sexta-feira, 20 de maio de 2011

Porque acho a Igreja Gay uma vergonha para os evangélicos



Por Hermes C. Fernandes



Definitivamente, a igreja evangélica brasileira não está preparada para discutir um assunto tão polêmico como a homossexualidade. Falta maturidade, finesse, e sobretudo, amor.

Por que acho que é uma vergonha para os evangélicos que haja uma igreja gay? Simples. Esta igreja só surgiu para preencher uma lacuna deixada pela igreja evangélica. Se os gays fossem acolhidos em nossas comunidades, a fim de que fossem expostos à Palavra de Deus, eles não teriam qualquer razão para buscar uma igreja dedicada exclusivamente a eles.

Não estou dizendo que as igrejas deveriam legitimar sua conduta. Não! Apenas afirmo que devemos ser mais misericordiosos, compassivos, agindo mais ou menos como nosso Mestre agiria.

Me recuso a acreditar que Jesus os rechaçaria. Também não acredito que Ele estimularia que Seus seguidores se entrincheirassem contra os homossexuais, como tem sido feito.

Tornamo-nos seus inimigos número 1. Como poderemos evangelizá-los? Como poderemos conduzi-los aos pés do Salvador?

Será que somos melhores do que eles? Será que nossa avareza, idolatria, inveja, carnalidade, ocupam um lugar de menor importância dentro da lista de pecados condenados pela Palavra?

Sinceramente, creio que a Igreja deveria se manifestar solidária a todo grupo humano minoritário que buscasse ser respeitado. Sem endossar qualquer que fosse a conduta pecaminosa, deveríamos comprar uma briga pelas prostitutas, homossexuais, seguidores das religiões afro-brasileiras, ciganos, etc.

Te escandalizei?

Pois o Cristo a quem sirvo também escandalizou os religiosos pudicos de Sua época ao colocar-se em defesa da mulher adúltera, desmascarando a pseudosantidade dos religiosos que queriam apedrejá-la.

Tornamo-nos tão diferentes de Jesus. Estamos sempre do lado errado. Do lado dos poderosos, dos mantenedores do Status Quo, dos corruptos, dos salafrários.

Repito: não acho que devemos baratear a mensagem do Evangelho, endossando qualquer conduta que não se coadune com seus valores e princípios.

Porém, acredito que devemos usar de misericórdia, tanto quanto dela necessitamos. Afinal, são os misericordiosos que alcançarão misericórdia.

Nunca vi ninguém se converter no calor de uma discussão.

Se queremos ser respeitados, devemos, antes de tudo, respeitar, mesmo o mais vil pecador. Não somos melhores do que eles.

Que tal se olharmos para nós mesmos como fez Paulo, que considerou-se o principal dos pecadores?

Que tal se deixarmos de olhar para o outro de cima pra baixo, e considerar-nos igualmente carentes da graça de Deus?

Que o Projeto de Lei 122 precisa de ajustes, não resta dúvida. Mas não será com xingamentos e ataques que vamos reverter isso.

O que não se pode negar é que o debate serve mesmo é a interesses políticos daqueles que se fiam na ingenuidade do povo evangélico para se elegerem.

Igreja nenhuma deveria sentir-se ameaçada por qualquer que seja a PL. Faz-se um escarcel danado para que os crentes pensem que a tal "ditadura gay" vai obrigar às igrejas a aceitarem e celebrarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E assim, os propineiros vão se elegendo e agradecendo ao deus Mamom pelas "graças" recebidas.

Bem... Esta é minha humilde opinião. Você tem todo o direito de discordar.

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