar a Eleição Incondicional em toda a Bíblia é como o fermento “que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado” (Mt 13.33). O calvinista enfia suas doutrinas da eleição e predestinação em todo texto bíblico imaginável. Clark alega que “Isaías tem umas duas dúzias de versos que têm relação um tanto diretamente com a doutrina da predestinação.”[22] O que ele quer dizer é que há umas duas dúzias de versos violentamente forçados para provar a predestinação, pois a palavra não ocorre em Isaías assim como em nenhuma outra passagem no Velho Testamento. Custance é ainda mais audacioso: “Virando mais especificamente para a questão da Eleição para a salvação, considere o seguinte.”[23] Então segue uma lista de doze passagens do Velho Testamento nas quais a eleição não é mencionada e a salvação não está nem mesmo em vista.[24] Virando agora para o Novo Testamento, encontramos a mesma coisa. Boettner ousadamente declara: “Dificilmente há um capítulo no Evangelho de João que não menciona ou se pode deduzir a eleição ou a reprovação.”[25] Mas mesmo depois de uma declaração como esta, ele não fornece nenhum verso. Respondendo a pergunta, “Eu gostaria que você listasse as escrituras que ensinam que Deus elegeu indivíduos parra salvação antes que o mundo começou,” um batista da Graça Soberana lista seis escrituras onde a eleição não é nem mesmo mencionada.[26]
Uma vez que a Eleição Incondicional é demonstrada como a soma e substância de toda teologia, vários argumentos históricos são usados para consolidá-la ainda mais. Mason nos recorda que “CRISTÃOS DO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO eram crentes vigorosos na grandeza e soberania de Deus, e conseqüentemente nas doutrinas da eleição e predestinação.”[27] Entretanto, nenhuma citação dos Pais da Igreja é dada para confirmar esta alegação. Jewett apela aos “grandes teólogos” na história:
Todo teólogo de primeira linha, de Agostinho a Barth, tem afirmado a doutrina da eleição como fundamental à fé cristã. Estes principais teólogos têm também concordado de modo substancial sobre o conteúdo essencial da doutrina. Todos eles sustentam que a eleição de Deus é uma decisão justa e santa que ele faz de acordo com seu próprio beneplácito para redimir os objetos de seu amor eletivo.[28]
Mason acrescenta que “se a Eleição Incondicional não é verdadeira, então os MAIORES PREGADORES E ERUDITOS DA BÍBLIA DO PASSADO ESTAVAM COMPLETAMENTE ENGANADOS.”[29]
Como prova adicional da doutrina da predestinação, Boettneer apela ao Islã e a algo pior:
Quando paramos para considerar que entre as religiões não-cristãs o Maometismo tem muitos milhões que crêem em algum tipo de Predestinação, que a doutrina do Fatalismo tem sido mantida de alguma forma ou outra em vários países pagãos, e que as filosofias mecânicas e deterministas têm exercido tão grande influência na Inglaterra, Alemanha e na América, vemos que esta doutrina é no mínimo digna de um estudo cuidadoso.[30]
Um outro truque ardiloso sobre esta associação islâmica é desviar a atenção da doutrina calvinista da predestinação desdenhando o suposto fatalismo do Islã em contraste com a predestinação calvinista.[31] Seaton apela ao próprio Jesus Cristo: “Qual foi a doutrina que Jesus pregou na sinagoga em Nazaré que não a doutrina da eleição incondicional?”[32]
E quem os calvinistas apresentam como o maior defensor da Eleição Incondicional? Berkhof? Pink? Spurgeon? Certamente é João Calvino? Ora, não, é o apóstolo Paulo!
Nas Epístolas de Paulo, a grande doutrina da predestinação é ensinada repetidas vezes. De fato, não seria exagero dizer que ela forma a base de todas as outras coisas que Paulo ensinou.[33]
O apóstolo Paulo foi um declarado e ardente predestinacionista, sustentando a dupla predestinação, eleição e reprovação.[34]
Quem alguma vez afirmou a doutrina da eleição mais claramente ou em linguagem mais enérgica do que o apóstolo Paulo?[35]
O ponto que o calvinista chega para manter sua Eleição Incondicional é realmente extremo. Qualquer afirmação mostrando a menor condição sob a qual um pecador pode receber o perdão dos pecados pela provisão de Deus em Cristo supostamente desmente a Eleição Incondicional e torna até mesmo o mais simples pedido de depositar fé em Cristo uma condição e por isso uma obra. Crendo ser isto verdadeiro, Coppes tropeça sobre si mesmo tentando manter a responsabilidade do homem: “A Escritura declara que somente Deus escolhe quem será salvo. Ele é o autor soberano da salvação. Isto não é dizer que os homens são meros robôs ou blocos que são divinamente manipulados assim como uma criança manipula um brinquedo. Os homens são seres responsáveis. Roga-se-lhes que creiam e obedeçam a Deus. No final das contas, entretanto, a vida eterna não depende da decisão do homem mas da de Deus.”[36] Esta linguagem evasiva é típica das tentativas dos calvinistas de tornar sua filosofia TULIP agradável.
