sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ímpios, incrédulos e profanos! Como deveríamos referir-nos aos não cristãos?





Por Hermes C. Fernandes


Ontem, enquanto falávamos sobre Maçonaria, apresentei como uma das razões pelas quais há tanta resistência à esta sociedade no meio evangélico, o fato do iniciando ter que admitir-se profano, e alguém que está nas trevas em busca da luz. Como um cristão genuíno, seguidor d’Aquele que é a Luz do Mundo, poderia aceitar tal alcunha? Entre as pessoas que assistiam à nossa palestra havia dois jovens pertencentes a um capítulo da Ordem DeMolay, que se apresenta como uma sociedade discreta de princípios filosóficos, fraternais, iniciáticos e filantrópicos, patrocinada pela Maçonaria, para jovens do sexo masculino com idade entre 12 e 21 anos. Após a palestra, eles me procuraram para me convidar para uma sessão aberta em seu capítulo. Disseram-me que o termo “profano” já não é usado em alguns ramos maçônicos, por compreenderem tratar-se de um termo extremamente pejorativo.


Enquanto conversávamos, lembrei-me de que nós mesmos usamos termos muito pesados para referir-nos àqueles que não professam a nossa fé, entre os quais, destacam-se “ímpios” e “incrédulos”. Como deve sentir-se um não cristão quando chamado de ímpio? O que é um ímpio, senão aquele que pratica a impiedade? Poderíamos afirmar que todo não cristão é um ímpio? Alguém que vive de maneira ilibada, bom chefe de família, cidadão considerado exemplar, deveria ser chamado assim?


E quanto ao termo “incrédulo”? Por definição, incrédulo é todo aquele que não professa crença alguma. Logo, não cabe em qualquer um que não seja cristão. Um muçulmano não é um incrédulo. Tão pouco um espírita kardecista, ou budista. Todos professam alguma crença, nem que seja na própria ciência.


Talvez o termo que melhor se adeque seja “pecador”. Porém, este termo não deve distinguir cristãos de não cristãos; todos somos igualmente pecadores.


Que tal se deixássemos de rotular as pessoas, e começássemos a tratá-las da maneira como Jesus as trataria? Talvez assim elas se abrissem mais à mensagem do Evangelho.
 
 

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