Pela razão da Eleição Incondicional ser a essência do Calvinismo, alguém deve se comprometer com este ponto mais do que com os outros, como os calvinistas corretamente mantêm: “Se qualquer um dos cinco pontos do Calvinismo for negado, a herança reformada é completamente perdida. Mas é certo que a verdade da eleição incondicional encontra-se na base deles todos. Esta verdade é o padrão da fé reformada. É o próprio âmago e núcleo do evangelho.”[1] Mas, por outro lado, alguns calvinistas tentam minimizar a importância deste segundo ponto. Warfield insiste que “a doutrina da predestinação não é o princípio formativo do Calvinismo, a raiz da qual ele brota. É uma de suas lógicas conseqüências, um dos ramos que inevitavelmente se projetou para fora.”[2] Esta análise contraditória da Eleição Incondicional também é evidente em um sentido mais geral. Grover Gunn alega que “a doutrina da eleição é difícil de entender, e Deus não deixou respostas a todas as nossas perguntas.”[3] Mas Robert Haldane (1764-1842) sustenta que a eleição “é uma verdade essencial ao plano de salvação, e uma verdade muito explicitamente revelada. Nenhuma verdade na Escritura é mais facilmente defendida.”[4] Alguém certamente pode pensar que os calvinistas, de todas as pessoas, aceitariam alegremente suas próprias doutrinas, mas como admitido pelos próprios calvinistas, isto nem sempre é o caso. Nettles afirma que “a doutrina da eleição fornece base para toda iniciativa legítima de empenho cristão.”[5] Mas Keith Mathison observa: “Como a doutrina da depravação total, a doutrina da eleição incondicional não é popular, mesmo entre os eleitos.”[6] Assim, como os outros pontos da TULIP, os calvinistas nunca estão de acordo entre si quanto à correta terminologia, importância e natureza de suas doutrinas, que se tornarão mais facilmente aparentes quanto mais tratarmos particularmente a TULIP. Uma coisa é certa: “Ninguém pode jamais alegar ser calvinista ou reformado sem um firme e permanente compromisso com esta preciosa verdade.”[7] Esta doutrina é considerada tão importante que estudantes do Reformed Theological Seminary podem opcionalmente ter a matéria sobre “A Doutrina da Eleição.”[8]
Não apenas a doutrina da eleição é de suprema importância, mas os calvinistas declaram que ela é sinônima do Evangelho. Custance afirma que “ela é o Evangelho,” e que “todo afastamento da doutrina da Eleição em qualquer grau tem sido um afastamento do Evangelho.”[9] Esta suposição enganadora é prática padrão de todos os calvinistas. Se alguém nega sua doutrina da Eleição Incondicional, torna-se sujeito às seguintes conclusões:
A razão de estarmos propensos a não acreditar nesta doutrina é que não somos humildes o suficiente.[10]
Fazer a eleição estar condicionada a algo que o homem faz, ainda que o que ele faz é simplesmente arrepender-se e crer no evangelho, é comprometer seriamente a graça de Deus.[11]
O problema do cético não é com a doutrina da eleição mas com a doutrina do pecado.[12]
O calvinista também acusa os oponentes da Eleição Incondicional de ensinar salvação pelas obras:
O fator crucial é que se você nega a eleição, você nega a salvação pela graça. Rejeitar a eleição é rejeitar a salvação pela graça e promover a salvação pelas obras.[13]
Aqueles que declaram que a salvação é inteiramente pela graça de Deus, e todavia nega a doutrina da eleição, sustenta uma posição inconsistente.[14]
Rejeitamos a doutrina da eleição porque realmente cremos que podemos enfim salvar-nos por nossas próprias ações.[15]
O batista da Graça Soberana, Roy Mason, é realmente insolente:
Se a eleição incondicional, a predestinação e o predeterminismo não forem verdadeiros, então a PROFECIA É UMA ENGANAÇÃO E UMA FRAUDE.[16]
Se a predestinação e a eleição não são desta forma, o que nos resta? A resposta é, ENTÃO NÃO SABEMOS COMO TUDO SAIRÁ NO FIM! TALVEZ SATANÁS IRÁ DERROTAR DEUS E FINALMENTE TRIUNFAR![17]
Se alguém ouvisse somente os calvinistas, ele pensaria que a Bíblia inteira giraria em torno da doutrina da Eleição Incondicional:
A Bíblia não apenas ensina a doutrina, mas a faz proeminente – tão proeminente que, você somente consegue livrar-se da Eleição, livrando-se da Bíblia.[18]
A doutrina da eleição é o ensino fundamental das Escrituras.[19]
A história da Bíblia é a história da eleição incondicional.[20]
Amados, se a Bíblia ensina alguma coisa, ela ensina que Deus nos predestinou para a salvação antes da fundação do mundo. A Bíblia ensina a eleição de Gênesis a Apocalipse. Em todas as épocas, Deus sempre trabalhou na base da eleição.[21]
Mas encontrar a Eleição Incondicional em toda a Bíblia é como o fermento “que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado” (Mt 13.33). O calvinista enfia suas doutrinas da eleição e predestinação em todo texto bíblico imaginável. Clark alega que “Isaías tem umas duas dúzias de versos que têm relação um tanto diretamente com a doutrina da predestinação.”[22] O que ele quer dizer é que há umas duas dúzias de versos violentamente forçados para provar a predestinação, pois a palavra não ocorre em Isaías assim como em nenhuma outra passagem no Velho Testamento. Custance é ainda mais audacioso: “Virando mais especificamente para a questão da Eleição para a salvação, considere o seguinte.”[23] Então segue uma lista de doze passagens do Velho Testamento nas quais a eleição não é mencionada e a salvação não está nem mesmo em vista.[24] Virando agora para o Novo Testamento, encontramos a mesma coisa. Boettner ousadamente declara: “Dificilmente há um capítulo no Evangelho de João que não menciona ou se pode deduzir a eleição ou a reprovação.”[25] Mas mesmo depois de uma declaração como esta, ele não fornece nenhum verso. Respondendo a pergunta, “Eu gostaria que você listasse as escrituras que ensinam que Deus elegeu indivíduos parra salvação antes que o mundo começou,” um batista da Graça Soberana lista seis escrituras onde a eleição não é nem mesmo mencionada.[26]
Uma vez que a Eleição Incondicional é demonstrada como a soma e substância de toda teologia, vários argumentos históricos são usados para consolidá-la ainda mais. Mason nos recorda que “CRISTÃOS DO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO eram crentes vigorosos na grandeza e soberania de Deus, e conseqüentemente nas doutrinas da eleição e predestinação.”[27] Entretanto, nenhuma citação dos Pais da Igreja é dada para confirmar esta alegação. Jewett apela aos “grandes teólogos” na história:
Todo teólogo de primeira linha, de Agostinho a Barth, tem afirmado a doutrina da eleição como fundamental à fé cristã. Estes principais teólogos têm também concordado de modo substancial sobre o conteúdo essencial da doutrina. Todos eles sustentam que a eleição de Deus é uma decisão justa e santa que ele faz de acordo com seu próprio beneplácito para redimir os objetos de seu amor eletivo.[28]
Mason acrescenta que “se a Eleição Incondicional não é verdadeira, então os MAIORES PREGADORES E ERUDITOS DA BÍBLIA DO PASSADO ESTAVAM COMPLETAMENTE ENGANADOS.”[29]
Como prova adicional da doutrina da predestinação, Boettneer apela ao Islã e a algo pior:
Quando paramos para considerar que entre as religiões não-cristãs o Maometismo tem muitos milhões que crêem em algum tipo de Predestinação, que a doutrina do Fatalismo tem sido mantida de alguma forma ou outra em vários países pagãos, e que as filosofias mecânicas e deterministas têm exercido tão grande influência na Inglaterra, Alemanha e na América, vemos que esta doutrina é no mínimo digna de um estudo cuidadoso.[30]
Um outro truque ardiloso sobre esta associação islâmica é desviar a atenção da doutrina calvinista da predestinação desdenhando o suposto fatalismo do Islã em contraste com a predestinação calvinista.[31] Seaton apela ao próprio Jesus Cristo: “Qual foi a doutrina que Jesus pregou na sinagoga em Nazaré que não a doutrina da eleição incondicional?”[32]
E quem os calvinistas apresentam como o maior defensor da Eleição Incondicional? Berkhof? Pink? Spurgeon? Certamente é João Calvino? Ora, não, é o apóstolo Paulo!
Nas Epístolas de Paulo, a grande doutrina da predestinação é ensinada repetidas vezes. De fato, não seria exagero dizer que ela forma a base de todas as outras coisas que Paulo ensinou.[33]
O apóstolo Paulo foi um declarado e ardente predestinacionista, sustentando a dupla predestinação, eleição e reprovação.[34]
Quem alguma vez afirmou a doutrina da eleição mais claramente ou em linguagem mais enérgica do que o apóstolo Paulo?[35]
O ponto que o calvinista chega para manter sua Eleição Incondicional é realmente extremo. Qualquer afirmação mostrando a menor condição sob a qual um pecador pode receber o perdão dos pecados pela provisão de Deus em Cristo supostamente desmente a Eleição Incondicional e torna até mesmo o mais simples pedido de depositar fé em Cristo uma condição e por isso uma obra. Crendo ser isto verdadeiro, Coppes tropeça sobre si mesmo tentando manter a responsabilidade do homem: “A Escritura declara que somente Deus escolhe quem será salvo. Ele é o autor soberano da salvação. Isto não é dizer que os homens são meros robôs ou blocos que são divinamente manipulados assim como uma criança manipula um brinquedo. Os homens são seres responsáveis. Roga-se-lhes que creiam e obedeçam a Deus. No final das contas, entretanto, a vida eterna não depende da decisão do homem mas da de Deus.”[36] Esta linguagem evasiva é típica das tentativas dos calvinistas de tornar sua filosofia TULIP agradável.
[1] Hanko, Unconditional Election, p. 28.
[2] Warfield, Calvin, p. 291.
[3] Gunn, p. 15.
[4] Robert Haldane, Commentary on Romans (Grand Rapids: Kregel Publications, 1988), p. 487.
[5] Nettles, By His Grace, p. 267.
[6] Mathison, p. 57.
[7] Hanko, Unconditional Election, p. 28.
[8] Reformed Theological Seminary, 1990-1991 Catalog, p. 72.
[9] Custance, p. 3.
[10] Rose, p. 19.
[11] Storms, Chosen for Life, p. 55.
[12] Gerstner, Predestination, p. 12.
[13] Carl Morton, “Does the Bible Teach Election?” The Berea Baptist Banner, 5 de janeiro de 1995, p. 19.
[14] Boettner, Predestination, p. 95.
[15] Rose, p. 20.
[16] Mason, p. 34.
[17] Ibid., pp. 39-40.
[18] Bishop, p. 167.
[19] Chafer, Theology, vol. 1, p. 246.
[20] Seaton, p. 12.
[21] Charles Halff, “God’s Predestination,” mensagens 4 a 6, The Baptist Examiner, 23 de dezembro de 1989, p. 6.
[22] Clark, Predestination, p. 81.
[23] Custance, p. 7.
[24] Nm 16.5; 1Re 19.18; Sl 65.4; Sl 80.18-19; Sl 110.3; Pv 16.1; Is 26.12; Jr 10.23; Jr 31.18-19; Jr 50.20; Lm 5.21.
[25] Boettner, Predestination, p. 346.
[26] “Five Common Questions on the Doctrine of Election Simply and Clearly Answered,” The Baptist Examiner, 20 de novembro de 1993, p. 5.
[27] Mason, p. 1.
[28] Jewett, pp. 3-4.
[29] Mason, p. 32.
[30] Boettner, Predestination, p. 2.
[31] Gary North, Dominion and Common Grace (Tyler: Institute for Christian Economics, 1987), p. 231; Talbot e Crampton, p. 4; Coppes, p. 23.
[32] Seaton, p. 13.
[33] Machen, Man, p. 65.
[34] Engelsma, Hyper-Calvinism, p. 53.
[35] Boettner, Predestination, p. 260.
[36] Coppes, p. 43.
Fonte: http://www.arminianismo.com/
0 comentários:
Postar um comentário